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Municípios Esquema vacinal

Procura pela 2ª dose é baixa nos municípios da 20ª Regional de Saúde

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(Foto: O Presente)

Quem já foi imunizado contra a Covid-19, tanto pela Coronavac quanto pela AstraZeneca, exalta a proteção extra contra o coronavírus. Por outro lado, quem ainda não recebeu a vacina acompanha atento os meios de comunicação para saber quando será a sua vez.

Todavia, para ter eficácia, ambos os imunizantes precisam da segunda dose. Ou seja, aqueles que já receberam a primeira dose devem receber o reforço para que a vacina efetivamente surta resultado. A questão é que a procura para receber a segunda dose da vacina não tem acontecido a contento. Segundo dados do Ministério da Saúde, até 13 de abril 1.514.340 brasileiros não completaram o esquema vacinal proposto.

Na 20ª Regional de Saúde do Estado do Paraná, composta pelos municípios de Assis Chateaubriand, Diamante do Oeste, Entre Rios do Oeste, Guaíra, Marechal Cândido Rondon, Maripá, Mercedes, Nova Santa Rosa, Ouro Verde do Oeste, Palotina, Pato Bragado, Quatro Pontes, Santa Helena, São José das Palmeiras, São Pedro do Iguaçu, Terra Roxa, Toledo e Tupãssi, 52.965 pessoas receberam a primeira dose da vacina contra o coronavírus e 16.306 pessoas completaram o esquema vacinal com a segunda dose. De acordo com o diretor da 20ª Regional de Toledo, Alberi Locatelli, de forma geral, a vacinação está transcorrendo de forma satisfatória na região. “Os municípios têm se esforçado para vacinar a população o mais rápido que podem e têm conseguido utilizar quase a totalidade de doses até vir uma nova remessa, pois o importante é que a vacina esteja o quanto antes no braço das pessoas”, enaltece ao O Presente.

Alguns municípios têm feito a vacinação de domingo a domingo. “Em Toledo, por exemplo, hoje (segunda-feira, 19) e amanhã (ontem, 20) acontece o ‘O corujão da vacina’, no período da noite, a fim de oportunizar às pessoas que têm dificuldades em ir se imunizar durante o dia”, expõe.

Diretor da 20ª Regional de Saúde de Toledo, Alberi Locatelli: “A população de idosos que o Ministério da Saúde utiliza nem sempre coincide com o real público-alvo do município, por isso acontece a diferença na faixa etária entre os municípios” (Foto: Divulgação)

 

FAIXA ETÁRIA DIFERENTE

As doses, conforme Locatelli, são distribuídas proporcionalmente aos municípios. O que salta aos olhos da população, contudo, são os diferentes estágios em que municípios de uma mesma regional se encontram, com alguns vacinando faixas etárias mais jovens que outros. O “descompasso”, segundo ele, se dá pela estimativa realizada. “A população de idosos que o Ministério da Saúde utiliza nem sempre coincide com o real público-alvo do município, por isso acontece a diferença na faixa etária”, explica.

O diretor da 20ª Regional comenta que, além disso, a procura pela imunização é diferenciada em cada município. “Outro fator que interfere é o número de pessoas que não está indo se vacinar. A abstinência em alguns municípios é maior do que em outros”, relata, opinando: “Entendo que é uma decisão equivocada, porém cada um pode fazer sua escolha”.

 

SEGUNDA DOSE

Assim como apontam os dados do Ministério da Saúde, Locatelli afirma que a situação de não procura pela segunda dose também acontece na 20ª Regional de Saúde. “A maioria das vacinas contra a Covid-19 testadas e aprovadas necessitam de duas doses para ter uma taxa de proteção aceitável”, destaca.

Quando somente uma dose da vacina é realizada, salienta ele, a proteção fica comprometida. “Se alguém tomar a primeira dose da vacina e se esquecer da segunda, não estará devidamente protegido, pois as informações dos fabricantes, baseadas em testes, mostram que a pessoa fica resguardada contra a Covid-19 somente com as duas doses. Se ela toma só uma, não completou o esquema vacinal e não está vacinada adequadamente”, evidencia.

