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Municípios Eleições na Unioeste

“Me sinto preparado para ser reitor, mas não serei candidato”, diz Davi Schreiner

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Diretor-geral do campus rondonense da Unioeste, Davi Félix Schreiner: “Nosso campus, possivelmente, estará unido em torno de uma candidatura, de uma proposta que entendamos ser a mais adequada e avançada para a instituição” (Foto: Divulgação/Unioeste)

 

O cenário eleitoral da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste) começa a ganhar novos contornos ao passo que nomes passam a ser cogitados para compor as chapas para reitor e vice-reitor, além de possíveis candidatos aos cargos de diretores dos campi e de centros da instituição.

Prevista para acontecer no segundo semestre deste ano, as eleições fomentam debates internos em todos os cinco campi da instituição – Cascavel, Toledo, Marechal Cândido Rondon, Foz do Iguaçu e Francisco Beltrão. Ao mesmo tempo em que aumentam as conversas, diálogos e especulações, também crescem as expectativas para uma definição sólida de nomes para a disputa eleitoral.

Apesar da indefinição de candidaturas, o processo de escolha de possíveis representantes já se faz presente nas discussões da comunidade acadêmica. As incertezas, por outro lado, devem ficar para trás somente quando o Conselho Universitário (COU) definir um calendário de eleição e com isso estabelecer prazos para as inscrições de chapas.

Atrelado às expectativas, o momento de escolha dos dirigentes é considerado ímpar por aqueles que conhecem e participam da caminhada da Unioeste, universidade que, através de conquistas e avanços, se consolidou como uma instituição de referência no Ensino Superior público. “A Unioeste está constantemente em debate, se repensando, recriando, mas este momento é ímpar porque a comunidade se repensa de forma mais profunda em todas as suas dimensões, e o processo é justamente isso, para colocar em diálogo diferentes ideias, concepções de universidade, proposições e levantar seus limites”, destaca o diretor-geral do campus da Unioeste de Marechal Rondon, Davi Félix Schreiner.

Para ele, o período de eleição envolve os três segmentos da universidade e a comunidade externa. Uma relação que, na sua visão, precisa ser fortalecida. “O único fim da gestão universitária e administrativa é o fortalecimento, isto é, avançar sempre por meio de investimentos no ensino, na pesquisa e na extensão para conseguir excelência”, declara.

No campus rondonense os debates estão, aos poucos, ganhando proporções, mas, segundo Schreiner, o processo desponta de forma tímida e tranquila. “A comunidade acadêmica está se movimentando por meio do diálogo, quer seja os docentes, agentes universitários e também os acadêmicos começam a falar sobre o tema, mas ainda de forma incipiente”, diz, acrescentando: “Claro que o tema vai ganhando maior dimensão com o passar dos dias, até porque as eleições ocorrem no segundo semestre e é um debate que vai se instalando e aos poucos se aprofundando na medida em que é um processo no qual se discutem as mais diversas dimensões da universidade, desde a questão acadêmica, no ensino, pesquisa e extensão, até a forma de gestão que se pretende para a universidade”.

Conforme o diretor-geral, o debate que se faz em nível de campus também se liga a um debate que se faz ao nível de universidade. “A direção do campus não trabalha sozinha. Trabalhamos de forma colegiada. Vamos ter uma eleição na qual serão eleitos os diretores de centro, de campi, reitor e vice-reitor e, embora não seja uma chapa única, os alinhamentos ocorrem como em todo processo de escolha dos representantes”, comenta.

DIÁLOGOS

A palavra que talvez melhor defina o cenário de debate na escolha dos dirigentes no campus rondonense seja diálogo. “Não há como escolher os dirigentes sem fazer um diálogo, um bom debate, discutir a universidade, seus limites e dificuldades, seus avanços e como fazer com que ela possa estar sintonizada com as demandas da contemporaneidade e da comunidade universitária”, expõe Schreiner.

Ele revela que há conversas iniciais sobre articulações a pré-candidaturas. “As pessoas conversam entre si, sejam professores ou funcionários. Nós conversamos com todo mundo, não só aqui no campus, mas temos tido conversas com professores, diretores de centro, coordenadores e diretores de outros campi. Há um diálogo permanente ocorrendo, embora ainda não haja nenhum calendário posto”, frisa.

Por meio desses diálogos, Schreiner diz ter expectativa de que seja construída uma oportunidade de se fazer um excelente debate e que a comunidade acadêmica consiga encontrar um caminho de boas candidaturas para fazer a escolha. “Eu particularmente tenho trabalhado para que façamos um bom diálogo e que a universidade possa ter um ganho nesse sentido. Somos uma universidade que abrange as regiões Oeste e Sudoeste do Paraná. São cinco campi universitários. Temos graduação e pós-graduação, que tem uma verticalização extraordinária. Nós crescemos muito e as gestões passadas tiveram cada qual seu mérito no sentido de contribuir para esse processo”, enfatiza.

O diretor-geral do campus rondonense também avalia que evidentemente há pessoas se colocando no processo eleitoral como possíveis pré-candidatos a reitor, vice-reitor, diretor de campus e assim por diante. “Mas ainda não há nenhuma postulação mais articulada, efetivada, o que deverá acontecer logo mais adiante com um debate mais amadurecido”, aponta.

