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Paraná 34.360 novos casos

Ano epidemiológico 2023/2024 é o pior ano da dengue no Paraná; veja a evolução dos casos desde 1991

Estado registra neste ano epidemiológico o maior número de casos e mortes em decorrência da doença; mudanças climáticas estão no centro das discussões

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(Foto: Pedro Ribas/ANPr)

O boletim da dengue publicado semanalmente pela Secretaria de Estado da Saúde do Paraná (Sesa) confirmou 34.360 novos casos da doença e 47 mortes no Paraná. Com isso, o total do atual período epidemiológico, que teve início em julho de 2023, soma agora 324 mortes, 393.791 casos confirmados e 719.545 notificações.

Este já é de longe o pior resultado para um período analisado pela Saúde, que teve início ainda em 1991. Até então o ano mais problemático para o Paraná havia sido o de 2019/2020, que registrou ao fim do seu período 227.724 casos positivos e 177 mortes.

Muito se tem falado sobre os efeitos que a mudança climática pode estar afetando na proliferação do mosquito transmissor, o Aedes aegypti. Com o clima mais quente nos últimos meses todo o País vem registrando recordes de casos.

Nesta terça-feira (21), o Ministério da Saúde também divulgou o maior número de casos prováveis no País na série histórica. O Brasil já contabilizava até ontem 5.100.766 casos prováveis de dengue em 2024. O número representa mais que o triplo de casos prováveis da doença identificados ao longo de todo o ano passado, quando foram anotados 1.649.144 casos

Os casos prováveis são aqueles onde não há confirmação por exames, mas que os sintomas e severidade levam à crer se tratar da doença.

Minas Gerais ainda responde pelo maior número de casos prováveis de dengue (1.431.174). Em seguida, estão São Paulo (1.397.796), Paraná (535.433) e Santa Catarina (288.212). Já os estados com menor número de casos prováveis são Roraima (286), Sergipe (2.868), Rondônia (4.789) e Amapá (5.557).

Mudanças climáticas

“As constantes ondas de calor causadas pelas mudanças climáticas associadas à urbanização incompleta e à grande circulação de pessoas em determinadas áreas estão influenciando na expansão da dengue para o interior do país”.

Este parecer faz parte do estudo “Mudanças climáticas, anomalias térmicas e a recente progressão da dengue no Brasil”, publicado no portal Scientific Reports da Nature. O texto é de autoria do pesquisador Christovam Barcellos, do Observatório de Clima e Saúde, do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict/Fiocruz).

No artigo, de março desde ano, Barcellos já ressaltava que a dengue vinha se espalhando para as regiões Sul e Centro-Oeste, onde a doença não era tão comum. Isso está ocorrendo por conta do aumento na ocorrência de eventos climáticos extremos, como secas e inundações.

O Sul do País sofreu com seca severa ainda durante a pandemia. Chuvas torrenciais também vieram em sequência, como acontece com o Rio Grande do Sul agora.

Dengue ano a ano desde 1991 no Paraná

AnoCasosMortes
199116 (16 importados)
19923 (3 importados)
19936 (3 importados)
19948 (7 importados)
19951.861 (342 importados)
19963.195 (146 importados)
199713 (10 importados)
1998583 (49 importados)
1999300 (43 importados)
20001.851 (143 importados)
20011.288 (124 importados)
20025.164 (433 importados)3
20039.438 (206 importados)
2004107 (50 importados)
2005989 (107 importados)
20061.141 (311 importados)
200725.988 (918 importados)7
20081.011 (161 importados)2
2009893 (122 importados)
201033.456 (862 importados)15
201128.956 (732 importados)
2011/20122.678 (278 importados)1
2012/201354.716 (2,662 importados)23
2013/201419.628 (867 importados)9
2014/201535.433 (1.731 importados)24
2015/201656.351 (3.643 importados)61
2016/2017870 (2210 importados)
2017/2018992 (72 importados)2
2018/201922.946 (586 importados)23
2019/2020205.625 (840 importados)177
2020/202124.690 (56 importados)32
2021/2022130.611 (sem dados)108
2022/2023108.309 (2.855 importados)108
2023/2024393.791 (49.829 importados)324

Até o ano de 2011 os boletins eram anuais, contabilizados de janeiro a dezembro.

A partir de 2011 criou-se o ano epidemiológico, com início em julho de um ano e término em junho do ano seguinte.

Os dados de 2023/2024 são do boletim divulgado na segunda-feira (20). O ano epidemiológico ainda tem mais um mês pela frente.

Com Bem Paraná/AEN

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