 

PERCENTUAL DE SEGUNDA APLICAÇÃO

Na 20ª Regional de Saúde, enumera o diretor, Diamante do Oeste tem 78,1% de aplicação da segunda dose, Quatro Pontes 53,5% e Guaíra 49,2%, sendo os municípios com maior percentual de vacinação de segundas doses. Já os municípios com menor percentual de vacinação da segunda dose na Regional são, de acordo com o vacinômetro, Ouro Verde do Oeste, com 28,1%, Nova Santa Rosa, com 28,9%, e São José das Palmeiras, com 29,5%.

Ao todo, o percentual de aplicação de segunda doses na 20ª Regional é de 40,3%, segundo dados atualizados às 14 horas de ontem, por meio do Sistema de Informações de Insumos Estratégicos (SIES) e Sistema de Gerenciamento de Doses Aplicadas contra Covid-19 (NII/SESA). “O índice, todavia, não quer dizer que a vacinação com a segunda dose esteja atrasada, porque acontece conforme o calendário. A vacinação ocorre essa semana ainda, por isso o índice está baixo”, garante.

 

FALSA SEGURANÇA

Ele diz que a primeira dose fornece certa proteção, mas inferior ao potencial integral da vacina. “A taxa não está dentro dos parâmetros estabelecidos pelos especialistas e pelas instituições que definem as regras do setor, como a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Ministério da Saúde e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa)”, pontua.

Segundo Locatelli, o descumprimento do esquema vacinal gera problemas de outras ordens. “A pessoa recebe somente a primeira dose e pode ter uma falsa sensação de segurança. É uma conduta perigosa. O cidadão pode até achar, de forma absolutamente equivocada, que está imune ao coronavírus e seguir a vida normalmente, sem os cuidados básicos contra a Covid-19”, lamenta, enaltecendo que os cuidados devem continuar sendo observados: “Seja quem recebeu duas, uma ou nenhuma dose de vacina, todos precisam manter distanciamento físico, usar máscaras, lavar as mãos e cuidar da circulação de ar nos ambientes”.

 

ATRASOS

O diretor ressalta que o atraso para a aplicação da segunda dose deve ser evitado. “As pessoas não devem atrasar. Se porventura tiverem algum imprevisto, é importante receber a segunda dose assim que possível para obter uma boa resposta imune”, destaca.

A primeira e a segunda dose, reforça ele, devem ser do mesmo fabricante. “Não pode misturar os produtos”, pontua.

 

VACINAÇÃO PARALISADA

O cronograma de vacinação é “pausado”, indica Locatelli, devido à falta de vacinas disponíveis. “As remessas de vacinas repassadas pelo Ministério da Saúde aos Estados não têm um cronograma certo. Dessa forma, como os municípios intensificaram a vacinação, por vezes terminam uma remessa antes de chegar outra. Vale destacar o trabalho dos municípios, agilizando a vacinação. É óbvio que gostaríamos que não houvesse essa paralisação, porém dependemos da disponibilidade da vacina”, enfatiza.

Questionado sobre a possibilidade de os próprios municípios armazenarem parte das doses para a segunda aplicação, o diretor explica que isso não deve acontecer. “As vacinas vêm normalmente e a segunda dose fica armazenada no Cemepar (Centro de Medicamentos do Paraná), em Curitiba. As segundas doses são encaminhadas aos municípios somente próximo à data de serem aplicadas, garantindo a imunização completa”, informa.

 

RITMO

As expectativas, segundo ele, são para que a vacinação avance gradativamente até o meio do ano. “Baseado nas informações que o Ministério de Saúde repassa ao Estado do Paraná, até meados da metade do ano teremos vacinado todos os grupos elencados como prioritários, que soma em torno de 4.050.000 de habitantes. Se continuar neste ritmo, creio que será possível atingir esta marca”, prevê.

(Arte: O Presente)

 

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