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Municípios 50 mil toneladas/mês

Fábrica de ração da Lar em Entre Rios deve dobrar produção a partir de outubro

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(Foto: Divulgação/Lar)

Produzindo 20 mil toneladas de ração por mês e empregando 60 funcionários atualmente, a fábrica de ração da Lar em Entre Rios do Oeste está prestes a mais que dobrar a produção e, consequentemente, impactar a realidade do município.

Desde o processo de intercooperação com a Copagril, oficializado no final do ano passado, a unidade fabril tem evoluído. “Se olharmos o início das atividades da Lar na indústria, a produção já ampliou em torno de 25% e o quadro de funcionários 20%”, enaltece o diretor-presidente da cooperativa, Irineo da Costa Rodrigues.

A indústria passou por inúmeros processos de adaptações desde a fusão entre as cooperativas para que o produtor integrado fosse cada vez mais bem atendido. “Uma vez que essa indústria não possui ainda o processo de peletização, planejamos as produções de rações fareladas para matrizes produtoras de ovos férteis, matrizes produtoras de ovos comerciais e também para suprir os aviários de frango de corte de toda a região Oeste na fase em que a ração farelada é a mais recomendada. Com isso não temos prejuízos nos resultados zootécnicos”, ressalta o gerente das indústrias de rações da Lar, Carlos Varnier.

Diretor-presidente da Lar, Irineo da Costa Rodrigues: “As duas linhas de peletização representam um investimento na ordem de R$ 13 milhões e demais melhorias em torno de R$ 27 milhões. O investimento total é de R$ 40 milhões na unidade fabril entrerriense” (Foto: Divulgação/Lar)

 

PRODUÇÃO DOBRADA E PELETIZADA

Mais do que duplicar a produção, o produto ali produzido deve mudar e passar a ser peletizado. “A previsão é que possamos produzir 50 mil toneladas mensais de ração peletizada a partir de outubro”, projeta Rodrigues.

Segundo ele, a peletizadora é importada e tem previsão de chegar em junho deste ano, quando será incorporada às estruturas do local. “A Lar tinha adquirido os equipamentos para as novas indústrias de Medianeira. Em caso de uma compra a partir do zero o processo demora aproximadamente um ano”, expõe.

 

RESPOSTA À CADEIA AVÍCOLA

Diante das altas no custo de produção, a Lar reformulou suas metas, mas segue ampliando a produção de frangos, conforme afirma o diretor-presidente, ainda que num ritmo mais lento.

A ampliação da produção de ração, por sua vez, está intimamente ligada ao aumento da produção de toda a cadeira avícola, segundo Rodrigues. “A produção de rações em Entre Rios está sendo considerada justamente para possibilitar o aumento de abate que já temos previsto”, evidencia, completando: “Isso interliga-se diretamente à produção no campo, pois depende que os avicultores concluam os novos aviários”.

 

MAIS CONTRATAÇÕES

A comunidade entrerriense deve ser favorecida no que diz respeito ao fornecimento de mão de obra. De acordo com o diretor-presidente da Lar, em um primeiro momento a equipe de colaboradores deve dobrar. “Temos previsão de ter 120 funcionários na indústria se mantivermos a frota de caminhões terceirizada”, menciona.

Rodrigues salienta, por outro lado, que caso a cooperativa migre para uma frota própria de distribuição na unidade, as contratações serão ainda mais volumosas. “Nesse caso, o quadro de funcionários iria para 200. Hoje temos 60, seriam mais 140 que seriam contratados para aquela indústria”, revela.

Fábrica de rações entrerriense emprega 60 funcionários atualmente. Com o aumento da produção, número pode dobrar ou até mesmo, caso seja implementada frota própria, passar para 200 colaboradores (Foto: Divulgação/Lar)

 

INVESTIMENTO DE R$ 40 MILHÕES

A fábrica de ração de Entre Rios está atualmente em obras para ampliação civil e mecânica para receber o processo de peletização e aumento de produção. Conforme o dirigente da cooperativa, as ampliações devem ser concluídas em agosto. “As duas linhas de peletização representam um investimento na ordem de R$ 13 milhões e demais melhorias em torno de R$ 27 milhões. O investimento total é de R$ 40 milhões na unidade fabril entrerriense”, revela.

