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Municípios Produtores esperançosos

Dada a largada ao plantio do milho safrinha na região

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(Foto: Divulgação)

Aos poucos, as áreas cultivadas com soja na região Oeste do Paraná abrem espaço para o plantio do milho safrinha, que traz uma nova esperança aos agricultores, depois da frustração com a safra de verão. Até meados da próxima semana a colheita da oleaginosa deve ser finalizada na regional de Toledo, conforme expectativa do Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab), e as áreas ganharão, em breve, um verde novo, com a germinação das mudas do cereal.

Cerca de 35% das áreas de soja foram colhidas até o começo da semana na Regional (segunda-feira, 07) e o ritmo se intensifica a cada dia, menciona o técnico do Deral, Paulo Oliva. “A atual previsão de produção é de 416 mil toneladas, o que representa uma perda de aproximadamente 77% em relação à estimativa inicial”, pontua.

 

Área maior

No que diz respeito ao milho safrinha, em torno de 25% das lavouras da Regional de Toledo foram semeadas até o momento. “Com as chuvas que ocorreram de forma generalizada e em bons volumes, o plantio vem se intensificando na região. O zoneamento vai até 28 de fevereiro”, expõe Oliva, acrescentando que os produtores esperavam pela precipitação para acelerar o processo e aproveitar a janela ideal de plantio: “Com o clima ajudando, podemos ter bons resultados na safrinha e ‘repor’ os prejuízos da safra de verão”.

O técnico do Deral diz que a área cultivada com milho safrinha neste ano será maior em oito mil hectares se comparado com a última safra. “Devemos ter 438 mil hectares cultivados com milho safrinha na Regional. Se as condições forem favoráveis, há estimativa que se produza 2,6 milhões de toneladas. A área é maior do que a da safrinha anterior, quando foram plantados 430.722 hectares e se produziu 1.201.541 toneladas devido às perdas pela seca e geadas”, relembra.

Na contramão, as lavouras de trigo devem diminuir na Regional em 2022. “Devemos cultivar nesta safra cerca de 30 mil hectares de trigo com uma produção estimada de 91,5 mil toneladas”, compara Oliva.

Técnico do Deral, Paulo Oliva: “Devemos ter 438 mil hectares cultivados com milho safrinha na Regional. Se as condições forem favoráveis, há estimativa que se produza 2,628 milhões de toneladas” (Foto: Divulgação)

 

Marechal Rondon

Em Marechal Cândido Rondon, mais da metade das áreas já está com o milho implantado. “Não havia previsão de chuvas significativas e alguns plantaram no pó, enquanto outros aguardaram as chuvas. Por fim, quem arriscou foi privilegiado com algumas pancadas de chuva e o milho germinou de forma satisfatória. Majoritariamente quem aguardou uma umidade de perfil mais adequada para o plantio tem seguro, porque só passa a ter validade após a germinação da cultura”, explica o vice-presidente do Sindicato Rural rondonense, engenheiro agrônomo Cévio Mengarda.

Segundo ele, os produtores do município devem conseguir implantar o milho dentro do zoneamento agrícola. “Desconheço qualquer propriedade que tenha soja que se estenda com a colheita após 28 de fevereiro. Então, se continuarmos com as precipitações, com certeza até lá 100% da área da região estará semeada com a segunda safra”, pontua.

 

Bom começo

Mengarda frisa que o período de dificuldades vivenciado pelos agricultores, talvez com uma das piores safras já vista, faz com que a safrinha seja ainda mais importante. “Estamos plantando a segunda safra cedo, com um bom perfil de umidade de solo. Os meteorologistas sinalizam um enfraquecimento do fenômeno La Niña a partir de março. Com certeza o plantio da segunda safra e essas chuvas renovam a esperança dos agricultores”, enaltece.

Apesar das previsões de pouca chuva no começo do plantio, a germinação foi boa, com desenvolvimento de plantas e excelente potencial produtivo, avalia o agrônomo. “Um plantio bem efetuado, com germinação de uma população dentro do estande adequado, é meio caminho andado. A partir disso, ficamos dependentes de dois fatores: humano e climático. O fator humano se refere às aplicações na hora correta e o climático são as chuvas e geadas, que ficam a cargo de São Pedro e de Deus, mas a gente espera que eles sejam bondosos conosco nessa safra”, salienta.

