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Marechal Polêmica

Pai de rondonense com Covid-19 contesta exame e Saúde rebate: teste padrão ouro

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Secretária de Saúde, Marciane Specht: “Não se deve fazer teste rápido para contraprova porque o RT-PCR é soberano aos outros e deve haver muito cuidado quando fora do prazo. Esta família fica em isolamento até o dia 25, e na sexta automaticamente todos estarão liberados para retornar à sua vida habitual” (Foto: Joni Lang/OP)

O pai da menina rondonense de dois anos que testou positivo ao coronavírus procurou a reportagem de O Presente e disse que novos testes aplicados segunda-feira (22) nele e na criança resultaram negativo à Covid-19.

O caso da menina foi um dos três confirmados no último sábado (20) pelo Setor de Epidemiologia da Secretaria de Saúde de Marechal Cândido Rondon.

O primeiro teste realizado na menina ocorreu no dia 15, feito pela prefeitura, e no dia seguinte a equipe procedeu com teste no pai dela, sendo que no caso da criança a testagem foi positiva para Covid-19 e no caso do pai negativa.

Ontem, ambos fizeram novos testes, uma semana depois, em um laboratório da cidade e, conforme o homem relatou ao O Presente, ambos os resultados deram negativo.

Considerando o primeiro teste positiva da filha e a orientação das autoridades de saúde, o homem, que trabalha como vigilante em uma agência bancária, se encontra em isolamento domiciliar juntamente com a menina de dois anos, a esposa e um bebê de cerca de quatro meses até quinta-feira (25).

 

POLÊMICA

Ao O Presente o homem destacou que sua filha foi levada à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) no dia 13 inicialmente com dor de garganta após ter passado mal do dia 12 para o dia 13 deste mês. Ele declarou que o médico que atendeu a menina teria mencionado que ela tinha amigdalite, no entanto, seria necessário fazer o teste do coronavírus, que deu resultado positivo.

À reportagem, o homem ainda questionou o motivo dele não poder trabalhar se os seus dois testes deram negativo. Também contesta o resultado do exame feito pela Epidemiologia na sua filha e que apontou resultado positivo, enquanto o exame em laboratório particular realizado ontem testou negativo.

 

MATERIAL GENÉTICO

Procurada por O Presente, a secretária de Saúde de Marechal Rondon, Marciane Specht, lembra que o início dos sintomas na menina de dois anos foi no dia 12, mas ela foi levada à UPA no dia 13. “A nota técnica 01 da Sesa (Secretaria de Estado da Saúde) orienta realizar o teste RT-PCR entre o terceiro e o quinto dia dos sintomas, então a coleta foi no dia 15. Preciso deixar claro que o RT-PCR é considerado teste padrão ouro da Sesa e do Ministério da Saúde por identificar material genético do vírus em secreções do paciente (nariz e garganta). Se tiver presença do vírus há identificação por capturar o DNA. E esse resultado foi positivo, então a menor e todos os contatos do mesmo domicílio ficam isolados”, enaltece.

Marciane enfatiza que um novo teste rápido na menina e em outro familiar dela tem prazo para ser coletado, o que deve ocorrer em tempo oportuno e precisa acontecer no oitavo dia. Como o sintoma iniciou dia 12, a coleta do teste rápido deveria ter ocorrido sexta-feira (19). “Quanto mais longe o início do sintoma do teste rápido a probabilidade de dar falso negativo é grande. Identificamos o teste rápido, que jamais se sobrepõe ao RT-PCR, que encontra imunoglobulinas IGA, IGM e IGG, diferente do teste rápido. O organismo faz a defesa do contato com antígeno (coronavírus) e o teste rápido identifica a defesa da imunoglobulina. Se não faço no tempo oportuno a chance dar negativo é muito grande”, explica.

A secretária acrescenta que no caso do teste RT-PCR positivo o município faz a coleta nos pacientes, mas em nenhum momento realiza análise do material, que é encaminhado ao Laboratório Central do Estado (Lacen), em Curitiba. “Esse é o teste ouro. O material genético do vírus é encontrado neste material (do exame). Não se deve fazer teste rápido para contraprova porque o RT-PCR é soberano aos outros e deve haver muito cuidado quando fora do prazo”, reforça, emendando: “Esta família fica em isolamento até o dia 25, e na sexta (dia 26) automaticamente todos estarão liberados para retornar à sua vida habitual”.

 

COLETA

Em relação ao caso de amigdalite citado pelo pai da menina, a secretária de Saúde expõe que hoje uma das queixas em casos suspeitos (descartados ou confirmados de coronavírus) é dor de garganta. “O protocolo 01/2020 da Sesa orienta a coleta e o decreto 22 da Sesa sugere isolamento. Esses são (protocolos) válidos para regramento, entre outras ações para haver maior perspectiva de acerto nos exames e isolamento”, pontua.

No tocante aos exames realizados na semana passada em servidores da agência bancária rondonense, a secretária ressalta que funcionários do mesmo banco na cidade de Cascavel testaram positivo à Covid-19. “A 20ª Regional de Saúde nos autorizou a fazer testes rápidos nos funcionários do banco em Marechal Rondon. Possivelmente ele (pai da menina) testou negativo e possivelmente não teve contato com o vírus. As condutas de isolamento e teste rápido são orientadas pelo Ministério da Saúde, Sesa e Regional de Saúde. O segundo ponto é que entendemos os argumentos das pessoas que são contatos de paciente positivo de talvez retornarem ao trabalho e atividades habituais, porém a nota técnica é de que o contato deve permanecer em isolamento por 14 dias pelo risco de transmissibilidade”, finaliza Marciane.

 

BOLETIM

Conforme boletim emitido ontem pela Secretaria Municipal de Saúde, Marechal Rondon conta com 26 casos positivos da Covid-19. Deste total, cinco pacientes seguiam com o vírus ativo, enquanto 21 pessoas estavam recuperadas.

Das 619 notificações desde o início da contagem na segunda quinzena de março, 462 casos foram liberados ao passo em que 157 pessoas seguiam em monitoramento.

O município tinha ontem 296 casos descartados e 63 suspeitas do coronavírus.

 

O Presente

 

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