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Paraná Conflito internacional

Invasão da Ucrânia impacta diretamente o Paraná, que tem a maior colônia do país

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(Foto: Press service of the Ukrainian State Emergency Service)

A invasão da Ucrânia pelo Exército russo, iniciado na madrugada de quinta-feira, 24 (horário de Brasília), não foi sentida apenas na Europa. Um pedaço do Paraná também sentiu o trauma da invasão. O Estado tem entre 500 mil a 600 mil ucranianos e seus descendentes, a maior comunidade ucraniana fora da Europa. Cerca de 80% dos ucranianos no Brasil, vivem no Paraná, principalmente em Prudentópolis, União da Vitória e Curitiba.

Logo pela manhã, a comunidade ucraniana paranaense emitiu um apelo ao povo brasileiro para que condenasse o ataque russo, segundo o comunicado, assinado pelo presidente da Representação Central Ucraniano Brasileira, Vitório Sorotiuk.

De tarde, o governo do Paraná divulgou uma nota. “O Governo do Estado do Paraná se solidariza com a população ucraniana, que vive um pesadelo com a ofensiva militar da Rússia contra o seu país”.

“Temos fortes laços com a Ucrânia. Vivem no Estado quase 500 mil ucranianos e seus descendentes, o maior contingente desta população fora do país de origem”, destacou o governador em exercício Darci Piana.

“Compartilhamos com nossos irmãos ucranianos a preocupação com as consequências desse conflito e esperamos que uma solução diplomática seja encontrada com rapidez e evite mais sofrimento para a população civil daquele país”, ressaltou.

A presença ucraniana é bem marcada em algumas cidade parananeses, incluindo Curitiba. A Capital tem um Memorial da Cultura Ucraniana em um dos seus principais parques, o Tingui. O local é palco de festas e comemorações típicas ao longo do ano. Mas, na noite de hoje, será o local de um grande ato convocado pela igrejas ucranianas de Curitiba, juntamente com as sociedades de cultura ucraniana (SUBRAS e Clube Poltava) e a Representação Central Ucraniano Brasileira (RCUB). O Ato de Apoio à Ucrânia – Rezemos pela Paz acontece das 18 às 20 horas no Memorial Ucraniano, no Parque Tingui.

A organização pede que os participantes compareçam com camisas bordadas, camisetas com dizeres ucranianos, bandeiras e velas. “Vamos realizar uma corrente de boas energias e orações pela nossa amada Ucrânia”, diz a convocação para o ato.

Outro local muito frequentado pelo curitibano é a Praça da Ucrânia, nas Mercês, onde toda sexta-feira acontece uma das maiores feiras noturnas da Capital.

Refúgio

Nesta quinta, a Prefeitura de Prudentópolis, na região central do Paraná, encaminhou ofício para Ternópil, cidade da Ucrânia, oferecendo refúgio para moradores do país frente ao ataque da Rússia. A cidade abriga a maior comunidade de ucranianos do Brasil e é cidada-irmã de Ternópil. De acordo com a prefeitura, 52.776 moradores de Prudentópolis, cerca de 75% tem descendência ucraniana.

Ataque começou de madrugada

Era início da madrugada no horário de Brasília, quando o presidente da Rússia, Vladimir Putin, autorizou a operação especial em Donbass, cidade ao leste da Ucrânia e perto da divisa com a Rússia. As informãçoes são de agências de notícias russas.

Segundo as agências, Putin teria dito que “os conflitos entre a Rússia e as forças ucranianas eram inevitáveis, apenas uma questão de tempo”. A desculpa do presidente russo seria sair em socorro dos separatistas das cidades de Donetsk e Luhansk, que teriam pedido ajuda para “repelir agressões” de Kiev.

A partir disso as forças russas avançaram houve mais de 200 ataques ao longo do dia contra pontos da Ucrânia. Até mesmo a Usina de Chernobyl, a do maior acidente atômico da história, teria sido atacada e tomada pelo Exército russo.

Logo após a invasão, diversos países do Ocidente condenaram a ação russa. Inglaterra, França, EUA, Itália, Austrália, entre outros trataram de condenar veemente a invasão e anunciaram sanções. A China, contudo, prefeiru o silêncio. O governo brasileiro emitiu nota condenando a invasão, mas pedindo uma solução diplomática para a questão.

EUA anunciam maior sanção da história contra a Rússia, mas evitam falar em luta

O presidente norte-americano Joe Biden anunciou, ontem, sanções à Rússia após a invasão da Ucrânia, iniciada na madrugada. Segundo Biden, essa é “A maior sanção econômica já vista na história.” O presidente disse que as medidas terão início nos próximos dias. “A Rússia não poderá negociar nem em dólares, nem em euros nem em ienes”. Segundo Biden, os títulos do governo russo já caíram mais de 30%. A moeda do país, o rublo, também segue em desvalorização perante o mercado internacional.

Biden anunciou que todos os ativos dos bancos russos nos Estados Unidos (EUA) serão congelados. “Temos US$ 1 trilhão em ativos congelados; um terço dos bancos russos serão cortados do sistema financeiro SWIFT”, revelou.

O sistema SWIFT é uma cooperação internacional que conecta instituições financeiras em mais de 200 países, e que é controlado pelos bancos centrais dos países que integram o G-10 – grupo das 10 maiores economias do mundo.

Biden disse que os EUA reduzirão o acesso da Rússia à tecnologia e a financiamentos em setores estratégicos, como o aeroespacial. “Nossas ações afetarão mais da metade das exportações de alta tecnologia”, complementou.

No entanto, uma resposta militar não foi claramente mencionada por Biden. O presidente disse que, em conversa com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskyy, garantiu que ajudaria na condução do país oferecendo “alívio militar”, mas não explicou o que significaria isso.

Governo prepara retirada de brasileiros, mas ainda sem data nem maneira

O Ministério das Relações Exteriores (MRE) informou ontem que está preparando um plano de evacuação dos brasileiros que estão na Ucrânia. O país do Leste Europeu começou a ser invadido por forças militares da Rússia durante a madrugada. Estima-se que a comunidade brasileira seja de aproximadamente 500 pessoas.

Ainda não há data nem locais definidos para a retirada dos brasileiros. Por conta do fechamento do espaço aéreo, a evacuação será feita exclusivamente por via terrestre.

“O local e o momento em que os brasileiros serão chamados a se concentrar, para fins de evacuação, serão amplamente difundidos pela embaixada, por meio de seus canais de comunicação com a comunidade brasileira. É, portanto, muito importante que todos se cadastrem”, informou o embaixador Leonardo Gorgulho, secretário de Comunicação e Cultura do Itamaraty, durante coletiva de imprensa em Brasília.

A retirada dos brasileiros dependerá de de alguns critérios que estão sendo avaliados pelo Itamaraty, como a segurança do trajeto, a disponibilidade de meios e a possibilidade de que as pessoas possam chegar aos pontos de encontro.

O Itamaraty está pedindo aos brasileiros que estão em Kiev, capital da Ucrânia, que permaneçam em casa seguindo a recomendação das autoridades do país europeu. Já os brasileiros que estão no Leste do país estão sendo orientados a deixarem a região imediatamente, por meios próprios. Serviços de trem, segundo o governo brasileiro, seguem funcionando.

 

Com Bem Paraná

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