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Prefeitura de Toledo ameaça não pagar show após apresentação polêmica na Virada Cultural

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Banda ‘Francisco, El Hombre’ se apresentou no sábado durante a Virada Cultural (Foto: Divulgação)

“Oh, oh-oh, oh-oh, oh-oh… Arranca a cabeça do rei!”. O refrão da música da banda ‘Francisco, El Hombre’ deixa clara a postura da banda quando o assunto é política. Num cenário em que os ânimos ainda seguem acirrados diante do resultado da eleição presidencial no Brasil, a apresentação durante a Virada Cultural em Toledo, no último fim de semana, não poderia terminar de outra forma: polêmica.

O show da banda provocou muita polêmica na cidade, com críticas contundentes contra o prefeito Beto Lunitti e a secretária da Cultura, Rosselaine Giordani, que inclusive foi ameaçada de morte.

O prefeito disse estar tão indignado quanto boa parte da população. Ele explicou existir um contrato com a banda onde consta, numa das cláusulas, a proibição de manifestações políticas. “Na verdade o comportamento foi inadequado à cultura local”, entende Lunitti, que assumiu o compromisso da banda não tocar mais em Toledo enquanto ele for prefeito.

Ainda de acordo com o gestor municipal, os futuros contratos com novas bandas para tocarem em eventos da Prefeitura de Toledo terão cláusulas que envolvam a questão do comportamento “para que tenhamos sempre o melhor show para Toledo”, reiterou o prefeito, acrescentando que essa situação não irá manchar os 70 anos da cidade. “A celebração desses 70 anos está sendo feita para as famílias de Toledo”, enalteceu.

“Esse fato específico me deixou indignado e agora estamos tratando da questão contratual”, repetiu o prefeito, citando que diante desta situação vai acionar o fiscal de contrato para acionar o Departamento Jurídico e talvez até não pagar o show. “Tudo depende da análise jurídica. Esse fato se reduziu a um comportamento fora dos padrões de Toledo porque estamos trabalhando na perspectiva de ter sempre o melhor para as famílias, mas respeitando a pluralidade cultural”, afirmou o gestor e completou: “Não é uma decisão unilateral de dizer, ‘ah, não gostei e não vou pagar’. Precisamos ter a segurança jurídica para evitar um problema ainda maior ao município”.

Fato isolado

A secretária Rosselaine Giordani diz que a Virada Cultural é fruto de um trabalho intenso desde o ano passado e cita que tantas coisas boas aconteceram na cultura durante este período justamente no sentido da inclusão das mais diversas linguagens.

Sobre a Virada Cultural, Rosselaine fez uma avaliação positiva, lembrando que mais de 200 artistas locais passaram pelos cinco palcos. “Feliz pelo retorno dos artistas de Toledo e pela importância de um evento como esse que tem dado visibilidade e abre um espaço para a manifestação das mais diferentes áreas”, considera.

Na visão da secretária, esse episódio esporádico não pode apagar os momentos felizes que aconteceram e das milhares de pessoas que prestigiaram. “Quando se fala em pluralidade, se fala em atender a todos os gostos”, comentou.

Ela afirmou também que “nossa função à frente da gestão é justamente isso, buscar o equilíbrio”, disse Rosselaine, citando os shows gospel e sertanejo realizados durante a Virada Cultural e os marcados para essa semana.

“Quando algo acontece de forma equivocada é preciso corrigir”, reiterou e classificou o show como um fato isolado numa programação de 30 horas. “Nos pegou de surpresa e vamos tomar as providências cabíveis”, resumiu.

Com Jornal do Oeste

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