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Política Provas insuficientes

Absolvição de Gleisi no STF coloca pressão na Operação Lava Jato

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Os magistrados avaliaram ainda não haverem provas de que Gleisi tenha usado a função pública para oferecer contrapartidas pela suposta propina, já que na época, ela não tinha mandato (Foto: Divulgação)

A decisão da 2ª turma do Supremo Tribunal Federal (STF) de absolver a senadora e presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann e seu marido, o ex-ministro Paulo Bernardo da acusação de corrupção passiva e lavagem de dinheiro coloca pressão sobre a operação Lava Jato, responsável pelo processo contra a paranaense. A esperança do PT, agora, é que o resultado do julgamento influencie a decisão do STF sobre o novo recurso do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) contra sua prisão, que será realizado pela mesma 2ª turma do Supremo no próximo dia 26.

Gleisi e o marido eram acusados de receberem R$ 1 milhão do esquema de corrupção na Petrobras para sua campanha ao Senado de 2010. A denúncia era fundamentada nas delações do ex-diretor da estatal, Paulo Roberto Costa, do doleiro Alberto Youssef e o advogado Antonio Pieruccini. Os ministros do STF consideraram que as delações não foram acompanhadas de provas suficientes para a condenação. “São tantas as incongruências, inconsistências nas delações premiadas que se tornam completamente imprestáveis para sustentar qualquer condenação”, afirmou o ministro Ricardo Lewandowski.

Os magistrados avaliaram ainda não haverem provas de que Gleisi tenha usado a função pública para oferecer contrapartidas pela suposta propina, já que na época, ela não tinha mandato. E que também não havia como sustentar que ela teria influência suficiente para manter Paulo Roberto Costa no cargo na Petrobras.

A decisão põe em xeque o futuro da Lava Jato, já que muitos dos processos da operação tem como base delações de envolvidos no esquema. Gleisi e o PT comemoram o resultado. “Se tem uma pessoa feliz, sou eu, gente. Ontem, quando começaram a sair os votos dos ministros, foi me dando um alívio”, disse a senadora, ontem, em reunião das bancadas do partido em Brasília.
“Acho que isso pode ter efeitos positivos para o presidente Lula. Acho que para o PT foi importante. A gente estava perdendo muito no Judiciário. Essa absolvição foi muito importante para nós”, avaliou a dirigente. Lula encaminhou ontem uma carta à colega de partido, comentando o resultado do julgamento. “Agora pergunto: quem vai pedir desculpas? Nada espero dos que a acusaram falsamente”, questionou o ex-presidente. “De vitória em vitória, vamos restaurar esse país”, afirmou ele. Segundo Gleisi, a decisão “pode ser um marco de um novo momento nas questões do judiciário brasileiro”.

Derrota
A absolvição da dirigente do PT foi a segunda derrota recente da operação Lava Jato. No último dia 14, o Supremo já havia, por 6 votos a 5, proibir as chamadas conduções coercitivas para levar investigados e réus a interrogatório policial ou judicial em todo o País. As ações foram protocoladas meses depois de o juiz federal Sérgio Moro ter autorizado a condução do ex-presidente Lula para prestar depoimento na Polícia Federal, durante as investigações da Lava Jato. O instrumento da condução coercitiva foi usado 227 vezes pela força-tarefa da operação em Curitiba desde o início das investigações.

 

Com Bem Paraná

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