Política
Quem teria sido eleito em 2014 no Paraná com o distritão? Veja a lista
Em discussão no Congresso já para as eleições do ano que vem, o “distritão” mudaria pouco a atual composição de deputados federais e estaduais do Paraná. Na Câmara, a alteração seria de apenas 10% −3 de 30 cadeiras. Já na Assembleia Legislativa, seriam 9 novos nomes entre 54 parlamentares – cerca de 17%.
Pelo atual modelo, que leva em consideração o coeficiente partidário, são eleitos os candidatos dentro do partido ou coligação que atinge determinado número de votos e, assim, vai conquistando direito a cadeiras no Parlamento. A nova regra, por outro lado, prevê a eleição dos candidatos mais votados.
Para o cientista político Mário Sérgio Lepre, da PUCPR, o “distritão” tem apenas uma vantagem: “não eleger caroneiros”. Ou seja, o modelo evita o chamado “efeito Tiririca”, em que um único candidato bem votado consegue levar consigo três, quatro, cinco nomes com quantidade pequena de votos. De resto, no entanto, ele vê a regra como extremamente ruim para o ambiente político e eleitoral do país.
“São vários pontos negativos. A eleição ficará mais cara; o desperdício de votos será grande, deixando muita gente sem representação no Parlamento; a renovação dos deputados ficará mais difícil ainda; e nomes já estabelecidos ou mais conhecidos, como radialistas por exemplo, terão enorme vantagem”, avalia.
Na avaliação de Lepre, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e o Supremo Tribunal Federal (STF) têm grande parcela de culpa nessa situação ao, respectivamente, solicitar e decidir pelo fim do financiamento privado de campanhas eleitorais, em 2015. “O Congresso fica tentando encontrar caminhos nesse novo contexto e estamos vendo o resultado. O ideal é termos regras para doações privadas e não simplesmente proibi-las”, afirma.
O cientista político da PUCPR defende que o modelo ideal é o “distrital misto”, no qual o eleitor vota duas vezes: uma para candidatos dentro do seu distrito – a divisão do estado em regiões seria definida pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) – e outra para listas definidas previamente pelos partidos. Metade das vagas sairia do mais votado em cada distrito e a outra das listas, de acordo com o quociente eleitoral.
Dança das Cadeiras
Veja o que mudaria na atual composição da Assembleia Legislativa e da bancada do Paraná na Câmara dos Deputados se o "distritão" já valesse em 2014.
Câmara dos Deputados
Dos 30 parlamentares paranaenses eleitos pelo sistema proporcional, 3 seriam trocados no modelo de escolha dos mais votados:
Sairiam
– Toninho Wandscheer (ex-PT, hoje Pros), com 71.822 votos;
– Diego Garcia (PHS), com 61.063;
– Leopoldo Meyer (PSB), com 59.974;
Entrariam:
– Osmar Bertoldi (DEM), com 81.789 votos;
– Reinhold Stephanes (PSD), com 78.064;
– Nelson Padovani (ex-PSC, hoje PSDB), com 75.519.
Assembleia Legislativa
No Legislativo estadual, que têm 54 cadeiras, 9 teriam novo dono com a regra em discussão no Congresso:
Assembleia Legislativa
No Legislativo estadual, que têm 54 cadeiras, 9 teriam novo dono com a regra em discussão no Congresso:
Sairiam:
Tião Medeiros (PTB), com 31.875 votos;
– Claudia Pereira (PSC), com 29.379;
– Cobra Repórter (ex-PSC, hoje PSD), com 29.097;
– Hussein Bakri (ex-PSC, hoje PSD), com 26.682;
– Wilmar Reichembach (PSC), com 25.452;
– Márcio Pacheco (PPL), com 24.855;
– Alexandre Guimarães (ex-PSC, hoje PSD), com 24.357;
– Rasca Rodrigues (PV), com 23.825;
– Missionário Ricardo Arruda (ex-PSC, hoje PEN), com 23.592;
Entrariam:
– Wilson Quinteiro (PSB), com 41.195;
– Delegado Recalcatti (PSD), com 40.358;
– Stephanes Júnior (ex-PMDB, hoje PSB), com 39.965;
– Cristina Silvestri (PPS), com 38.926;
– Cleiton Kielse (PMDB), com 38.318;
– Luiz Accorsi (PSDB), com 37.224;
– Roberto Picoreli (ex-PSL, hoje PMN), com 35.626;
– Alisson Wandscheer (ex-PT, hoje PMB), com 34.945;
– Mary Paulino (PDT), com 34.293 votos.
Gazeta do Povo com inf. TSE