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Padre Sérgio deve assumir a Paróquia Sagrado Coração de Jesus depois do dia 11 de fevereiro

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Padre Sérgio Augusto Rodrigues: “Tanto na paróquia onde eu estou quanto na paróquia onde o padre Solano está há esse sentimento pela mudança, que provoca um certo desconforto, uma certa insegurança, o que é normal. As duas paróquias terão que se adaptar ao padre que vem para poder dar continuidade ao trabalho pastoral” (Foto: Divulgação)

Contribuir, ajudar, servir ao povo, atender necessidades e caminhar junto das pessoas. É com este propósito que o padre Sérgio Augusto Rodrigues vai assumir, em fevereiro, a Paróquia Sagrado Coração de Jesus, matriz da Igreja Católica de Marechal Cândido Rondon.

Há cinco anos à frente da Paróquia Nossa Senhora de Lourdes, em Tupãssi, padre Sérgio não esperava ser transferido agora, mas diz que todo pároco precisa estar preparado para os desafios que lhe são confiados. “A saída é sempre uma surpresa, porque nunca sabemos em que época será. Eu não imaginava que aconteceria agora, ainda mais pelo contexto de pandemia que estamos vivendo, diante de todas as dificuldades e mudanças do trabalho pastoral. Em todo caso, estamos a serviço da diocese”, destaca.

O anúncio da transferência foi feito pelo bispo da Diocese de Toledo, dom João Carlos Seneme, no dia 10 de dezembro. O padre Solano Tambosi, atual responsável pela Paróquia Sagrado Coração de Jesus, vai assumir como pároco da Paróquia Nossa Senhora de Lourdes, em Tupãssi, posto atualmente ocupado por padre Sérgio.

Em entrevista ao O Presente, padre Sérgio falou sobre a sua trajetória religiosa, comentou sobre a sua atuação como vigário em Marechal Rondon entre os anos de 2008 e 2016 e falou da expectativa de, agora, assumir a Paróquia Sagrado Coração de Jesus. Também declarou o que a comunidade católica rondonense pode esperar do padre Sérgio e do seu perfil de trabalho. Confira.

 

 

O Presente (OP): Como o senhor recebeu o anúncio da sua transferência para a Paróquia Sagrado Coração de Jesus, em Marechal Rondon? Já imaginava que esta mudança poderia ocorrer ou foi uma surpresa?

Sérgio Augusto Rodrigues (SAR): A transferência de um padre acontece normalmente depois de um certo período já na paróquia em que ele trabalha. Eu não esperava sair da Paróquia Nossa Senhora de Lourdes, de Tupãssi, onde estou há cinco anos, porque o tempo em que se fica em uma paróquia, em média, é de sete anos. Então, eu imaginava um tempo a mais por aqui. A gente sabe que a paróquia não nos pertence, mas a saída é sempre uma surpresa, porque nunca sabemos em que época será. Eu não imaginava que aconteceria agora, ainda mais pelo contexto de pandemia que estamos vivendo, diante de todas as dificuldades e mudanças do trabalho pastoral. Em todo caso, estamos a serviço da diocese, fizemos essa opção e estamos sempre abertos às mudanças e àquilo que a diocese solicita para nós. Então, é sempre uma surpresa, mas não é novidade. Não é algo extraordinário, pois a vida de padre diocesano é dessa forma.

 

OP: Sente-se preparado para o novo desafio?

SAR: Eu conheço um pouco da realidade de Marechal Rondon, porque já trabalhei no município. Fiquei um ano na Paróquia Sagrado Coração de Jesus, junto ao padre Solano, como vigário, e trabalhei também por sete anos na Paróquia Maria Mãe da Igreja, no Jardim Botafogo. Agora, o contato e a experiência é que vão nos dar maior tranquilidade para o trabalho. Todo padre tem que estar preparado para novos desafios. Aos poucos vamos nos inteirando melhor sobre como está a paróquia. A preparação é feita conforme vamos caminhando juntos. Uma realidade nunca se mostra totalmente pronta; vamos conhecendo, nos adaptando, vendo o que deve ser melhorado e o que é positivo e deve ser mantido.

 

OP: As posses dos padres que foram transferidos estão agendadas para fevereiro. Já há uma data específica para a sua posse na paróquia em Marechal Rondon?

