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Marechal Volta às aulas

Materiais escolares variam até 30% no comércio rondonense

Entre cinco estabelecimentos pesquisados, as maiores variações de preços foram para os materiais mais básicos das listas: apontador, caneta esferográfica, cola em bastão e cadernos

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Mirely Weirich/OP

O fim das férias escolares para as cerca de 4,5 mil crianças que estudam na rede municipal de ensino de Marechal Cândido Rondon está marcada para terça-feira (06) e, além de entreter os pequenos nos últimos dois meses, outro trabalho na lista de afazeres dos pais e responsáveis foi encontrar os preços mais baixos para refazer as mochilas para a volta às aulas.

Com lista e caneta na mão, muitos passam de loja em loja a fim de economizar na compra dos cadernos, lápis de cores, borrachas, entre outros itens solicitados pelas escolas e centros municipais de Educação Infantil (CMEIs). Todavia, mesmo em um município pequeno como Marechal Rondon, os preços dos materiais escolares podem variar até 30% nas prateleiras e vitrines.

Na terça (30) e quarta-feira (31), cinco empresas do município que ofertam produtos escolares foram alvo de uma pesquisa do Jornal O Presente para verificar a variação de preço considerando marcas pré-defi nidas. Ao todo, foram pesquisados 36 itens que figuram na maioria das listas. Para a pesquisa de preços, cálculo de preço médio e variação de preço, foram consultadas marcas consideradas mais vendidas pelos vendedores ou proprietários das empresas: Faber Castell, Mercur, Bic, Tramontina, Cis, Pritt, Chamequinho, Acrilex, Acrimet, Ftd, Tilibra e Jandaia.

 

Preços

A maior variação de preço verificada na pesquisa foi para o apontador da marca Faber Castell, do modelo retangular plástico com depósito, encontrado por R$ 1,99 e também por R$ 9,99 (variação de 80%), seguida pela cola bastão de 90 gramas da marca Pritt, que pode ser encontrada por R$ 4,45 e também R$ 13 (variação de 65%).

Outro material básico que figura nas listas disponibilizadas e apresenta variação significativa, de 53%, são os cadernos de capa dura com espiral da marca Tilibra, que vão de R$ 10,40 a R$ 24,99 de uma para outra empresa.

A variação, conforme o coordenador da Procuradoria de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon) de Toledo, Welington José de Oliveira, ocorre por uma série de fatores, desde a possibilidade de negociação da empresa com seu fornecedor até o valor do aluguel que a loja paga pelo ponto de venda.

“Se a empresa está comprando uma quantidade maior, ela consegue redução do custo ou dependendo da localização da loja o custo aumenta e isso vai para o produto. Os preços não são tabelados, não há nada que defina que o lápis tenha que custar R$ 1 e o caderno R$ 15. Eles oscilam conforme o mercado”, pontua.

Os materiais que apresentaram a menor variação de valores nos cinco estabelecimentos consultados foram a pasta plástica fina – solicitada pela maioria das instituições para guardar trabalhos desenvolvidos pelos estudantes nas séries iniciais. O produto teve variação de 2%, ficando com média de preço de R$ 2,47. Outro item com pouca variação é a folha de EVA, que pode ser encontrada de R$ 1,92 até R$ 2 (variação de 4%).

“A única coisa que é vedado é o cartel, uma prática em que todas as empresas praticam o mesmo preço mediante um acordo, para que assim todas saiam ganhando em desfavor do consumidor. O que precisa existir é a livre concorrência, por isso existe essa oscilação de preços. Não há nada de errado”, destaca Oliveira. A tabela completa com a variação de preços e média de valores dos 36 produtos consultados pelo Jornal O Presente pode ser vista ao fim desta reportagem.

 

Dicas do Procon

De forma geral, o coordenador do Procon orienta aos pais que ainda não adquiriram os materiais escolares a fazerem pesquisas de preço previamente. “Fazer pesquisa nos estabelecimentos que estão vendendo material escolar possibilita o cliente analisar qual a diferença do preço e também o melhor custo benefício: o que será mais em conta, mas também com uma qualidade que não seja inferior”, destaca, salientando que, em uma pesquisa feita pelo Procon no comércio de Toledo nas livrarias locais, algumas variações de preços para itens escolares chegaram a 200% de uma loja para outra no mesmo produto.

Levar os filhos junto às compras, principalmente os de menor idade, aponta para tendência que a compra pese mais no bolso do cliente. “As crianças sempre vão tender a querer produtos de marca, ou que tenham algum personagem, algum apelo chamativo e se os pais ou responsáveis estão com pouco orçamento é interessante que não levem o filho. Além de comprar conforme sua possibilidade financeira, eles podem agilizar o processo de compra”, indica.

 

Itens Proibidos

Outra preocupação além dos preços dos materiais escolares está voltada à exigência das instituições de ensino nas listas. Por conta da solicitação de materiais de uso coletivo, por exemplo, ou até mesmo itens que não seriam utilizados pelos alunos.

Conforme documento divulgado pelo Fórum dos Procons Paranaenses, que elaborou uma relação de itens que não podem ser cobrados nas listas de materiais escolares com base na lei federal 9.870/99, a exigência de materiais de uso coletivo é proibida. “Esses produtos não podem ser solicitados porque, no caso de escolas particulares, o custo para esses produtos já deve estar incluso na mensalidade. Já para escolas públicas, esses itens devem ser custeados pelo Estado ou pelo município”, explica Oliveira.

Em seis listas de escolas municipais de Marechal Rondon obtidas pelo Jornal O Presente, itens que constam na relação divulgada pelo Fórum dos Procons Paranaenses estão presentes, tal como: papel higiênico, sabonete, caneta para retroprojetor, balões e fita durex larga.

Neste caso, o coordenador do Procon orienta que, antes de entregar itens de uso coletivo que tenham sido solicitados, primeiro os pais conversem com a direção da instituição de ensino. Caso a escola ainda assim exija os materiais, os pais ou responsáveis pelo aluno podem procurar o Procon ou órgão Judiciário e, no caso de escolas públicas, o Núcleo Regional de Educação (NRE). “Bens de uso pessoal, como escova de dentes, caneta, caderno, entre outros, é cabível desde que venha na lista, mas com a quantidade”, orienta.

 

Materiais liberados

Por outro lado, o Fórum dos Procons Paranaenses também informou os materiais que podem ser solicitados pelas escolas, porém com um limite de quantidade anual a ser levado pelos alunos para a escola. O papel ofício, por exemplo (folha A4), pode ser solicitado desde que não ultrapasse uma resma (500 folhas); jogos podem ser pedidos, mas apenas aqueles com fi ns pedagógicos; pincel atômico também está liberado, mas apenas duas unidades por ano e somente para a Educação Infantil; e brinquedos da mesma forma, porém apenas uma unidade e somente para crianças que frequentam a Educação Infantil.

 

Confira a lista completa com a relação de materiais permitidos e suas quantidades, bem como os proibidos pelo Procon.

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Nota

O Jornal O Presente não se responsabiliza por qualquer eventual
alteração que seja feita nos preços dos produtos por conta de descontos
aplicados pelas empresas, pela variação de valor de acordo
com estampa ou coleção dos produtos, bem como pela qualidade
ou procedência dos itens pesquisados. Além disso, informa que os
materiais consultados foram de marcas pré-estabelecidas, indicadas
pelos vendedores ou proprietários das empresas em modelos idênticos
ou similares, a fim de credibilizar os resultados da pesquisa.


 

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