Fale com a gente

Marechal 64 vagas disponíveis

Sem demanda, curso de História da Unioeste pode precisar remanejar um dos turnos

Graduação tem 64 vagas remanescentes disponíveis no Provare. Ao O Presente, coordenador do curso avalia cenário e destaca medidas tomadas para reverter a situação

Publicado

em

(Foto: Sandro Mesquita/OP)

O curso de História da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), campus de Marechal Cândido Rondon, tem 64 vagas remanescentes, sendo 27 no período noturno e 27 no matutino. Interessados nas vagas podem se inscrever através do Provare – saiba mas clicando aqui.

Em entrevista ao O Presente, o coordenador do curso, Antônio Bosi, comenta que o problema da demanda é restrito à graduação, vez que a pós-graduação recebe acadêmicos de fora da cidade e diferentes regiões do Estado. “Não é nosso desejo e nem é correto que a universidade funcione com meia capacidade ou perto disso, mas temos tido problemas para preencher as 80 vagas da graduação”, diz.

Problema não só de licenciaturas

Segundo ele, a falta de demanda tem sido sentida pelas licenciaturas de modo geral, especialmente as presenciais de universidades públicas. “A profissão tem sido desvalorizada no que diz respeito a salário, condições de trabalho, prestígio na sociedade e tudo o mais tem conspirado contra”, salienta.

Com a pandemia e outros fatores, outros cursos também passaram a sofrer com a sobra de vagas. “As graduações sofrem com o sombreamento, que acontece quando há cursos similares em uma mesma região, e com a concorrência com cursos EAD. Mesmo sendo pagos, o ensino a distância tem um custo menor do que quando oferecido por universidades públicas e o estudante precisa se manter em outra cidade”, pontua Bosi.

Calendário fora de curso

O coordenador do curso cita ainda a não correspondência entre o calendário da Unioeste e dos colégios como uma das dificuldades. “Foi elaborado um calendário que acelerasse os meses sem aulas devido à Covid-19, mas o calendário ficou desencontrado do calendário do Ensino Médio, seja ele publicou ou privado”, ressalta.

Essa dificuldade é praticamente insolúvel, afirma Bosi, uma vez que o aluno não pode acessar a universidade sem ter completado o Ensino Médio. “Só vai ajustar quando o calendário for normalizado. Até lá, utilizamos recursos como o Provare”, expõe.

Mudanças na oferta

Questionado sobre a possibilidade de que um dos turnos do curso de História seja fechado devido à falta de demanda, Bosi diz que é preciso avaliar as altas e baixas da demanda. “A existência do curso se dá pela existência de uma demanda externa. Se a diminuição permanece, precisamos pensar no que fazer com um dos cursos. No momento, estamos em um ponto crítico”, avalia, pontuando que a menor demanda é para o turno matutino.

Ele menciona que, em casos extremos, o que acontece é um remanejamento das vagas. “Uma possibilidade é enviar essa turma para outro campus, provavelmente Cascavel, onde pode haver mais demanda. Outra possibilidade é usar essas vagas e converter para outro curso, que pode ser novo ou derivado de um curso já existente”, explica.

Apoio ao acadêmico

O coordenador frisa que, ao ingressar na universidade, o estudante tem acesso a uma rede de apoio que o auxilia na conclusão da graduação.

“Os universitários têm acesso a restaurante universitário, onde cada refeição custa R$ 4, e profissionais para apoio psicológico. Os cursos também têm bolsas de estudo de diversos tipos, desde ensino, passando pela extensão e chegando na pesquisa, num valor aproximado de R$ 500, com duração de 12 meses ou mais”, detalha.

Ele lembra, ainda, do projeto da moradia estudantil, que está em fase de implantação e deve garantir acesso aos alunos que vêm para Marechal Rondon. “Então, existe uma infraestrutura muito boa e serviços pensados em garantir ou, pelo menos, criar condições mínimas para que o acadêmico possa se dedicar aos estudos em boas condições”, enaltece.

Coordenador do curso de História, Antônio Bosi: “Existe uma infraestrutura muito boa e serviços pensados em garantir ou, pelo menos, criar condições mínimas para que o acadêmico possa se dedicar aos estudos em boas condições” (Foto: Raquel Ratajczyk/OP)

Reforma do PPP

O curso de História também passou por reformas em seu Projeto Político Pedagógico (PPP), que buscou incluir disciplinas mais dinâmicas e atualizadas para os alunos, além de incorporar a disciplina de Escrita Criativa.

“Também desvinculamos o estágio do TCC, que antes se encontravam no fim do ano e, agora, você termina um e faz o outro”, comenta Bosi, informando que a reforma do PPP deve ser implantada em março do ano que vem.

Pensando no papel social da universidade, o coordenador diz que a graduação em História vai oferecer um curso de Tecnólogo sobre Tecnologias Educacionais com ênfase em Humanidades. “É o primeiro do Brasil e vai ser oferecido por professores de áreas diferentes da Unioeste em convênio com a Prefeitura de Toledo que será assinado na quinta-feira (13)”, informa.

Segundo ele, outros cursos desse tipo devem ser ofertados futuramente, pensando em atender demandas específicas da região. “Com isso, a universidade amplia seu papel social, que é formar recursos humanos que tenham capacidades, condições e habilidades para contribuir com o progresso e o desenvolvimento da região”, enfatiza.

Além da sala de aula

Bosi destaca que o profissional formado no curso de História tem um campo de atuação que ultrapassa os limites da sala de aula. “Os alunos têm à disposição um laboratório de digitalização e microfilmagem. Então, é um espaço para a formação de recursos humanos, não só para dar aula, mas também para manejar essa documentação”, relata.

O know-how na área tem possibilitado, inclusive, trabalhos realizados para instituições de fora de Marechal Rondon. “Digitalizamos materiais do Museu Imagem do Som de Cascavel, também material cartorial judicial e a documentação da Fundação Araucária, que é sediada em Curitiba, mas procura nossos serviços”, exemplifica.

O campo de atuação se expande também com a possibilidade da pós-graduação, expõe o professor. “O curso oferece continuidade para quem quiser seguir na área, com mestrado acadêmico e doutorado no campus”, aponta.

Infraestrutura de ponta

Conforme o coordenador, a vasta atuação do curso é amparada por uma infraestrutura de primeira. “Temos um prédio de dois andares, em torno de 1,6 mil m² com miniauditório, laboratórios e salas com as coordenações do curso de pós-graduação de História e Geografia”, detalha.

Além disso, ele evidencia que a graduação conta com um núcleo de documentação antigo, de quando a Unioeste ainda era Facimar. “Há uma documentação muito importante sobre a região reunida ali”, expõe.

O Presente

Clique aqui e participe do nosso grupo no WhatsApp

Copyright © 2017 O Presente