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Municípios Virada de ano

Municípios da região não terão programações de réveillon

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Praia de Entre Rios do Oeste: área de banho está liberada (Foto: Patrícia Porto)

Em decorrência da pandemia de Covid-19, muitos eventos tradicionais receberam novos ares em 2020. O Natal, data tão esperada pelas famílias, por exemplo, teve de ser celebrado entre os entes mais próximos, sem aglomerações. A festa de réveillon que se aproxima também precisou ser repensada, uma vez que grande parte dos festejos e espetáculos pirotécnicos não vão acontecer.

Na grande maioria dos municípios beira Lago de Itaipu, a vasta programação cultural ofertada na virada de ano, juntamente com a queima de fogos de artifício, foi suspensa visando a preservação da saúde de munícipes e visitantes, que lotavam as praias artificiais da Costa Oeste.

 

SANTA HELENA

Em Santa Helena, destino de milhares de pessoas para a festa de virada de ano, o réveillon desta vez não contará com os atrativos de outros anos. “Em razão do aumento de casos de coronavírus no município e no Paraná, o Comitê de Enfrentamento a Covid-19 decidiu neste ano não realizar os eventos de fim de ano, como apresentações natalinas, queima de fogos e shows musicais, excepcionalmente. A intenção é reduzir as aglomerações e conter o avanço dos casos da doença”, relatou ao O Presente o secretário municipal de Desenvolvimento Econômico e Associativismo, Pedro Almeida Neto, pasta responsável pelas organizações. Segundo ele, não haverá eventos on-line ou similares em substituição à programação presencial que não será realizada.

De acordo com o santa-helenense, em 2019, as apresentações musicais e atividades de Natal e ano novo, incluindo o show pirotécnico, somaram cerca de R$ 1,4 milhão. “Todos os recursos voltados a esses eventos serão destinados ao Programa de Retomada Econômica em 2021”, assegura.

Neto afirma que a intenção do município é sempre fomentar o comércio, gerar emprego e renda, e a suspensão das programações é justamente um meio de proteger o setor. “É momento de reduzir aglomerações para não termos uma medida ainda mais extrema que prejudique o segmento comercial e empresarial por um período mais longo”, considera.

Para ele, ainda há expectativas de que a temporada de verão na praia santa-helenense seja positiva. “O decreto vale até dia 04 de janeiro e esperamos que até lá a situação (número de casos de Covid) já esteja controlada para termos uma temporada forte”, projeta.

O balneário de Santa Helena está funcionando com algumas restrições. “O acesso de veículos e locação de quiosques está suspenso até dia 04 de janeiro. A entrada para caminhada e prática de atividades físicas está liberada, bem como a rampa para acesso ao lago. Nossas equipes de manutenção e de apoio ao turista estão trabalhando normalmente”, informa, acrescentando que o parque de lazer atualmente está recebendo obras de revitalização. “Estamos construindo novos quiosques, reformando e revitalizando a orla da praia velha, construindo novos banheiros e asfaltando os acessos, além de outras melhorias em parceria com a Itaipu Binacional”, detalha.

Secretário de Desenvolvimento Econômico e Associativismo de Santa Helena, Pedro Almeida Neto: “É momento de reduzir aglomerações para não termos uma medida ainda mais extrema que prejudique o segmento comercial e empresarial por um período mais longo” (Foto: Divulgação)

Balneário de Santa Helena está liberado para caminhada e prática de atividades físicas, bem como a rampa para acesso ao lago (Foto: Divulgação)

 

MARECHAL RONDON

Em Marechal Cândido Rondon as atrações de fim de ano aconteciam simultaneamente no Parque de Lazer Anitta Wanderer, em Porto Mendes, e no Parque Ecológico Rodolfo Rieger (Lago Municipal), na sede municipal. Neste ano, contudo, não serão promovidas festividades de réveillon. “É um fim de ano diferente, como nunca havíamos imaginado. Nosso senso de responsabilidade nos impõe um posicionamento de lucidez e resiliência nestes tempos de pandemia, buscando, acima de tudo, preservar o bem-estar e a saúde dos rondonenses”, destaca o diretor-presidente da Fundação Promotora de Eventos (Proem), Anderson Loffi.

