Fale com a gente

Marechal Cuidados necessários

Hospital Rondon adota protocolo de triagem diferenciado para detectar suspeitas de Covid-19

Publicado

em

Gerente do Departamento Assistencial do Hospital Rondon, Angelita Taffarel, e enfermeira do Serviço de Controle de Infecção Hospitalar, Vanessa Schuck: “Alguns pacientes se sentem desconfortáveis com o questionamento. Contudo, a maioria entende que é uma ação necessária” (Foto: Divulgação)

A direção do Grupo Sempre Vida emitiu, no último sábado (14), um comunicado informando a seus beneficiários e à comunidade em geral que adotaria medidas preventivas para a transmissão do novo coronavírus (Covid-19). De acordo com a gerente do Departamento Assistencial do Hospital Rondon, enfermeira Angelita Taffarel, o plano de contingência foi implementado nas unidades rondonenses e no Sempre Vida Centro de Atenção em Saúde 24 Horas, em Toledo. “Essa é uma medida de antecipação. Sabemos que há somente casos suspeitos em nossa região, mas em breve teremos confirmações. Assim, o melhor trabalho é a prevenção”, enaltece, acrescentando que as medidas têm o objetivo de diminuir o fluxo de pessoas nas unidades do Grupo.

Conforme Angelita, as visitas foram suspensas. “Tanto as visitas religiosas quanto a pacientes foram suspensas. A população precisa entender que somente quem estiver muito mal deve vir até o hospital, haja vista que este é um local com pessoas enfermas e a exposição pode trazer riscos evitáveis”, enfatiza.

 

TRIAGEM DE ENFERMAGEM

A triagem de enfermagem acontece ainda na linha de frente das unidades, tanto em Marechal Rondon como em Toledo, em forma de questionário. “É preciso responder a questões para poder adentrar a instituição. Primeiro, perguntamos se a pessoa viajou para o exterior nos últimos 14 dias ou se teve contato com algum caso suspeito ou confirmado do Covid-19 neste mesmo período. Se a resposta for negativa, o paciente entra para ser atendido no fluxo normal de pessoas. Caso seja afirmativa, o técnico de enfermagem parte para uma avaliação clínica subjetiva, por se tratar de um primeiro contato. Perguntamos se ele teve febre igual ou superior a 37.8ºC, se está com tosse, dificuldades para respirar, correção nasal ou nos olhos, dificuldades para engolir, dor na garganta ou nariz escorrendo. Em devolutivas positivas, o paciente recebe imediatamente uma máscara e álcool em gel para ser encaminhado para a sala de isolamento, ao lado do pronto-socorro”, detalha a gerente.

Fora de circulação, o suspeito responde a um segundo questionário aplicado por um médico. “São levantados os principais sintomas e as morbidades prévias, ou seja, as doenças que ele já possui. Por meio dessa segunda avaliação médica é feita uma análise conjunta e sugerida uma conduta”, comenta.

 

EXAME

Angelita diz que todo esse protocolo foi elaborado seguindo o Boletim Epidemiológico sobre o Covid-19 número 05, emitido pela Secretaria Estadual de Saúde (Sesa) e, segundo orientações, a coleta de exames é bem direcionada. “Só realizamos o exame em pacientes que se enquadram em tudo o que eu falei. Não é o médico quem decide isso, mas sim um consenso entre médico infectologista, Comissão de Controle Hospitalar e equipe que decidem se o exame é necessário ou somente o isolamento domiciliar”, explica.

Segundo ela, em caso de isolamento em domicílio, o paciente assina um termo de responsabilidade e se responsabiliza em seguir as medidas cabíveis. “Fora de circulação, o paciente é acompanhado por telefone e pode, a qualquer agrave de sintomas, ter sua avaliação médica refeita”, frisa.

Desse modo, a enfermeira ressalta que o fluxo de pessoas do Hospital Rondon está sendo constantemente monitorado, mantendo o fluxo de pessoas saudáveis livre do contato com possíveis casos de coronavírus.

 

ACEITAÇÃO

A enfermeira do Serviço de Controle de Infecção Hospitalar, Vanessa Schuck, que acompanhou desde o início a implantação do novo protocolo de triagem, afirma que, num primeiro momento, observou-se alguns pacientes desconfortáveis com o questionamento. “Contudo, a maioria deles percebe que essa é uma ação necessária e que a segurança deles está em jogo”, pontua.

De acordo com Vanessa, o assunto é tratado objetivamente pelos técnicos e bem explicado para as pessoas. “Há uma boa comunicação entre profissional e paciente, de modo que eles entendam a ação. Tanto acompanhantes, enfermos e profissionais passam pela avaliação antes de entrar na unidade”, salienta, deixando claro que não pode haver exceções para que o contágio seja evitado, posto que muitos pacientes estão ali por outras razões, sem menor indicação de infecção pelo novo coronavírus.

 

PREOCUPAÇÃO

Alexandre Daronco, médico infectologista do Hospital Rondon, frisa que a população deve tomar as medidas de prevenção sem, contudo, entrar em pânico. “Cerca de 85% dos casos descritos até então são leves, podendo ser entendidos como resfriados, e outros 15% são considerados moderados a graves. Dentre estes, 5% dos pacientes precisarão de leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva)”, informa.

Sendo assim, aponta Daronco, a preocupação maior refere-se à população mais vulnerável: os idosos. “A triagem é necessária para que os mais vulneráveis não tenham contato com o vírus, visto que é neles que o coronavírus causa as complicações mais graves”, destaca.

 

Alexandre Daronco, médico infectologista do Hospital Rondon: “A triagem é necessária para que os mais vulneráveis não tenham contato com o vírus, visto que é neles que o coronavírus causa as complicações mais graves” (Foto: Divulgação)

 

O Presente

 

Clique aqui e participe do nosso grupo no WhatsApp

Copyright © 2017 O Presente