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Com plantio antecipado, safrinha deve escapar de intempéries climáticas

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Foto: Leme Comunicação

 

Muitos dias sem chuva e, quando a água caía do céu, vinha desuniforme e insuficiente. Foi assim que os produtores viam as lavouras perderem, dia após dia, sua capacidade produtiva e agora, no período da colheita, as significativas perdas.

A colheita da soja no ano safra 2018/2019 foi antecipada, segundo o engenheiro agrônomo Cristiano da Cunha, da Agrícola Horizonte, justamente por conta do clima, que não colaborou com o desenvolvimento das plantas em uma das fases mais críticas da cultura. “A soja teve uma maturação antecipada em função da seca”, enaltece.

Ele diz que, apesar do adiantamento da colheita, Marechal Cândido Rondon teve as primeiras áreas colhidas por volta do dia 18 de dezembro, as quais não receberam o milho de 2ª safra logo na sequência.

Mesmo agora, apesar de algumas áreas mostrarem o início da emergência do milho, Cunha ressalta que os produtores deram preferência por semear as lavouras a partir do dia 10 a 15 de janeiro. “Isso porque existe um grande risco em fazer o plantio do milho muito cedo, entre fim de dezembro e início de janeiro, que é o de a lavoura ser atingida por estiagem no início de março, período que coincide com o florescimento da cultura”, explica.

A maioria dos produtores do grão começaram o plantio na semana passada, por isso, algumas áreas ainda estão sendo semeadas enquanto que outras já estão finalizadas.

 

Potencial produtivo

Se de um lado o resultado da safra de soja prejudicou os produtores, de outro, deixar o solo livre para a entrada do milho tem certos benefícios.

O principal deles, aponta Cunha, está na diminuição do risco de as plantações serem atingidas por geadas. “No período em que a geada pode ocorrer na nossa região, o milho já estará maduro e talvez até colhido, pois quando plantado, por volta de 15 de janeiro, ele será retirado da lavoura da segunda quinzena de maio para frente, escapando das baixas temperaturas”, menciona.

Além disso, acrescenta o profissional, esta época determinada de plantio e colheita da cultura também apresenta o melhor potencial produtivo do milho.

 

Perda de 39%

Com 72% da área de soja colhida nos municípios abrangidos pelo Núcleo Regional de Toledo do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento (Seab), já há números que apontam significativa baixa no resultado da cultura.

Conforme o técnico do Deral, Paulo Oliva, a projeção inicial para os 20 municípios do Oeste era de que fossem colhidas 1.805.280 toneladas de soja, no entanto, a projeção caiu para 1.062.948. “É uma redução de 39%, um número bem abaixo do que foi projetado no início do ciclo”, ressalta.

Na regional, foram plantados 481.408 hectares de soja.

Oliva comenta que, no entanto, cada produtor e cada município têm suas particularidades quanto ao impacto do clima na safra 2018/2019. Em Marechal Rondon, por exemplo, que tem 70% das áreas de soja colhidas, ele expõe que os danos foram muito significativos, resultando em problemas de qualidade nos grãos de soja. “Não há uma concentração de dano específico. Em Toledo, por exemplo, tivemos mais chuva do que em Marechal Rondon, onde a situação está bem mais crítica. Em Guaíra, as lavouras já estão em outra situação, por isso não podemos generalizar”, declara.

 

Frustração

Oliva salienta que para os produtores da microrregião, o resultado da safra de verão é resumido em frustração. “Viemos de seis safras muito boas, então o resultado que a soja teve neste ano frustrou muito os produtores, tanto aqueles que tiveram mais perdas quanto os que tiveram menos”, menciona.

Ele diz que na abrangência do Núcleo Regional de Toledo as áreas de soja ainda estarão sendo colhidas até a primeira semana de fevereiro.

Todavia, aquelas que já tiveram a soja retirada do campo estão recebendo o milho de segunda safra. “Acredito que o produtor vai tentar buscar se equilibrar com a segunda safra de milho”, enfatiza.

De acordo com o Núcleo de Toledo da Seab, a estimativa de área a ser plantada com milho safrinha é de 442.985 hectares. “Devido à antecipação da colheita da soja em função do próprio clima, o plantio do milho neste período permite certa tranquilidade aos produtores no sentido de escapar das geadas, caso ocorram, e do período mais frio do ano”, conclui Oliva.

 

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