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Marechal Agronegócio

Produtores de Rondon e região comemoram boa safra após receio de quebra diante da estiagem

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Agrônomo cita que primeiras áreas cultivadas até tiveram resultado baixo, mas desempenho daqui em diante deve passar de 150 sacas de soja por alqueire (Foto: Sandro Mesquita/OP)

Depois da preocupação em virtude do período de estiagem que forçou o atraso no plantio da safra de soja, produtores de Marechal Cândido Rondon e microrregião vêm obtendo bom resultado na colheita da oleaginosa, seja no volume da produção ou nos valores pagos à saca de soja.

Um dos casos é o do agricultor Edeson Neunfeld, que cultivou soja em uma área de 40 alqueires na Linha Ajuricaba, parte pertencente à sua família e outra área arrendada. Ele iniciou a colheita na última semana, tendo obtido uma média de 155 sacas de soja por alqueire, o que, na sua avaliação, é algo muito bom ao levar em conta o atraso no plantio.

Na manhã de segunda-feira (03) o produtor colocou as máquinas para trabalhar em outra área na mesma linha, o que rendeu 180 sacas de soja por alqueire. “Ano passado houve quebra na safra e agora, apesar do atraso, estamos com este resultado muito bom. Colhemos uma área de 15 alqueires, cuja produtividade foi de 155 sacas na primeira área, na semana passada, e 180 sacas de soja hoje (segunda, dia 03). Para nós pode ser um resultado histórico”, comemora.

O produtor salienta que as máquinas devem trabalhar até a próxima semana, uma vez que há chuva prevista nos próximos dias. “A lavoura precisa terminar o desenvolvimento para que a soja seja retirada. Nessa área restante acredito que a colheita deve manter ou superar as 180 sacas de soja por alqueire, ou seja, tem tudo para ser uma safra bem produtiva”, destaca.

 

Produtor rural Edeson Neunfeld: “Colhemos uma área de 15 alqueires, cuja produtividade foi de 155 sacas na primeira área, na semana passada, e 180 sacas de soja hoje (segunda, dia 03). Para nós pode ser um resultado histórico” (Foto: Joni Lang/OP)

 

SAFRA BOA

O técnico do Departamento de Economia Rural de Toledo (Deral), órgão vinculado à Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab), Paulo Oliva, cita que 486.999 hectares estão cultivados na área que abrange 20 municípios. Desse total, 483.294 hectares correspondem às lavouras cobertas com soja.

Ao passo em que 23,4 milhões de toneladas devem ser colhidas em todo o Estado do Paraná, a regional do Deral de Toledo prevê uma produtividade de 1.764.751 tonelada de soja nos 20 municípios. “Temos registrado grande variação em termos de produtividade devido à estiagem que postergou o plantio da soja, mas no momento não trabalhamos com quebra e observamos uma média de 110 sacas de soja por alqueire nas lavouras cultivadas ainda no mês de setembro. O resultado até este momento é bom, tanto que à medida que a colheita avança a tendência é de que essas produtividades mudem significativamente”, pontua.

 

Técnico do Deral, Paulo Oliva: “O resultado até este momento é bom, tanto que à medida que a colheita avança a tendência é de que essas produtividades mudem significativamente” (Foto: Arquivo/OP)

 

ATRASO POSITIVO

O engenheiro agrônomo Cristiano da Cunha, da Agrícola Horizonte, informa que em torno de 10% das lavouras foram colhidas, sendo que a produtividade por alqueire ainda é baixa até então. “Isso porque são lavouras onde houve algum problema em função do plantio antecipado e que a seca gerou quebra. De agora em diante as lavouras têm produtividades muito boas, com áreas apresentando cerca de 170 sacas de soja por alqueire. Para esta semana em diante a tendência é de ficar na faixa de 150 sacas por alqueire”, frisa.

Ele explica que o atraso no plantio em função da estiagem foi bom, uma vez que se a colheita ocorresse em dezembro ou janeiro os prejuízos seriam maiores. “Como o atraso veio no início e não permitiu o plantio em função da baixa umidade do solo, o agricultor preferiu segurar, de modo que quando as chuvas voltaram o produtor realizou o plantio e a partir daí não faltou chuva, fazendo com que as lavouras implantadas mais tarde apresentem alto potencial produtivo”, menciona.

Em relação ao replantio, Cunha diz que em torno de 5% do total das áreas tiveram de ser cultivadas novamente. “Houve replantio em alguns pontos onde as plantas não germinaram adequadamente, mesmo assim esses locais não apresentaram quebra, pois pegaram uma fase mais favorável. O replantio foi benéfico por permitir ao agricultor atingir produtividades maiores”, expõe.

 

Engenheiro agrônomo Cristiano da Cunha: “De agora em diante as lavouras têm produtividades muito boas, com áreas apresentando cerca de 170 sacas de soja por alqueire” (Foto: Joni Lang/OP)

 

ÓTIMO DESEMPENHO

Conforme o agrônomo, o resultado desta safra de verão pode atingir índices de produtividade maiores do que nas safras anteriores. “Ano passado a safra de soja foi frustrante por causa da estiagem, mas neste ano a tendência é de safra muito positiva”, reforça.

“A colheita iniciou no final de janeiro, segue durante todo mês de fevereiro e quem sabe podemos entrar no mês de março em algumas áreas tardias que precisam de uma boa chuva para finalizar a etapa de enchimento de grãos. Felizmente o tempo tem colaborado e as chuvas vêm em bom nível. Quem colhe pede para parar, mas quem tem soja verde na lavoura deseja mais algumas chuvas. Devemos ter mais 40 dias de safra pela frente”, avisa.

No que tange aos valores pagos, o agrônomo informa ser um período muito favorável. “O agricultor deve aproveitar e pegar carona na onda de preços bons, com a saca de soja acima dos R$ 75 e milho com preço próximo dos R$ 40, o que é algo muito bom. O mercado oscila e tudo o que acontece no mundo causa algum impacto nos preços das commodities, ou seja, quem sabe podemos ter de R$ 5 a R$ 10 de valor acima ou abaixo, mas o que precisa ficar claro é que os preços são bons. O agricultor precisa vender bem para saldar seus compromissos, sendo que hoje é possível conseguir custo de produção bom em função dos preços praticados”, analisa.

“A agricultura é uma empresa a céu aberto, então cada ano é de novo desafio, seja estiagem, excesso de chuva, praga que surge ou uma nova doença. O meu desafio enquanto profissional é entender o processo no campo e auxiliar o produtor a tomar a decisão mais certa, o que traz chances de atingir boas produtividades para se capitalizar e seguir com a atividade na agricultura, além de melhorar na tecnologia para gerar evolução no campo”, finaliza.

 

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