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Policial Esquema Criminoso

Investigados “aumentavam tipo de lesão” para fraudar DPVAT no Paraná, diz delegado

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Foto: Divulgação/PCPR

Investigação da Polícia Civil aponta que nove pessoas presas ontem (terça-feira, 30), em uma operação, fraudaram pelo menos 365 indenizações do Seguro DPVAT no Paraná. Entre os presos, está o diretor do Instituto Médico-Legal de Umuarama. Segundo a polícia, ao longo de cinco meses de investigações, foi identificada fraude que teria causado prejuízo superior a R$ 1 milhão.

O grupo investigado por fraudar pedidos do Seguro DPVAT em Umuarama teria atuado em três núcleos distintos. A irregularidade teria tido início pela atuação de um funcionário de um hospital. Esse suspeito direcionaria as vítimas de acidentes de trânsito que passavam pelo pronto atendimento a uma empresa que realizava os pedidos de DPVAT. Segundo a polícia, essa pessoa repassava os nomes e contatos das vítimas para a empresa entrar em contato e captar clientes.

O delegado Gustavo Mendes Marques de Brito destacou que esse funcionário também era responsável por falsificar prontuários médicos ao aumentar o tipo de lesão sofrida pela vítima. Essa informação sustentava um pedido de valor de seguro maior.

“Cinco pessoas ligadas a uma empresa intermediária, um escritório de assessoria DPVAT foram presas. Além de uma pessoa que trabalha em um hospital da cidade e que era responsável por direcionar acidentados para o escritório, além de falsificar alguns prontuários médicos para fazer com que os acidentados pudessem receber valor maior do que o realmente devido. Servidores do IML de Umuarama que também tinham ligação com essa empresa na medida em que facilitava a marcação de perícias dos acidentados desse escritório, além de fraudar o laudo de lesão corporal, fazendo constar no laudo uma lesão maior do que efetivamente a pessoa sofreu por ocasião do acidente automobilístico”, afirma o delegado.

Segundo a polícia, a fraude ainda tinha o apoio de uma recepcionista terceirizada e de um médico legista do IML. Essa funcionária marcava uma quantidade grande de perícias de pessoas que sofreram acidente de trânsito no mesmo dia com o médico legista investigado. A polícia afirma que a empresa exigia o repasse de 30% do valor solicitado ao DPVAT pelo segurado. O esquema criminoso foi descoberto pela própria seguradora. Em uma auditoria interna, a empresa cruzou informações internas de protocolos e descobriu que os laudos de um hospital de Umuarama e do IML estavam fraudados. Ao menos 80 prontuários tinham a mesma numeração. O relatório dessa investigação foi repassado à Polícia Civil.

As empresas envolvidas informaram que os funcionários presos foram afastados. As defesas dos dois médicos investigados negam que eles tenham participação em crimes ou fraudes, mas informaram que ainda não tiveram acesso ao processo que é sigiloso.

 

Com Bem Paraná

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