POLARIZAÇÃO

Em eleições anteriores se percebia certa polarização de candidaturas entre os campi, seja entre os campi de Cascavel e Toledo e, em outras mais recentes, entre Cascavel e Marechal Rondon. Schreiner afirma que a situação pode se repetir neste ano, mas que pessoalmente não gosta de pensar em polarização, já que a universidade nasceu para ser multicampi. “Todos os campi são igualmente importantes. Em eleições anteriores nós tivemos uma polarização, mas agora eu vejo uma disposição diferente pelo diálogo que nós temos mantido, pelas conversas que eu tenho participado. As pessoas estão pensando na universidade, então há muito mais questões que nos aproximam do que nos afastam. Do ponto de vista do processo eleitoral, pelo encaminhamento dos diálogos e pela disposição das pessoas que estão se colocando no processo, procuramos construir uma unidade no sentido de discutir os problemas da faculdade”, enaltece.

Em razão do cenário de incertezas, ele reconhece ser difícil dizer se mais de uma candidatura do campus rondonense será postulada. “Ainda não sabemos o que pode sair desse processo de diálogos. Contudo, eu friso que as pessoas têm se colocado de forma muito aberta e transparente no processo de diálogo no sentido de pensar a universidade”, enfatiza.

DISPUTA

Ao que tudo indica, o campus rondonense da Unioeste poderá contar novamente com um ou mais candidatos à Reitoria. “Tem surgido nomes para direção dos campi, diretores de centro, Reitoria, mas são nomes que estão sendo colocados ou que estão se colocando à disposição. Evidentemente que o debate e diálogo vão se fazendo e penso que a proposta vem antes da postulação de qualquer nome. Ou seja, dos diálogos que estão em andamento irão se construir propostas e alguém será o representante”, menciona Schreiner. “Não posso dizer que haverá um representante de Rondon, não posso falar pela comunidade acadêmica, até porque é ela quem define o nome. Ninguém é candidato de si mesmo, ninguém postula uma condição seja de diretor de centro, campus ou à Reitoria colocando seu nome à disposição. A comunidade acadêmica vai discutir e escolher, e isso não se faz do dia para a noite”, complementa.

Questionado sobre sua possível pré-disposição em se candidatar à Reitoria, o diretor-geral do campus rondonense da Unioeste é enfático ao dizer que não é candidato a reitor. “Estamos dialogando para uma possível composição para a chapa majoritária, para reitor e vice-reitor, e também a candidatura à direção do campus. A discussão da proposta de gestão precede a definição dos nomes e a melhor composição para concorrer no processo de escolha dos dirigentes”, ressalta.

Apesar disso, Schreiner se considera preparado para exercer a função de reitor. Entre os motivos está sua extensa experiência e conhecimento em se tratando de Unioeste. “Conheço a universidade talvez como poucos. Fui presidente do DCE (Diretório Central dos Estudantes) em Toledo, participei do processo de estadualização da universidade e da elaboração do estatuto e regimento da universidade como representante dos discentes, fui professor nos campi de Toledo, Cascavel e Marechal Rondon, coordenador de curso de graduação e pós-graduação, sou pesquisador, orientador e pela terceira vez sou diretor de campus. Evidentemente me sinto preparado para ser reitor, mas não serei candidato”, frisa.

Segundo o diretor, no campus rondonense há diferentes posições e ideias, mas ele acredita que a unidade deva prevalecer. “Nosso campus, possivelmente, estará unido em torno de uma candidatura, de uma proposta que entendamos ser a mais adequada e avançada para a instituição. Temos nomes que estão se colocando e surgindo nas conversas, mas eu não posso adiantar nenhuma posição nesse sentido porque eu sou um dos interlocutores desse processo, sobretudo na condição de diretor de campus. Qualquer manifestação minha nesse momento certamente vai ter implicações nos possíveis rumos que pretendemos para a universidade”, reforça.

A escolha do candidato, para Schreiner, não deve ser baseada no campus ao qual ele pertence. Na visão do diretor, o importante é a proposta e a incumbência de colocá-la em andamento. “Se eu disser que tem que ser desse ou daquele campus eu não compreendi o que significa ser uma universidade multicampi. Eu não votaria em alguém que pensa assim, porque de antemão vem embutida a ideia de que não conhece a universidade e de que ela tem que atender os cinco campi, dois hospitais universitários, Reitoria, abrangendo as regiões Oeste e Sudoeste do Paraná. Não importa qual campus for. O que importa é capacidade e que os nomes tenham perfil de fazer com que as propostas aconteçam na prática”, destaca.

 

DIREÇÃO DE CAMPUS

Lado a lado com as disputas à Reitoria da Unioeste estão as possíveis candidaturas a diretores de campus e de centro da instituição. Professores, alunos e funcionários se questionam e avaliam nomes, mas até o momento a comunidade acadêmica continua amadurecendo ideias e discutindo propostas.

“As definições para diretores de campus sempre são veiculadas com a majoritária, embora não seja uma chapa de reitor, vice-reitor, diretores de campus e de centro, mas isso vai caminhando conjuntamente, há uma articulação de apoios. Estão aparecendo nomes para direção de centro e campus, mas ainda não há uma definição de quem vai postular estes cargos, o que deve ser definido logo mais adiante”, finaliza Schreiner.

 

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