Quanto vale a sua cidade?

Comprar no comércio local é o que mantém as engrenagens econômicas funcionando, com geração de emprego e renda, além da valorização do próprio município através da manutenção dos negócios que encontram na própria população o incentivo para permanecerem no mercado

José Aluísio Gotz, gerente da Loja Cercar, que fica a duas quadras da Kanny’s Multimarcas, que tem à frente o casal Ailson e Claudiane Packer. Em comum, além da proximidade dos negócios em que atuam, têm a consciência da importância das compras realizadas no próprio município. Ao encontro dessa essência está a proprietária da FarmaÚtil e 2ª vice-presidente da Associação Comercial e Empresarial de Marechal Rondon (Acimacar), Carla Rieger Bregoli. Eles são peças de uma roda que só funciona quando todos se movimentam para o mesmo sentido: o investimento do dinheiro no comércio local. “Quando investimos nosso dinheiro no comércio local, nós prestigiamos as empresas de Marechal Rondon e, assim, todos crescemos. Afinal, é um ciclo. Você compra de mim e eu de você. O dinheiro fica em Marechal Rondon, os impostos ficam aqui e a prefeitura consegue fazer os investimentos que a população precisa, então acredito que seja uma questão de consciência”, destaca Carla.

Ao optar por comprar roupas em uma loja local, no supermercado da própria cidade, ir ao salão de beleza do bairro e sair para jantar em um dos restaurantes que o município tem, o consumidor está contribuindo com as micro e pequenas empresas que fortalecem a economia local e que gera 52% dos empregos com carteira assinada no país, o que resulta em mais de 17 milhões de postos de trabalho.

Juntando as micro, pequenas e médias empresas, o poder desse conjunto eficiente fica claro na participação que possui no Produto Interno Bruto (PIB), que é de 30%, ou R$ 4,4 trilhões no Brasil.

 

 

 

Valorizando o município

 

“Primeiro porque a pessoa mora aqui e seu sustento é daqui. Então, a partir do momento que você trabalha aqui e sobrevive de uma cidade você tem que prestigiá-la”, destaca o casal de empresários Ailson e Claudiane Packer.

Para eles, comprar no comércio local oportuniza emprego e gera renda. “Outra situação é quem ganha o salário em Marechal Rondon e gasta em outro lugar. O que pode acontecer? Empresas podem fechar, vagas de trabalho podem acabar. Porque querendo ou não, o que faz com que alguém queira investir aqui? É ter retorno”, pontua Claudiane.

Via de mão dupla

Claudiane exemplifica algumas situações que podem ser determinantes para que os empresários permaneçam em Marechal Rondon e que novos queiram investir no município. “Se eu tenho um comércio aqui, independente do tipo, e não estou tendo público eu vou para outro local. E aí se eu estiver em outro município eu vou fazer um preço diferente? Não. Eu tenho todos os custos. É difícil um empresário ir hoje além de uma margem mínima de lucro, porque o mercado é muito acirrado. Se você tem um preço determinado para trabalhar é porque esse preço é o que você precisa para sobreviver”, salienta.

A empresária também menciona outro ramo, o de alimentação. “Olha quantos comércios no ramo de alimentação que já abriram e fecharam. Parece que quando a opção é sair para jantar, por exemplo, com muita frequência, existe a necessidade de ir para fora, para outros municípios vizinhos. É claro que às vezes, em determinadas situações, isso vai ocorrer, mas por que não prestigiar os restaurantes daqui? Isso acaba desestimulando o empresário rondonense. Assim como quando a pessoa não quer comprar ou consumir aqui, o empresário também pensa em ir embora”, alerta.

Já Gotz lembra da importância de se atentar para as supostas economias. “Tem pessoas que pensam em economizar indo comprar em outras cidades. No entanto, precisam levar em conta o desgaste do carro, combustível, o tempo, o risco de estar na estrada e, no fim, nem sempre essa se torna uma alternativa viável”, reflete.

Além da geração de empregos, de impostos e da oportunidade que o município tem aplicando bem o dinheiro em setores como educação, saúde, transporte, pavimentação, entre outros, o gerente da Loja Cercar compartilha outro detalhe importante e que, na maioria das vezes, não é pensado quando surge a vontade ou a necessidade de comprar algo que se trata do pós-venda. “Comprando na sua cidade você consegue ir na própria loja, resolver qualquer problema, algo que quando as compras são feitas em outra cidade ou na internet pode ficar mais difícil”, enfatiza.

Proprietários da Kanny’s Multimarcas, Ailson e Claudiane Packer: “Primeiro porque a pessoa mora aqui e seu sustento é daqui. Então, a partir do momento que você trabalha aqui e sobrevive de uma cidade você tem que prestigiá-la”

Proprietária da Farmaútil e 2ª vice-presidente da Acimacar, Carla Rieger Bregoli: “Quando investimos nosso dinheiro no comércio local, nós prestigiamos as empresas de Marechal Rondon e, assim, todos crescemos. Afinal, é um ciclo”

Gerente da Loja Cercar, José Gotz: “Tem pessoas que pensam em economizar indo comprar em outras cidades. No entanto, precisam levar em conta o desgaste do carro, combustível, o tempo, o risco de estar na estrada e, no fim, nem sempre essa se torna uma alternativa viável”

O Presente

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