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Municípios Assuinoeste e AMS

Crise na suinocultura preocupa entidades organizadas do setor

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(Foto: Divulgação)

Depois de anos apresentando números positivos na suinocultura, o ramo se encontra em um de seus piores momentos. “O cenário da suinocultura está bem precário em relação ao preço. Os produtores independentes que ainda existem estão resistindo fortes, mas está bem preocupante”. A avaliação é do presidente da Associação Municipal de Suinocultores de Marechal Cândido Rondon (AMS), Sérgio Barbian.

Antes de se deparar com as “portas fechadas” em 2022, a suinocultura acumulava indicativos positivos. “Em torno de um milhão de toneladas de carne suína foi comercializada com outros países em 2020, um aumento de 11,56% em relação aos meses de janeiro a setembro do ano anterior. No ano passado, as exportações tiveram um aumento de 11%, passando para 1,13 milhão de toneladas de carne suína. Porém, o cenário escureceu repentinamente ainda em 2021, com a geada e a seca na região Oeste do Paraná e seu entorno”, relembra a presidente da Associação Regional de Suinocultores do Oeste do Estado (Assuinoeste), Geni Bamberg.

Em harmonia às colocações de Geni, Barbian pontua que a criticidade do setor segue nos próximos cinco meses, quando haverá um momento decisivo: a colheita da safrinha. “Vamos torcer para que a safrinha seja boa, senão estou vendo um cenário muito ruim para o futuro da suinocultura”, adianta, pontuando que a produtividade afeta na produção de ração com qualidade e preço viável.

Presidente da Associação Municipal de Suinocultores de Marechal Rondon (AMS), Sérgio Barbian: “Com a diminuição da produção e custos altos se estabilizando, o produtor pode acabar abandonando a atividade. Há alguns anos os pequenos suinocultores vêm sendo encolhidos e isso vai ficar mais visível” (Foto: Raquel Ratajczyk/OP)

 

Oferta e demanda

A lei da oferta e da demanda deve ter um equilíbrio que agora se apresenta desordenado na suinocultura, aponta Geni. “A grande oferta fez com que o valor do quilo do suíno pago ao produtor, em especial aos criadores independentes, caísse para R$ 4,40, enquanto os custos de produção se elevaram para próximo de R$ 8. O prejuízo é de aproximadamente R$ 300 por suíno”, reforça.

 

Impactos nos produtores

A presidente da Assuinoeste considera que a atividade é desafiadora ao extremo para produtores de ciclo completo, que precisam descartar matrizes e diminuir o plantel, mas também respinga nos produtores integrados em dimensões menores. “Com a diminuição da produção e custos altos se estabilizando, o produtor pode acabar abandonando a atividade. Há alguns anos os pequenos suinocultores vêm sendo encolhidos e isso vai ficar mais visível”, antecipa o presidente da AMS.

“No sistema de integração, a integradora absorve esse prejuízo e dilui nos demais produtos fabricados. Acontece que os produtores ficam mais tempo com os animais nas granjas, o que ‘atrasa’ outros lotes”, pontua Geni.

Presidente da Associação Regional de Suinocultores do Oeste do Estado (Assuinoeste), Geni Bamberg: “No sistema de integração a integradora absorve esse prejuízo e dilui nos demais produtos fabricados. Acontece que os produtores ficam mais tempo com os animais nas granjas, o que ‘atrasa’ outros lotes” (Foto: Divulgação)

 

Suinocultores rondonenses

Barbian menciona que é notável a contestação dos suinocultores diante do cenário de crise, mas ainda assim é perceptível o gosto pela profissão. “Quando você está instalado em uma atividade é difícil abandonar e a resistência do produtor vai até ‘nas últimas’. Se os preços ficarem inviáveis, se não tiver mais dinheiro para cobrir os custos e não compensar mais, a suinocultura vai se perder, porque é impossível segurar isso por muito tempo”, enfatiza.

 

Assuinoeste

A Assuinoeste tem passado por uma remodelação para atender as necessidades do modelo atual de criação de suínos, em que prevalece o sistema de integração com empresas. “A associação oferece vários produtos e serviços, como licenças ambientais, projetos agrícolas, planos de saúde e outras parcerias. A Assuinoeste está à disposição do produtor para, juntos, buscarmos melhorias para a suinocultura”, reforça a presidente.

A Assuinoeste terá nova eleição da mesa diretiva em abril.

 

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