A instalação das peletizadoras trava em um empecilho de infraestrutura, aponta Rodrigues. “Um fator limitante que existe na indústria diz respeito ao suprimento da rede elétrica. A Copel assumiu o compromisso de garantir energia elétrica suficiente e estável no local para a operação dos novos equipamentos”, frisa.

 

100 MIL TONELADAS/MÊS

Como plano futuro, o diretor-presidente da Lar antecipa que a fábrica deve produzir cinco vezes mais do que atualmente. “O projeto que estamos executando nessa indústria nesse momento vai elevar a capacidade de produção de 20 mil toneladas para 50 mil toneladas, permitindo que a estrutura-base esteja apta para que a indústria no futuro possa produzir 100 mil toneladas/mês”, expõe, acrescentando: “Estamos preparando toda a parte de recepção de matéria-prima, depósito de produtos ensacados e líquidos. Todo esse processo está sendo adequado”.

 

COMO A RAÇÃO É PRODUZIDA?

O gerente das indústrias de rações da Lar explicou ao O Presente um pouco sobre o processo de produção da ração farelada feita em Entre Rios do Oeste. O primeiro passo, segundo ele, é receber a matéria-prima. “É um processo bem criterioso. Verificamos se cada ingrediente está conforme a especificação, sendo eles milho, farelo de soja, vitaminas, aminoácidos e sais minerais. Depois disso, o ingrediente é ‘transilado’, ou seja, armazenado em silos”, explica Varnier.

A partir desse primeiro armazenamento, conta ele, os componentes da ração são dosados em quantidades exatas, conforme a formulação da ração. “O processo de dosagem é automatizado. Não existe contato humano com os ingredientes, o que garante mais controle e precisão das formulações. Da dosagem passa-se à moagem. Uma equipe mói os produtos, principalmente o milho e o farelo de soja. Da moagem todos os produtos passam para o misturador, onde são inseridos os micros produtos, que são os premix, os líquidos. Em uma linguagem popular, são componentes semelhantes a vitaminas e minerais”, esclarece.

A massa fica misturando até que se tenha um bom coeficiente de mistura, relata o gerente. “Depois desse processo, como não tem peletização ainda em Entre Rios, a ração já está pronta. Então, ela é destinada para silos de expedição, carregada nos caminhões e levada para o produtor”, menciona.

Gerente das indústrias de rações da Lar, Carlos Varnier: “O tratamento térmico da peletização erradica boa parte de possíveis problemas. A salmonela, por exemplo, acima de 80 graus já é extinta e a ração peletizada é levada a 85 graus. O índice de salmonela em rações é praticamente zero” (Foto: Divulgação/Lar)

 

TRATAMENTO TÉRMICO

Com a implementação do processo de peletização na unidade, Varnier diz que a ração passará por um tratamento térmico, chegando até 85 graus, com o intuito de fazer o cozimento das matérias-primas. “Inserimos vapor e umidade para passar a ração por uma prensa que faz a peletização. Com isso, melhoramos a ração no cozimento, além de melhorar a questão sanitária, visto que muitas anomalias e situações de contaminação são eliminadas com a alta temperatura”, pontua, emendando que após a peletização a ração vai para os silos de expedição, é carregada e destinada ao integrado.

 

GANHOS DA PELETIZAÇÃO

No momento, a ração farelada produzida em Entre Rios é destinada para os aviários quando as aves têm de 28 a 35 dias de vida, aponta o gerente. Segundo ele, a ração peletizada a ser produzida em breve na unidade entrerriense tem dois ganhos diretos. “Primeiramente é sanitário, pois o tratamento térmico erradica boa parte de possíveis problemas. A salmonela, por exemplo, acima de 80 graus já é extinta e a ração peletizada é levada a 85 graus. O índice de salmonela em rações é praticamente zero”, enaltece.

O segundo ganho, de acordo com Varnier, é facilitar o consumo do frango. “Enquanto o frango precisa dar duas, três, quatro bicadas para pegar um volume de ração farelada, se ela for peletizada em uma bicadinha já consegue esse consumo. Então, diminui-se a energia gasta pelo frango para ingerir ração. Esse é o principal ganho da peletização, porque há um aumento de eficiência e uma redução na conversão alimentar, que corresponde a maior ganho de peso no mesmo período”, destaca.

 

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