Municípios Condições climáticas favoráveis
Expectativas de produção de milho na região superam safrinhas anteriores
O milho está de vento em popa no Oeste paranaense. Com chuvas na medida, temperaturas agradáveis e sol marcando presença, a safrinha tem tudo conspirando a seu favor e reforçando seu status de 2ª safra na região.
As condições climáticas apresentadas até o momento têm favorecido o desenvolvimento desta cultura, avalia o técnico do Departamento de Economia Rural (Deral) de Toledo da Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento (Seab), Paulo Oliva. “As condições até o momento são boas e esperamos que continue assim”, adianta.
O engenheiro agrônomo Cristiano da Cunha, por sua vez, considera que as condições climáticas têm sido “excelentes” para a safrinha. “Não tivemos nenhum período extremo de seca e nem excesso de chuvas. Também não tivemos temporais que causassem danos e estragos às lavouras ou chuva de granizo até o momento. As temperaturas foram boas até o momento, tendo em vista que o milho é uma planta extremamente dependente da temperatura para armazenar energia até que entre na fase na fase reprodutiva”, expõe.
Estimativa de produção
Os 449.029 hectares (ha) de milho safrinha cultivados no Núcleo Regional de Toledo da Seab devem produzir 2.795.694 toneladas de grãos, conforme estimativa do Deral. No Paraná, o último levantamento mensal indica uma produção de 15.923.119 toneladas em uma área de 2.693.685 ha de lavouras. “A projeção de produção até momento é excelente, ainda mais se considerado que, no ano anterior, tivemos uma quebra de 51% em relação ao cenário estimado devido à seca e, principalmente, às geadas severas”, avalia Oliva.
O engenheiro agrônomo aponta que a projeção de produtividade por alqueire desta segunda safra já supera a de anos anteriores. “A expectativa de produtividade média da região, na minha avaliação, gira em torno de 220 a 230 sacas por alqueire, com algumas áreas tendo produtividade acima de 300 sacas e outras um pouco abaixo. Em 2021 a projeção era bem baixa, mas nos anos anteriores a gente estimava produtividades de 170 a 180 sacas por alqueire”, compara.
Enchimento de grão
Os milharais de Marechal Cândido Rondon e região estão na fase de enchimento de grãos, pontua Cunha. “Na polinização a cultura passa do estágio vegetativo ao reprodutivo e, após polinizar, começou o enchimento de grãos. A maioria das áreas está nessa fase chamada de grão bolha”, expõe.
O engenheiro agrônomo reforça que a safrinha atual apresenta um desenvolvimento melhor do que as anteriores. “As plantas estão muito bem desenvolvidas, com um potencial bastante alto, mostrando que tudo o que aconteceu desde o plantio até agora foi muito bom para que essas plantas tivessem um desenvolvimento satisfatório”, destaca.
Daqui em frente
Tratando sobre a implantação da cultura, o técnico do Deral aponta que a safrinha em curso contou com mais áreas plantadas com antecipação do plantio, o que deve garantir vantagens ao agricultor. “Só temos previsões sobre as condições climáticas dos meses subsequentes, mas esperamos que o clima continue favorecendo para que tenhamos uma boa safra e que os produtores amenizem os prejuízos causados pela seca na safra de verão”, amplia.
Cunha salienta que a antecipação foi de aproximadamente 30 dias e esse “tempo extra” dá condições para que as áreas escapem da geada. “Precisamos que não tenha geada em abril, maio e até a metade de junho. Com isso, praticamente mais de 80% das lavouras de milho escapam da fase crítica da geada”, observa.
Sintomas da cigarrinha aparentes
O engenheiro agrônomo expõe que os sintomas do enfezamento de cigarrinha surgem no enchimento de grão, fase em que as plantas se encontram atualmente. “Em relação ao manejo, a safrinha está sendo diferente devido ao ataque de uma praga que causa muito problema no milho: a cigarrinha, que passou a ser a principal praga do milho. A maioria das áreas teve cinco ou até seis aplicações para controle de cigarrinha. O agricultor precisa ter muita atenção para controlá-la com antecipação, porque causa o dano no início do desenvolvimento, porém o sintoma só aparece agora no milho”, explica.
Ele também chama atenção dos produtores para as condições favoráveis ao desenvolvimento de doenças. “Quando temos umidade e temperatura, as doenças fúngicas aparecem na cultura e, desta maneira, destroem parte da área foliar do milho. Consequentemente, diminui a produtividade e a qualidade dos grãos que serão colhidos. Então o momento é de controlar a praga e também fazer o monitoramento para aplicação de fungicida”, orienta Cunha.
O Presente