SAR: A data é definida pelo bispo. Ele vai fazer uma agenda. Aqui na paróquia eu tenho a Festa da Padroeira no dia 11 de fevereiro, Dia de Nossa Senhora de Lourdes. A expectativa é que eu participe e organize essa festa e a partir do dia 11 de fevereiro é prevista a minha ida para Marechal Rondon. Acredito que depois do dia 11 até o final do mês será a minha transferência. É preciso combinar com o padre Solano. A paróquia para onde eu vou é onde ele está hoje e onde eu estou é para onde ele vai. Vamos fazer uma troca. É uma coincidência. Assim como a paróquia aí, a daqui também fica sentida pela minha saída, porque estou aqui há cinco anos realizando um trabalho e encaminhando as coisas. Então, tanto na paróquia onde eu estou quanto na paróquia em que o padre Solano está há esse sentimento pela mudança, que provoca um certo desconforto, uma certa insegurança, o que é normal. Há uma realidade nova, um padre novo. Querendo ou não, eu sou novo e ele será novo. As duas paróquias terão que se adaptar ao padre que vem para poder dar continuidade ao trabalho pastoral.

 

OP: O senhor já teve uma passagem por Marechal Rondon. Foi de quando a quando? Era vigário paroquial junto à Paróquia Sagrado Coração de Jesus e atuou ao lado do padre Solano Tambosi?

SAR: Eu fiquei como vigário do padre Solano em 2008. Eu havia voltado dos meus estudos de mestrado em Liturgia que fiz em São Paulo e fiquei um ano com ele como vigário, auxiliando nos trabalhos. Em 2009 eu fui para a Paróquia Maria Mãe da Igreja, também em Marechal Rondon, onde fiquei até 2016.

Padre Sérgio Augusto Rodrigues: “Tenho boas lembranças de Marechal Rondon. Como toda paróquia, há os desafios e também o que é positivo. O que é positivo, saudável e necessário continua. Aquilo que é um desafio vamos conhecer melhor e ver a possibilidade de superar” (Foto: Divulgação)

 

OP: Como o senhor avalia a sua passagem por Marechal Rondon naquele período? Gostou, sentiu uma relação diferenciada com a comunidade católica rondonense?

SAR: É uma paróquia boa, dinâmica e que tem um desafio muito maior, até pelo tamanho e tempo de criação. Conhecemos um pouco da realidade, mas, volto a frisar, a realidade nunca é a mesma. Foi um tempo muito bom, eu estava voltando de São Paulo e me readaptando na Diocese de Toledo. Para mim foi uma experiência positiva junto ao padre Solano. Foi um trabalho interessante no atendimento tanto da matriz como das capelas que pertencem à paróquia. Eu trabalhei como vigário, e o vigário ajuda mais o padre na administração e na condução da paróquia. O que muda é que agora não vou mais ser vigário, mas, sim, assumir a responsabilidade de ser pároco. É outra função, outra missão. Tenho boas lembranças de Marechal Rondon. Como toda paróquia, há os desafios e também o que é positivo. O que é positivo, saudável e necessário continua. Aquilo que é um desafio vamos conhecer melhor e ver a possibilidade de superar.

 

OP: Qual é a sua expectativa para assumir a paróquia rondonense, agora como pároco? Qual é o seu objetivo?

SAR: Vamos traçando nossos objetivos conforme vamos conhecendo a comunidade. Claro, a paróquia não caminha isolada, mas, sim, de acordo com a diocese e as prioridades da ação evangelizadora da Diocese de Toledo. A paróquia não precisa, vamos dizer assim, inventar muitas coisas por conta própria. A gente caminha conforme a caminhada da diocese. Temos um plano pastoral que é definido em conjunto com os padres na assembleia e vamos trabalhando nesse planejamento que a diocese faz. É dentro dessa caminhada que a paróquia de Marechal Rondon vai. A gente pretende, então, conhecer melhor a realidade e ir encaminhando de acordo com as propostas que a própria diocese apresenta.

 

OP: O que a comunidade católica rondonense pode esperar do padre Sérgio? Qual é o seu perfil de trabalho?

