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Municípios Paralisação

Líderes oestinos já se referem aos reflexos na economia como catastróficos

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Encontro foi realizado ontem (29) na Associação Comercial de Cascavel (Foto: Divulgação)

As consequências dos nove dias da paralisação iniciada com a greve dos caminhoneiros são tão sérias na economia do Oeste do Paraná, um dos principais centros produtores do Brasil, que líderes dão nova classificação ao seu grau de sua intensidade. A situação sai de caos e entra para a esfera de catástrofe, dizem autoridades e representantes do agronegócio e de outros setores produtivos, como G8 e Caciopar, reunidos ontem (29) na Associação Comercial de Cascavel (Acic).

O encontro buscou avaliar com profundidade os prejuízos que a região amarga. E o consenso é que eles são dos mais duros, com perdas diárias apenas no setor agropecuário de R$ 30 milhões. Líderes das principais cooperativas da região informam que o ano de 2018 será de perdas e que o exercício de 2019 também foi duramente afetado pelo alongamento da mobilização. As empresas começam a analisar demissões, ampliar cortes e contenção de despesas, a retardar e a cancelar investimentos e também buscam o apoio dos governos para postergar o pagamento de tributos.

No início, as empresas e entidades deram apoio à manifestação dos caminhoneiros, porque entendiam que naquele momento as reivindicações eram justas e legítimas. Mas, mesmo com conquistas acenadas pelo governo, a mobilização não cessou e então outras pautas começaram a ser inseridas entre os manifestantes, com as quais muitos não concordam. A pauta deixou de ser econômica para virar uma disputa no campo político. As consequências disso é que, em vez de alcançar os políticos que há tanto tempo cometem equívocos, a mobilização atingiu o coração da ainda cambaleante economia brasileira, que busca sofrida e lentamente se recuperar da mais dura recessão história brasileira.

As empresas esperam que, com o apoio do governo estadual e das forças policiais, criem-se o mais depressa possível condições para que os abates retornem. Há mortandade de milhões de aves no campo, muitas já condenadas por falta de espaço nos aviários, atrasos no cumprimento de contratos de exportação e multas. Empresários do segmento relataram também à polícia o “sequestro” de caminhões e motoristas, que foram forçados a se dirigir às áreas de parada dos manifestantes, além do apedrejamento de veículos e outras situações consideradas muito além do clima pacífico que se divulga.

Outro consenso é que, gradualmente, todos os brasileiros de bem vão entender que o movimento perdeu seu rumo e razões de existir à medida que os prejuízos forem gradualmente distribuídos a cada um. A reunião da tarde desta terça-feira, na Acic, contou com a participação também de representantes das políticas e de empresas como JBS, BRF e Seara. Apesar de tudo, o que se defende é o diálogo e o respeito para que a situação se resolva o mais brevemente possível e para que todos possam voltar a trabalhar e a produzir.

 

Com assessoria

 

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