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Paraná Causas humanas

Calor e tempo seco aumentam riscos de incêndios ambientais

Casos registrados de janeiro a setembro aumentaram quase 30% em relação ao mesmo período do ano passado

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(Foto: Divulgação)

A plantação de cana-de-açúcar do produtor rural Victor Henrique Batista, em Paranavaí, no noroeste do Paraná, ainda guarda marcas do susto que ele viveu no começo do ano.

“Os vizinhos ligaram para a gente [para avisar] que [o fogo] estava chegando perto da nossa plantação. Imediatamente, ligamos para os bombeiros”, conta ele.

Os bombeiros chegaram rapidamente ao local, mas o fogo se espalhou e não foi possível evitar a perda de 3 mil metros quadrados de cana que Batista havia plantado.

“O fogo já tinha tomado conta e não tinha mais o que fazer. A gente só teve que esperar e aceitar. [Tem] todo um preparo desde a plantação, adubagem, colheita, esse processo leva um ano. Então, o que perdemos aqui, só daqui um ano vamos poder colher de novo”, afirma.

Causa humana

Nesta época do ano, a ocorrência de incêndios ambientais é mais comum por conta do tempo seco. De acordo com o Corpo de Bombeiros, a principal causa do aumento dos incêndios é humana – como focos iniciados por bitucas de cigarro ou queimas propositais para tentar fazer a limpeza do terreno.

De janeiro a setembro deste ano, o número de incêndios em vegetação subiu em comparação ao mesmo período do ano passado, quando foram registrados 3.758 casos no estado, de acordo com dados do Corpo de Bombeiros Militar do Paraná.

Em 2023, foram registrados 4.803 casos, um aumento 27,81%.

“A partir de julho até o final de setembro e início de outubro é a época em que mais temos incêndios ambientais decorrentes da seca. Então, conseguimos perceber que esse inverno foi mais atípico, com grandes fontes de calor, a grama e o mato ficam mais secos e isso acaba favorecendo os incêndios”, diz Victor Kamei, tenente do Corpo de Bombeiros.

A orientação dos bombeiros é que, ao se deparar com uma ocorrência do tipo, é preciso sempre chamar uma ajuda especializada, uma vez que, em campo aberto, somado ao tempo seco e aos ventos, o risco de acidentes graves com o fogo é ainda maior.

“Ligue para o 193, para o Corpo de Bombeiros, vamos fazer a verificação e uma triagem e faremos o atendimento assim que possível e da melhor forma possível”, orienta Kamei.

Quatro meses depois do incêndio que destruiu toda a produção de Victor Batista, a vegetação se recuperou e, agora, ele planeja cuidar da plantação e fazer um aceiro para evitar que o fogo se alastre.

“Vamos separar uma rua para que o fogo não chegue até a plantação, que ele pare antes. Agora é só acompanhar e, se Deus quiser, ainda vamos colher muitos frutos aqui ainda”, diz Batista.

Com G1

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