SAR: Nós, como padres, temos duas situações distintas na nossa caminhada. O padre tem a responsabilidade de administrar a paróquia. Em última instância, o padre é quem responde pela paróquia naquilo que é a sua parte estrutural e econômica. Então, precisamos nos preocupar e nos envolver naquilo que é a manutenção da paróquia. Isso é básico para qualquer instituição funcionar. Todavia, a prioridade do padre deve ser a dimensão pastoral. A pastoral, a organização da pastoral, os atendimentos das pessoas e, de minha parte, há uma preocupação muito grande com a liturgia, porque a liturgia deve ser uma prioridade não só minha, mas de qualquer padre. A liturgia é o centro da vida da igreja. Então, eu realizo um trabalho referente à liturgia da diocese, sou assessor da Pastoral Litúrgica da diocese e também regionalmente no Paraná. Somos nós quem coordenamos a liturgia do Paraná. Eu tenho como prioridade a liturgia. Há uma preocupação muito grande no que diz respeito a preparar as celebrações, ajudar o povo a entender o que nós celebramos, a dizer o mistério que se celebra. Aí vem toda a parte dos sacramentos, casamentos, batizados, celebrações de eucaristia. A vida litúrgica da igreja deve ser prioridade de todo padre. A liturgia é a vida da igreja, é o nosso dia a dia e o que alimenta a nossa espiritualidade e a nossa caminhada como paróquia. Eu procuro dedicar uma atenção especial a essa dimensão por ser nosso trabalho principal. Acho que a liturgia da igreja é fundamental. Claro, sem excluir a catequese, que é outra dimensão importante da igreja. Nós, como párocos, também temos que dar uma atenção especial às comunidades. Na cabeça das pessoas, por vezes fica muito restrita a paróquia à matriz, que é o centro da paróquia, mas sabemos que em Marechal Rondon a paróquia tem vários bairros com capelas que pertencem à paróquia e também precisam de atenção, atendimentos e cuidados. A paróquia não é uma ilha, não está isolada, é uma rede de comunidades que, juntas, compõem a paróquia. A matriz, é claro, acaba tendo uma projeção maior por ser o centro de toda a paróquia, mas não é de forma nenhuma uma coisa isolada.

 

OP: Qual é o sentimento de assumir a matriz católica de Marechal Rondon, uma paróquia grande, com uma comunidade numerosa e bastante atuante?

SAR: O sentimento é de desafio. Sabemos que é um desafio muito grande. Ao mesmo tempo que a paróquia precisa da presença do padre, também precisa dos leigos e das lideranças. O padre sozinho não faz nada e o povo precisa do padre para se constituir igreja; é uma troca. Minha vontade é poder contribuir com a paróquia, poder ajudar e servir ao povo, poder atender à necessidade da paróquia e caminhar junto das pessoas. Esse é o sentimento temos. Conhecendo a realidade, vamos percebendo por onde caminhar e quais são as prioridades necessárias nessa caminhada. Precisamos mergulhar nessa realidade nova para perceber por onde caminhar. O sentimento é de gratidão, gratidão a Deus por todos que aí passaram, gratidão pela diocese por ter confiado esse trabalho para a gente e gratidão a Deus por ter nos chamado, dado essa vocação que agora vivenciaremos aí em Marechal Rondon. Tenho muita alegria por esse novo desafio.

 

OP: Fale um pouco do padre Sérgio e de sua trajetória.

SAR: Nasci em Assis Chateaubriand, em 1966. Sou de uma família de oito irmãos, comigo oito, um já é falecido. Eu comecei os meus estudos em Cascavel, depois fui para Toledo, para Curitiba e Londrina terminar Teologia. Eu me ordenei como diácono em Assis, na Paróquia Nossa Senhora do Carmo, em 30 de outubro de 1992. Como padre foi no dia 06 de março de 1993. Tenho hoje 27 anos de ordenação presbiteral. Trabalhei como vigário na catedral de Toledo. Assessorei a Pastoral da Juventude. Depois eu fui para a paróquia do Jardim Panorama, em Toledo, depois fui assessorar a liturgia da diocese. Daí, fui para São Paulo estudar, fiz o mestrado e fui para Marechal. Fiquei um ano com o padre Solano, depois fui para a Paróquia Maria Mãe da Igreja e aí vim para Tupãssi. Nesse período eu dei aula na Unioeste em Toledo, na Unipar, de Teologia em Cascavel, e na PUC. Fiquei dez anos na PUC lecionando cultura religiosa. A gente tem esse trabalho junto com a paróquia de dar aula nas faculdades da região.

 

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