A Proem é uma fundação com CNPJ e orçamento próprio, vinculada à prefeitura rondonense e que organiza eventos em parceria com a municipalidade.

Ele pede para que a população compreenda que a gravidade do momento requer cuidados como esse. “Nos anos anteriores, investimos em torno de R$ 100 mil. Em contrapartida, não há muita arrecadação de maneira direta, apenas valores simbólicos referentes a taxas”, comenta.

Loffi pondera que a não realização de eventos por conta do coronavírus fez com que a entidade reencaminhasse seus recursos. “Realocamos os recursos sempre para duas secretarias: Educação e Saúde. Como já tínhamos encaminhado valores para a Secretaria de Saúde nesse ano, repassamos para a de Educação. Os recursos serão utilizados para outros fins”, expõe.

Segundo o diretor-presidente da Proem, não há maneiras de substituir de maneira on-line eventos desse tipo. “Não tenho estimativa de quantas pessoas visitavam a cidade durante a virada para esses eventos, mas, de todo modo, não acho que seja prejuízo qualquer medida de prevenção tomada em relação à Covid-19”, opina.

No Parque de Lazer Anitta Wanderer está permitido apenas o acesso de embarcações (chegada ou partida), bem como a prática de corrida, caminhada e atividades similares. Banho, camping e a permanência no local para outros fins estão proibidos pelo prazo de dez dias, a partir do decreto nº 409/2020, de 22 de dezembro.

Diretor-presidente da Proem, Anderson Loffi: “Não tenho estimativa de quantas pessoas visitavam a cidade durante a virada para esses eventos, mas não acho que seja prejuízo qualquer medida de prevenção à Covid-19” (Foto: Arquivo/OP)

Em Porto Mendes estão permitidos o acesso de embarcações (chegada ou partida) e a prática de corrida, caminhada e atividades similares (Foto: Sandro Mesquita)

 

ENTRE RIOS DO OESTE

Outro “point” entre os municípios lindeiros na virada de ano é a prainha de Entre Rios do Oeste. Todavia, o município também não terá programação de réveillon. “Nós tínhamos nos preparado para um processo de licitação para show pirotécnico, mas, no início de dezembro, vimos a situação do coronavírus se agravando regionalmente e decidimos por bem suspender”, declarou ao O Presente a secretária de Esportes e Lazer, Joceli Schmitt.

De acordo com ela, não foi estudada outra programação para substituir os eventos de réveillon, respeitando até mesmo um desejo dos munícipes. “A comunidade em geral entende que não seria interessante gastar valores com transmissões ou eventos on-line em uma época de pandemia. Então, achamos por bem não realizar nenhum tipo de evento, seja presencial ou digital”, comenta.

O valor investido nos eventos nos anos anteriores, conforme Joceli, girou na casa dos R$ 40 mil, considerando show pirotécnico e reforço de seguranças e brigadistas. “Quando o valor não é utilizado, fica no superávit da secretaria e, junto ao restante de sobra, é solicitado para utilização no orçamento do ano que vem”, explica.

Em relação aos prejuízos financeiros que tal suspensão gera ao município, a secretária municipal diz que não é possível mensurar de maneira direta. “Com certeza se percebe uma perda significativa no comércio, e isso vem não só desse evento, mas de todas as restrições que temos desde a abertura da temporada, em 1º de novembro”, pontua, emendando: “A temporada de verão já está sendo prejudicada. Nossa praia artificial é acolhedora e recebemos muitas pessoas de cidades vizinhas, como Toledo e Cascavel. A nossa faixa do lago é uma das melhores para pesca na região, então o que recebemos são, em grande parte, pescadores, ainda que muitos repensem a vinda, já que não podem acampar”.

A secretária frisa que a praia artificial está aberta aos visitantes, os quais, porém, devem tomar todos os cuidados preventivos ao coronavírus. “Temos restrição quanto à utilização de quiosques e churrasqueiras. Por outro lado, a área de banho, a lanchonete da praia e o embarque e desembarque de barcos estão liberados”, finaliza.

Secretária de Esportes e Lazer de Entre Rios do Oeste, Joceli Schmitt: “A comunidade entende que não seria interessante gastar valores com eventos on-line em uma época de pandemia. Então, achamos por bem não realizar nenhum tipo de evento, presencial ou digital” (Foto: Patrícia Porto)

 

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