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Paraná Estimativa do Deral

Prejuízo da safra de soja chega a 74% no Oeste do Paraná; produtores investem em novas tecnologias para contornar danos

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(Foto: Divulgação)

De acordo com dados do Departamento de Economia Rural (Deral), o prejuízo da última safra de soja chegou a 74% na região oeste do Paraná. Em todo o estado, a queda foi de 45% em relação à safra anterior. A falta de chuvas foi um dos principais motivos do dano.

Há quatro safras que os produtores da região sul do Brasil vêm perdendo soja, como explica o pesquisador da Embrapa José Renato Bouças Farias.

“Estudos contemporâneos mostram que há uma tendência bastante forte de esses eventos, de essas adversidades, ocorrerem de forma cada vez mais frequente e com maior intensidade”, afirma Bouças Farias.

Sem o domínio das condições climáticas a longo prazo, a estratégia do setor é investir em tecnologia para reduzir custos e atender a consumidores cada vez mais exigentes.

Um exemplo é o melhor aproveitamento do fósforo, um nutriente fundamental para produção de grãos e que, com a guerra entra a Rússia e a Ucrânia, ficou ainda mais caro.

 

Novas tecnologias

Um insumo que potencializa o fósforo já presente no solo foi apresentado na nona edição do Congresso Brasileiro de Soja e Mercosoja 2022, em Foz do Iguaçu. O evento reúne especialistas do setor agrícola.

O produto começou a ser desenvolvido em 2014 por uma empresa de insumos agrícolas brasileira em parceria com a Embrapa.

“O produto resgata esse nutriente, disponibiliza ele para a planta, fazendo com que o produtor tenha ganhos e eleve seus tetos produtivos, com uma planta mais nutrida, uma planta mais desenvolvida, mais saudável e mais resistente a condições ambientais desfavoráveis”, explica Artur Soares, gerente de pesquisa e desenvolvimento na empresa de insumos.

 

Exigências do mercado internacional

Outro destaque no evento foi a exportação de soja para a China, maior cliente do Brasil. O país discute a padronização da produção, com regras que tratam desde tamanho do grão até se existe alguma deformação.

“O produtor precisa estar atento, uma vez que a soja que ele produz na fazenda vai chegar a algum destino, seja o processamento em uma agroindústria, uma cooperativa, ou seja exportado em forma de grão para ser processado no país-destino. Então, esses parâmetros precisam ser atendidos e observados, uma vez que eles regem a comercialização de grãos no país”, diz Chantal Gabardo, engenheira agrônoma na Associação Nacional dos Exportadores de Cereais.

Por sua vez, as exigências com a sustentabilidade vêm do mercado europeu. De acordo com a engenheira, cada vez mais o comprador deseja saber o caminho da soja até o produto final, especialmente se o cultivo foi fora de áreas de preservação ambiental.

“Isso entra em uma questão de qualidade, uma vez que é uma exigência do consumidor”, diz Gabardo.

Essas cobranças começam a ser aplicadas no campo paranaense. cada vez mais produtores investem em tecnologia para aumentar o volume e a qualidade.

Ricardo Arioli Silva, engenheiro agrônomo e produtor de grãos, afirma que essas adequações ajudam a mudar a imagem do Brasil lá fora.

“Os produtores brasileiros mudaram muito nos últimos dez anos, quando foi lançado o Código Florestal. Nós estamos fazendo duas safras na mesma área, milho e depois soja, estamos com produtividades maiores, usamos sistemas de produção. Estamos muito mais sustentáveis do que há dez anos atrás”, afirma Arioli Silva.

 

Com G1

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