Fale com a gente

Paraná 16,7% manifestam obesidade

Quase 95 mil crianças têm excesso de peso no Paraná, indica levantamento; especialista faz alerta

Publicado

em

Marcello Casal Jr./Agência Brasil

Um levantamento preliminar da Secretaria de Estado de Saúde (Sesa) indicou que pelo menos 94.720 crianças do Paraná possuem algum grau de excesso de peso. O número, obtido com exclusividade pelo g1, se baseia em avaliações feitas, em 2021, nas Unidades de Saúde da rede pública.

Segundo a Sesa, dois grupos foram analisados nas unidades do estado: crianças com idade entre 5 e 10 anos de idade e, também, menores de 5 anos.

No primeiro, de 142.503 crianças participantes, 58.992 (41,4%) apresentaram excesso de peso. No grupo de crianças menores de 5 anos, de 213.640 avaliadas, 35.728 (16,7%) manifestam obesidade.

Confira, abaixo, orientações de uma nutricionista sobre o assunto.

Gabriela de Carvalho Kraemer é endocrinologista pediátrica e membro da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia. Ela explica que pais e responsáveis precisam estar constantemente vigilantes sobre a obesidade infantil.

“O peso das crianças deve ser acompanhado mensalmente no primeiro ano de vida e, depois, pelo menos uma vez a cada 6 meses. O acompanhamento deve ser feito com o pediatra, e é o pediatra que deve dizer se está tendo um excesso de peso ou peso desproporcional ao crescimento”.

Reflexos

Segundo a endrocrinologista, a obesidade é uma doença multifatorial que se manifesta com o consumo de alimentos muito calóricos. Mais raramente, o excesso de peso pode ser consequência de alterações hormonais ou doenças neurológicas.

A ausência de acompanhamento especializado pode causar diversos outros problemas de saúde às crianças, entre eles:

Complicações esqueléticas: podem acontecer quando existe excesso de peso sobre um esqueleto que ainda está em formação. Pode gerar deformidades nos membros inferiores, na coluna, na forma de pisar, levando a dores e a outras consequências;
Consequências respiratórias: uma delas é a apneia do sono. São crianças que roncam e que durante a noite acordam várias vezes. Isso pode prejudicar a qualidade do sono e, consequentemente, o rendimento durante o dia, na escola, em casa;
Cardiovasculares: uma pessoa que tem obesidade desde cedo pode ter mais precocemente infarto, AVC.
Psicossocial: são crianças que sofrem bullying, normalmente isoladas, afetando a autoestima. Elas podem desenvolver também transtornos alimentares, como bulimia e anorexia;
A orientação da endocrinologista é que os pais e responsáveis sejam exemplo para as crianças.

“Seja exemplo para o seu filho. Tudo o que você falar para o seu filho fazer, faça também. Na questão da alimentação, procure comer de uma forma saudável, não só para estimular a criança, mas para você também ficar mais saudável. Fazer atividade física junto com a criança, caminhada, passeio de bicicleta, preparar uma refeição saudável juntos […] além de levar ao pediatra regularmente. Tudo é preventivo”.

 

Com G1
Clique aqui e participe do nosso grupo no WhatsApp

Copyright © 2017 O Presente