 

Incidência de pragas

Conforme o vice-presidente do Sindicato Rural, a incidência de pragas tem se agravado nas propriedades. “Quem efetuou o plantio cedo, entre 10 e 15 de janeiro, e conseguiu uma boa germinação teve dificuldade no controle de insetos, principalmente da cigarrinha, tripes e percevejo, e depende de cada agricultor de ter feito o manejo correto”, expõe.

Vice-presidente do Sindicato Rural, engenheiro agrônomo Cévio Mengarda: “Um plantio bem efetuado, com germinação de uma população dentro do estande adequado, é meio caminho andado” (Foto: Divulgação)

 

Potencial de produtividade

Ele ressalta que a cultura do milho é mais resistente que a de soja em termos de deficiência hídrica, mas o tempo tem ajudado até o momento. “Sentimos a diminuição da temperatura e não temos tantos dias de calor escaldante e raios solares intensos. As noites estão um pouco mais frias, então a umidade se conserva por um tempo maior. Desta forma, tendo um plantio e um estande adequado, a lavoura tem potencial produtivo expressivo”, considera.

 

Expectativa de boa produtividade

Se os últimos meses foram repletos de desafios e momentos tensos para os agricultores, os próximos são de expectativa. “Depois da frustação que houve, nossa esperança está toda depositada na safrinha. Nossa média está ficando em 26 sacas por alqueire na safra de soja. Infelizmente, não tem o que fazer. É erguer a cabeça e seguir com o projeto safrinha para amenizar o ano”, afirma o produtor bragadense Marcio Rieger.

 

Cada dia conta

Ele vem plantando o milho segunda safra desde 24 de janeiro e já cultivou cerca de 80% das suas áreas, localizadas na Linha XV de Novembro em Pato Bragado. “As plantas se desenvolveram bem. Agora estamos na segunda etapa do plantio, após essa última chuva com média de 110 milímetros. Teremos uma terceira fase onde o soja foi plantado um pouco mais tarde, mas, em todo caso, até final de fevereiro o milho safrinha estará todo cultivado”, expõe.

Uma boa implantação faz toda a diferença para a safrinha, segundo Rieger. “A cada dia que o produtor não consegue entrar para o plantio na janela representa muito no final por causa do inverno. Em dias mais longos a planta não se desenvolve tão rápido quanto no verão. Então, um dia atrasado no começo pode representar uma geada cedo ou uma estiagem que sempre acontece em março e abril. Cada período da safrinha é delicado”, considera, pontuando que, nesse entremeio, os cuidados com as pragas devem ser constantes: “Principalmente a cigarrinha, que pode enfezar e destruir uma lavoura inteira. Precisamos ter esses cuidados para não prejudicar a produtividade. Afinal, o milho é uma safra cheia se cuidar direitinho no começo”, menciona.

Agricultor Marcio Rieger: “Depois da frustação que houve, nossa esperança está toda depositada na safrinha. É erguer a cabeça e seguir em frente para amenizar o ano” (Foto: Divulgação)

 

“Indo bem”

Nas terras do rondonense Eno Pedde, localizadas na Esquina Guaíra, o plantio do milho safrinha está finalizado e, segundo ele, tudo tem ido bem. “A expectativa de produtividade é boa, porque as plantas têm nascido muito bem. Só falta germinar uma área que plantamos quarta-feira (09) e o restante está com média de 50 centímetros (cm) na primeira parte, 20 cm na segunda e a terceira com 10 cm”, detalha.

Pedde ressalta que o começo da safrinha se dá desde antes do plantio, com a escolha de adubos, sementes e aplicação de inseticidas. “O pontapé inicial é esse e é favorecido quando se entra na lavoura no dia certo. É preciso aproveitar os horários e os dias bons de plantar, até abandonando as outras coisas para dar conta do que é o mais necessário, o plantio”, comenta.

 

À espera da chuva

Agora os olhos dos agricultores se voltam para o céu, em busca das tão preciosas chuvas. “Deu uma esfriada, mas parece que a chuva está um pouco distante. Essa é a lida do agropecuarista, precisa sempre olhar para cima”, frisa.

Produtor Eno Pedde, alegre por ver o milho safrinha se desenvolvendo plenamente: “A expectativa de produtividade é boa, porque as plantas têm nascido muito bem” (Foto: Raquel Ratajczyk/OP)

 

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