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Estudo da 20ª Regional de Saúde mostra evolução da Covid-19 no Oeste do Paraná

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Chefe de Divisão de Acesso e Regulação da 20ª Regional de Saúde, Nissandra Karsten: “Esse estudo nos possibilita ver o aumento de doentes atendidos na rede pública e privada" (Foto: Divulgação)

Desde o dia 11 de março deste ano, quando a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou o surto do novo coronavírus (SARSCoV-2) como pandemia, o mundo vê, a cada dia, um crescimento de pessoas infectadas e milhares que necessitam de leito hospitalar. A Covid-19, como foi designada a doença, também faz muitas vítimas em todos os continentes e tem provocado instabilidade social e econômica.

Sem registros na literatura científica, a doença ainda é um mistério e objeto de estudo desde dezembro de 2019, quando foi identificada na província de Wuhan, na China. Desde então, cientistas de várias partes do mundo travam uma corrida contra o tempo na busca por uma vacina contra a Covid-19, enquanto que a população adota o isolamento social e os cuidados de higiene como únicas formas de prevenção.

No Brasil, os casos confirmados de Covid-19 passam de 1.864.680 e mais de 72 mil óbitos, segundo dados do Ministério da Saúde. No âmbito da 20ª Regional de Saúde, o boletim epidemiológico do dia 10 de julho trouxe mais de 3,5 mil casos. Destes, 1.389 ainda apresentavam sintomas da doença, 2.140 já estavam recuperados e 28 estavam internados. O boletim ainda apontava 36 óbitos pela doença na região com abrangência a 18 municípios.

Esses dados são importantes para acompanhar a evolução da doença e, com isso, reforçar as estratégias para prevenir o contágio. Mas, um novo estudo busca identificar o perfil dos pacientes do novo coronavírus, o crescimento dos casos, a ocupação dos leitos hospitalares e como o vírus se comporta na região.

 

ESTUDO

O Censo Covid é uma iniciativa da chefe de Divisão de Acesso e Regulação da 20ª Regional de Saúde, Nissandra Karsten. Os trabalhos iniciaram com o aparecimento das notificações da doença. Ela conta que os pacientes mais graves eram encaminhados para as unidades de referências, mas para ter um conhecimento geral do comportamento da doença era necessário ter um olhar na região como um todo. “Entendemos que há pacientes que são do grupo de risco e que poderiam estar internados em clínicas particulares ou hospitais conveniados e que não teríamos esses dados porque eles não foram notificados pela central de leitos”, menciona.

Nissandra diz que ela montou um grupo no WhatsApp com prestadores de serviço da rede particular e conveniada que relatam, diariamente, as informações de todos os pacientes notificados com Covid-19. “No grupo, esses prestadores informam a quantidade de pacientes e mais algumas informações gerais. No privado eles enviam detalhes como idade, sexo, doença pré-existente, entre outros dados”, expõe.

Com isso, este Censo Covid consegue trazer informações de ocupação de leitos, crescimento dos casos e local onde os pacientes estão internados. “Esse estudo nos possibilita ver o aumento de doentes atendidos na rede pública e privada, os que foram transferidos para hospitais particulares de Cascavel, por exemplo. Também identificamos os grupos de riscos que são encaminhados para as unidades de saúde e aqueles pacientes que são atendidos nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e que não precisam ser transferidos para hospitais de referência e terminam o tratamento em isolamento domiciliar”, comenta.

A chefe de Divisão de Acesso e Regulação da 20ª Regional de Saúde e idealizadora do Censo Covid enfatiza que este estudo possibilita integrar as informações dos serviços privados e conveniados com o banco de dados do SUS e ter um universo mais amplo dos pacientes. Além disso, com o cruzamento de dados, segundo ela, o Censo Covid pode mostrar pacientes que estão internados em outros municípios e que não eram de conhecimento da Secretaria de Saúde da cidade de origem.

“E quando falamos em Covid-19 nós cuidamos e nos preocupamos com o doente. Mas é o município que tem que cuidar da família do doente, certificando que eles, os integrantes, estão em isolamento domiciliar e se preparando para receber o paciente quando ele voltar para casa. Esse Censo possibilitou que essas informações chegassem para todos”, enaltece.

 

DADOS

As informações do Censo mostram através de tabelas a ocupação dos leitos pediátricos, enfermaria geral adulto e leito de UTI adulto por pacientes suspeitos da Covid-19 entre os meses de abril, maio, junho e até o dia 12 de julho.

“Na comparação, percebemos que os leitos pediátricos foram o que tiveram a menor procura. Já os leitos de enfermaria apresentam o maior número de ocupação com 50 pacientes suspeitos internados no mesmo dia e depois a UTI adulto, sendo que chegamos a ter quase 35 leitos ocupados somando os públicos e privados”, relata Nissandra.

Segundo ela, o mês de junho apresenta a maior curva de ocupação dos leitos. Esse também foi o período com a maior quantidade de casos na Regional. Nissandra acrescenta que os dados preliminares de julho seguem uma linha intermediária na compilação das informações. “Por enquanto estamos numa linha muito próxima com os dados de junho com uma ligeira queda, porém ainda pequena. Então, as orientações do isolamento social se mantêm com o objetivo de que possamos apresentar uma queda nos casos e na ocupação dos leitos hospitalares”, salienta.

Ela destaca que a pandemia da Covid-19 já dura quatro meses e que todas as informações captadas até agora foram usadas para reforçar as medidas de segurança para evitar a contaminação e avançar nos cuidados e tratamento dos doentes. Enquanto isso, Nissandra atua na captação de dados que possam auxiliar na produção de artigos e mais estudos sobre o comportamento da doença na região Oeste. “Agora estamos trabalhando com as variáveis da Ala Covid e, posteriormente, pretendemos afunilar mais os casos para identificar o perfil e os pacientes que evoluíram para óbito”, conclui.

 

Com Jornal do Oeste

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