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Municípios 11,4 mil apartamentos

Projeto habitacional mais ambicioso da história de Cascavel já está entrecortado

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Luiz Bonacin, o “Senhor do Jalapão”: obra serena já devorou R$ 120 milhões (Jairo Eduardo/Pitoco)

O vasto terreno de um milhão de metros quadrados que vai receber o mais ambicioso projeto habitacional da história de Cascavel já está todo entrecortado.

As máquinas não param, com destaque para uma retroescavadeira capaz de carregar um caminhão com apenas quatro conchadas ao custo de 700 litros de diesel por jornada.

Antes de chegar ao vibrante canteiro de obras por uma via vicinal que entra ao lado da revenda John Deere, nas margens da BR-277, a reportagem do Pitoco foi visitar o sócio do Francisco Simeão em um barracão na avenida que dá acesso ao aeroporto.

Ali estava um cidadão bonachão, já entrado nas 70 primaveras, e cuja indumentária o remetia diretamente para um banco de praça na Rua XV, centro de Curitiba.

Afinal, não é da gauchada daqui, do interior do interior do Brasil, segurar as calças com suspensórios. “Vocês são caipiras”, diverte-se Luiz Bonacin, o sócio do homem, explicando logo que, embora não pareça, ele também é “VIP” (vim do interior do Paraná).

 

Longa parceria

Bonacin e Chico Simeão são “parças” faz décadas. Ficaram conhecidos no mundo empresarial com a BS Colway, restauradora de pneus que no auge (primeira década deste século) chegou a empregar mais de 1,2 mil paranaenses.

Hoje Bonacin e Chico alugam mais de 300 mil metros quadrados de barracões aferindo milhões mensalmente com locação.

Cabe ao primeiro estruturar a fábrica de prédios, sediada em Cascavel. Bonacin é operacional por natureza. Foi ele quem revirou a cidade por 14 meses até encontrar a área adquirida junto ao empresário Marcos Urio.

Coube a ele adquirir na Europa os equipamentos que irão “imprimir” com tecnologia alemã os 130 prédios de 15 andares em uma década, totalizando 11,4 mil apartamentos do Ecoparque em Cascavel.

E a dupla não está brincando de montar lego. “Adquirimos a fábrica na Europa, já investimos entre equipamentos e obras em Cascavel mais de R$ 120 milhões e os primeiros 6,8 mil apartamentos começam a sair do chão no primeiro semestre do próximo ano”, afirma o “VIP” de suspensórios curitibanos.

 

Cemitério indígena?

De volta ao canteiro de obras, de fato é possível perceber um ritmo frenético de movimentação de terra e o “chão” da fábrica já desenhado no terreno.

Foi preciso vencer obstáculos inesperados. Exemplo: contratar uma equipe de arqueólogos em Toledo para escavar um local com supostas ossadas indígenas.

Outra curiosidade: o local destinou cinco mil metros para receber a primeira mesquita do Oeste fora de Foz do Iguaçu. A ideia e os recursos vêm de um amigo muçulmano do agropecuarista Ibrahim Faiad. E visa abrigar islâmicos que atuam nos frigoríficos da região e outros trabalhadores estrangeiros.

 

Orquestra de bode

Afinal, está tudo como Bonancin planejou? “Eu cuido da base. Nada começa sem estar tudo minunciosamente planejado. Toco a obra como uma orquestra. Neste momento a obra corre serena, como deveria ser”, resume o elegante.

Deu bode então? Sim, Bode é o apelido do sócio do Simeão. Bonacin também é piloto de corrida e de avião. Disputou cinco vezes o “Rally dos Sertões”. Em extensa reportagem, jornalistas o definiram como “Senhor do Jalapão”.

Deu bode na fábrica de prédios e tudo indica que a maior “impressora” de apartamentos do Brasil estará mesmo sediada aqui, entre a BR-277 e o Contorno Oeste duplicado. Portanto, quando o Chico Simeão põe o Bode na sala, é para seguir a orquestra e fazer da obra uma peça serena.

 

 

Luiz Bonacin, o “Senhor do Jalapão”: obra serena já devorou R$ 120 milhões (Jairo Eduardo/Pitoco)

 

Pitoco

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