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Marechal Produção de gás de cozinha

Rotary Beira Lago implanta biodigestores domésticos na Vila Rural

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Fermino Malikowski e mais quatro pessoas agora têm gás proveniente do biodigestor (Foto: Joni Lang/OP)

O que antes era passivo ambiental, há cerca de um mês gera gás de cozinha em duas propriedades da Vila Rural Santa Clara, em Marechal Cândido Rondon. Trata-se de um projeto do Rotary Club Beira Lago, viabilizado por meio de recursos do Distrito 4.640 com contrapartida clube rondonense.

Uma das propriedades beneficiadas é a de Fermino Malikowski, cujo biodigestor abastece duas casas há dez dias. Os dejetos de gado e de porco antes jogados na roça são transformados em gás de cozinha. A outra família beneficiada é de Rubens Amorim, onde os dejetos de porco são transformados em gás, que, por sua vez, é utilizado na cozinha para o preparo das refeições. Lá funciona há um mês.

Malikowski e Amorim dizem estar satisfeitos, uma vez que, além do destino correto ao meio ambiente, o biodigestor vai gerar economia no bolso por não precisar adquirir gás de cozinha.

Rubens Amorim diz que ele e sua família estão muito satisfeitos com os benefícios do biodigestor (Foto: Joni Lang/OP)

 

PROJETO-PILOTO

Em visita ao O Presente, a presidente do Rotary Beira Lago, Elza Hofer, disse que todo ano são elaborados projetos e solicitados recursos distritais ou internacionais. “Entrei no Rotary em 25 de julho de 2018, quando Willian Arnhold era o presidente do clube e ele sugeriu duas palestras externas para trazer informações para conhecer o meio onde estamos inseridos e identificar necessidades da população. Apresentamos o projeto do biodigestor doméstico, que tem como autora Elisiane Salzer, que na época era minha aluna no mestrado profissional em Administração na Unioeste. A palestra foi apresentada em reunião do Rotary, cujos membros demonstraram grande interesse pelo assunto. Depois definimos por implantar o projeto do biodigestor doméstico na Vila Rural. Nós pedimos e conseguimos recursos distritais de US$ 1,5 mil (dólares) para instalar os biodigestores”, expõe, acrescentando: “Em seguida, nos reunimos com moradores e nove famílias se mostraram interessadas, das quais duas foram selecionadas a partir de um questionário apresentado por nós. O foco da pesquisa era o desenvolvimento de atividade rural e se elas geram dejetos orgânicos”.

Elza conta que foram adquiridos e instalados os biodigestores na propriedade de Amorim, onde há seis pessoas, e na de Malikowski, onde o gás abastece duas casas, com total de cinco pessoas. “Eles se mostram satisfeitos, pois os biodigestores geram gás para toda a alimentação, até no disco”, comenta.

Conforme a presidente do Rotary Beira Lago, o projeto está surpreendendo positivamente. “O próximo passo é solicitar recursos para cobrir a Vila Rural com biodigestor doméstico, ou seja, disponibilizar o benefício aos demais moradores”, revela.

Governador assistente do Distrito 4.640 do Rotary, Willian Arnhold, professora Elisiane Salzer e presidente do Rotary Club Beira Lago, Elza Hofer: “Intenção é aprimorar o projeto, hoje experimental, para ser expandido e beneficiar toda a Vila Rural” (Foto: Joni Lang/OP)

 

SUSTENTABILIDADE

Elisiane menciona que o mestrado profissional da Unioeste entra na linha da sustentabilidade. “Na época vimos no Globo Rural o biodigestor doméstico na região Nordeste. Fiz o projeto inicial e pesquisas, depois verifiquei em Pernambuco e procurei saber se uma região no Sul do Brasil tinha esse biodigestor, tendo localizado em Seara, Santa Catarina. Lá em Seara o projeto começou com cinco biodigestores e hoje são mais de 30, com abastecimento diferente, a partir de dejetos de suínos, gado, ovelha, codorna e de humanos, sendo que os produtores estavam satisfeitos”, relata.

Ela diz que o objetivo era saber se havia algum benefício em relação à sustentabilidade e ao saneamento rural com dejetos humanos e animais e transformar isso em renda por virar gás. “Em Santa Catarina eles usam o gás na agroindústria e pretendemos fazer isso aqui também”, relata.

Segundo Elisiane, que atualmente coordena o curso de Ciências Contábeis no Isepe, a ideia é gerar benefício e contribuir à sustentabilidade por meio da retirada do dejeto do meio ambiente e da geração de retorno ao produtor. “Durante a fase de dissertação do mestrado conversei com algumas pessoas de municípios da região, concluindo que o biodigestor doméstico não é tão difundido aqui pela falta de conhecimento. A intenção é propagar o projeto. Tendo esses dois primeiros biodigestores, mostramos que é possível implantar e ampliar. Outro ponto é fazer parcerias com prefeituras da região para dar destino correto aos dejetos”, aponta Elisiane.

 

NOVA FASE

Atual governador assistente do Distrito 4.640 do Rotary Club, Arnhold conta que o Rotary tem seis áreas de enfoque: Paz e resolução de conflitos; prevenção e tratamento de doenças; água e saneamento; saúde materno-infantil; educação básica e alfabetização; e desenvolvimento econômico e comunitário. “Para participar do processo de subsídio distrital é preciso apresentar um projeto sustentável que contemple os seis itens. Este projeto de biodigestor doméstico se encaixa, então nós concorremos. Em assembleia com o governador, a equipe ficou encantada com o projeto, que mais se destacou em nível distrital. Eles sugeriram aprimorar este projeto e incluir atrativos como bomba para fertilizante e captação da água da chuva. Com isso, almejamos um subsídio global de US$ 50 mil a US$ 70 mil”, enfatiza.

Segundo ele, o governador do Distrito 4.640, Edson Barbosa, foi enfático ao recomendar a elaboração de um projeto em nível global, procurando um parceiro no mundo. “Hoje há grandes financiadores e um dos principais países é a Índia. As contrapartidas, caso o resultado seja positivo, são do clube, do distrito e do parceiro global”, pontua o governador assistente.

Elza comenta que o projeto será reescrito para solicitar recursos em nível global. “É recomendado pelos benefícios que gera. Hoje dos seis itens tem o desenvolvimento econômico e social aos vileiros, bem como ao meio ambiente. Pretendemos fazer uma reunião com a associação para ampliar. Vamos tentar, há grandes chances pelas questões sociais e ambientais, o que pode trazer recursos de US$ 30 mil a US$ 70 mil”, destaca a presidente do Rotary Beira Lago.

Projeto-piloto que viabiliza produção de gás de cozinha está em vigor há cerca um mês, todavia finalidade é expandi-lo. Clube de serviço vai aprimorá-lo e espera conquistar subsídio global de até US$ 70 mil (Foto: Joni Lang/OP)

 

CRONOGRAMA

A pesquisa visando à elaboração do projeto do biodigestor doméstico foi produzida no ano de 2017, com defesa da dissertação do mestrado em 2018. Já o projeto foi apresentado por Elisiane em reunião do Rotary Club Beira Lago em meados de julho do ano passado.

No mês de outubro de 2019 o projeto foi levado a conhecimento do Distrito 4.640 do Rotary Club, com resultado positivo em janeiro deste ano. A partir de então houve a realização de reuniões na Vila Rural, com pesquisa e seleção até chegar aos dois contemplados nesta fase inicial, seguida pela instalação.

 

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