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Micro e pequenas empresas geraram 95% dos empregos no Paraná em 2018, aponta pesquisa

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Levantamento é do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), que analisou dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Foto: Divulgação)

No Paraná, as micro e pequenas empresas foram responsáveis por gerar 95% dos empregos do estado em 2018. Foram 38.814 mil postos de trabalho no ano passado, enquanto as empresas médias ou grandes geraram aproximadamente 1.600.

O levantamento é do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), que analisou dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério da Economia.

“A partir do momento que melhora o ambiente de negócios, o empresário tem coragem para investir, gera mais riquezas e consegue contratar mais gente. Com isso, as pessoas conseguem gastar mais no mercado e o mercado traz um aquecimento no aumento do consumo das famílias”, conta o consultor do Sebrae Luiz Marcelo Padilha.

Em 2018, a analista de sistemas Daniele Felde abriu uma franquia de marca de chás, no São Braz, em Curitiba. Segundo ela, a carreira como analista era promissora, porém não estava feliz. Largou o emprego, investiu no plano B e há cerca de três meses vem fazendo boas vendas.

“Na configuração oficial da loja caberia a contratação de uma funcionária apenas, com carga horária de oito horas. Optei por ter duas, e cada uma fazer seis horas. Assim consigo flexibilidade, caso tenhamos imprevistos. Além de realizar um sonho, de ter minha própria empresa, dei oportunidade para que as minhas funcionárias possam crescer e aprender um novo ofício”, explica.

A pesquisa destaca também o aumento no último ano de 68% das novas contratações em relação a 2017, quando as empresas registraram mais de 20 mil novos trabalhos.

Ao analisar a região Sul, o saldo geral de empregos coloca o Paraná como o estado em que as micro e pequenas empresas mais contrataram, seguido de Santa Catarina com 31 mil novos postos e do Rio Grande do Sul, que gerou 19 mil empregos formais.

“Em 2018 foram mais de 45 mil empresas pequenas que foram abertas no estado, enquanto apenas 900 médias ou grandes foram abertas”, explica Padilha.

Segundo ele, 2018 foi o ano em que as pequenas empresas começaram a respirar novamente depois da crise, e isso não aconteceu na mesma proporção com as grandes empresas.

“Enquanto as grandes ainda estavam se ajustando da recessão, as pessoas precisaram buscar uma ocupação. Muitas delas abriram empresas e outras buscaram oportunidades de empregos em outros negócios”, diz o consultor.

Ainda de acordo com o levantamento, uma série de fatores facilitou a abertura das novas empresas, entre elas o faro para perceber o que o público quer ou está precisando.

“Milhares de pessoas apostaram nas tendências, como a culinária vegana, a gourmetização de alimentos, e principalmente na cerveja artesanal que teve uma explosão na produção. Vários aplicativos também foram criados para facilitar serviços. São negócios que acontecem nos bairros, nas principais ruas comerciais”, diz o consultor do Sebrae.

Um exemplo de empresa paranaense que fez novas contratações formais é uma confeitaria de Ponta Grossa, nos Campos Gerais, com produtos sem glúten, farinha branca, leite e açúcar.

“Desde 2015 tínhamos a fábrica e o espaço para comercialização dos nossos produtos, mas houve a necessidade de ampliar e oferecer um local para que nossos clientes também pudessem consumir. Decidimos abrir a cafeteria e contratar mais três pessoas, sendo duas para a fábrica e uma para a cafeteria”, diz a empresária Ana Paula dos Santos Delgobo. A expectativa para 2019 é gerar mais postos de trabalho.

Segundo o levantamento, um dos fatores que colaboraram para que as micro e pequenas empresas contratassem mais é a flexibilidade no gerenciamento dos custos.

“Quando falamos em flexibilidade, quer dizer que os novos ajustes na reforma trabalhista, proporcionaram uma facilidade na possibilidade de terceirização, e também na desburocratização em relação a demissão dos funcionários”, conta Padilha.

O empresário Eduardo Cichocki, de Francisco Beltrão, é um exemplo da realidade apontada na pesquisa. A empresa dele, que desenvolve soluções para diagnóstico e reparação de injeção eletrônica diesel, contratou cinco novos colaboradores no ano passado.

“A equipe saltou de 17 para 22 pessoas, cerca de 30% a mais. Em 2018, nossas vendas dobraram, atingimos o ponto de equilíbrio, e tivemos que contratar, conta Cichoki.

O empresário beltronense está otimista com relação ao crescimento da empresa para este ano. “Devemos contratar mais dois funcionários neste primeiro semestre. E há a possibilidade de contratar mais dois no segundo semestre”, avalia Cichoki.

 

Setores que mais contrataram em 2018

  • Serviço – responsável por mais de 25 mil empregos;
  • Comércio – responsável por mais de 7 mil empregos;
  • Construção – responsável por mais de 4 mil empregos.

 

Demissões diminuíram

Devido à parada de algumas atividades, dezembro costuma registrar no Brasil os maiores índices de demissões. Segundo o levantamento, o último mês de 2018 foi melhor do que o ano anterior, uma vez que em dezembro de 2017 foram desligados quase 2 mil trabalhos formais a mais do que no último dezembro.

Nas grandes empresas paranaenses a diferença foi de quase 4 mil postos, quando comparado ao mesmo período. Além de dezembro, o único mês em 2018 que registrou mais demissões do que contratações foi junho.

 

Com G1

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