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Política Ex-secretário de Esporte

“Assumi compromisso e pretendo, sim, ficar na Câmara”, adianta Suko

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Vereador eleito Cristiano Metzer (Suko) (DEM): “Em determinado momento durante a campanha até fiz um vídeo (...) assumindo esse compromisso de que se fosse eleito assumiria na Câmara” (Foto: Ana Paula Wilmsen/OP)

Cristiano Metzer (Suko) (DEM) entrou para a vida pública em 2017, quando aceitou o desafio de comandar a Secretaria de Esporte e Lazer de Marechal Cândido Rondon. Mesmo com pouco tempo de atuação, seu nome ganhou projeção no meio político do município.

Em abril, Suko deixou o cargo para se colocar à disposição como pré-candidato a vereador. Sete meses se passaram e, no último dia 15, o democrata garantiu uma cadeira no Poder Legislativo ao somar 807 votos.

Em entrevista ao Jornal O Presente, ele falou sobre sua votação e confirmou que não pretende retornar para a Secretaria de Esporte e Lazer. Sobre a eleição da mesa diretiva da Câmara, o vereador eleito opinou que a preferência para assumir a presidência é de quem já exerce mandato e tem mais experiência na Casa de Leis. Confira.

 

O Presente (OP): Pela primeira vez o senhor disputou a eleição e ficou entre os seis vereadores eleitos mais votados, com 807 votos. Acredita que esse número é por que trabalhou na Secretaria de Esporte e Lazer?

Cristiano Metzner (CM): Acho que essa questão foi um fator extremamente positivo, principalmente da forma que colocamos dentro da Secretaria, a todos os envolvidos no esporte de Marechal Rondon, a respeito da união necessária para ir atrás de projetos, de novas situações para evoluirmos em tudo relacionado ao esporte, seja o de rendimento, o comunitário, lazer e recreação, que são muito importantes no desenvolvimento das crianças de modo geral. Os profissionais entenderam todo esse trabalho e a importância de falarmos a mesma língua para que pudéssemos conquistar mais coisas. Isso foi muito positivo para que fosse possível fazer essa junção de ideias. Acho que este foi um fator muito positivo, muito diálogo, muita conversa. A porta da Secretaria estava sempre aberta para conversarmos e dialogarmos com todas as modalidades, com todos os profissionais, e o pessoal realmente vestiu a camisa.

 

OP: A Câmara de Vereadores será bem homogênea, com alguns rostos novos, e o senhor está neste grupo. Conta um pouco da sua trajetória até chegar a ser vereador eleito.

CM: Acho importante complementar que nossa vida não é feita de uma bandeira só. Venho de uma comunidade cristã, a Igreja de Deus Ecos da Liberdade, na qual participamos há muito tempo, desde que cheguei a Marechal. Todas as igrejas aqui têm projetos incríveis, começando da criança ao idoso. Eu sempre gostei de criança e trabalhava na escola dominical como professor voluntário, atendendo a classe dos dez aos 12 anos, que chamamos de juniores. Com os jovens tínhamos a juventude todo sábado à noite, em que tem um culto principal e fazíamos muita dinâmica, atividades recreativas, encontros, acampamentos, nos quais tinha a parte esportiva e era minha responsabilidade organizar. Isso ajudou muito. O esporte dentro da igreja atrai o jovem para que ele participe das atividades e, consequentemente, as outras que existem dentro da igreja, como os cultos ligados à questão espiritual. Junto aos pastores também fizemos muitas atividades relacionadas a teatro e desenvolvimento de programas. Então sempre fui muito ativo dentro dessa comunidade e, com certeza, ela ajudou nesse entendimento de se colocar à disposição da política.

 

OP: Como está a sua expectativa para assumir o cargo? Sente-se preparado?

CM: Na campanha comentamos que a função do vereador é construir leis e fiscalizar. Nós já construímos leis no Executivo, porque há leis que partem da prefeitura e há as que partem do Legislativo. Então já temos essa experiência da construção de leis que foi fantástica. Sempre gosto de buscar novos conhecimentos e falei uma coisa bem importante na Secretaria para os profissionais e professores que passaram lá: temos que gostar da burocracia, porque procedimentos e demandas necessitam disso, existem os caminhos corretos. Conversamos muito sobre isso e trabalhamos para que as coisas acontecessem. Portanto, me sinto preparado para contribuir ainda mais no Legislativo.

 

Vereador eleito do Democratas de Marechal Rondon e ex-secretário de Esporte e Lazer, Cristiano Metzer (Suko): “Acho importante complementar que nossa vida não é feita de uma bandeira só (esporte). Venho de uma comunidade cristã, a Igreja de Deus Ecos da Liberdade, na qual participamos há muito tempo” (Foto: Ana Paula Wilmsen/OP)

 

OP: Devido à sua atuação, a expectativa é que o senhor levante mais a bandeira do esporte dentro da Câmara de Vereadores. Será assim ou pretende olhar para setores em geral?

CM: Essa foi uma das preocupações durante a campanha e até criamos um material com ações e direcionamentos que iríamos defender. Começa pelo esporte, mas indústria, comércio, saúde, educação e assistência social são as principais (bandeiras) que assumimos o compromisso de lutar e defender. Acho que pela primeira vez na história de Marechal alguém se elege ao Legislativo pela bandeira do esporte. Isso é muito bacana. A gente tem que comemorar, mas, ao mesmo tempo, abrir a cabeça, porque dentro da Secretaria não são uma, duas ou três modalidades. Tem que abrir para todas. Assim também é como acontece no Legislativo, pois temos que ter a cabeça aberta a todas as ações principais, ir atrás da informação. Conhecimento nunca é demais, sempre fui atrás de informação, em diversas áreas, para que possamos colaborar da melhor forma possível.

 

OP: Como o senhor analisa o desempenho do Democratas nas urnas, que fez seis vereadores?

CM: Com certeza foi um trabalho realizado e iniciado pelo prefeito Marcio (Rauber, DEM) e o vice-prefeito Ila (Ilario Hofstaetter, PL). Houve a preocupação da equipe que foi montada no secretariado, além de olhar a pessoa, a capacidade técnica. Acho que foi algo interessante que aconteceu e uma consequência de chegar à votação expressiva que eles conquistaram neste sentido. Conseguimos também a maioria no Legislativo. Vamos compreendendo essa questão de grupo ser maioria. O importante é que não é para fazer coisa errada, mas para melhorar ainda mais os trabalhos. Não quer dizer que o projeto que está sendo discutido, por ser da oposição e às vezes falarmos algo diferente, seja ruim para a sociedade e vice-versa. Às vezes precisamos olhar o projeto da oposição também. No meu entendimento precisamos evoluir nas diferenças e conversar a respeito, seja entender um projeto ou executá-lo. Por isso peço à população que acompanhe o mínimo necessário para saber quem está direcionando a parte boa e correta e quem está destoando e fazendo a tal da politicagem. Acho que é saudável ter essa harmonia para trabalhar e fazer a coisa andar, porque por vezes o Legislativo foi visto como um querendo travar o outro. Precisamos evoluir nesse sentido. Esse é o propósito que queremos fazer a partir de janeiro de 2021.

 

OP: E qual sua análise referente à votação maciça que o prefeito Marcio e o vice-prefeito Ila conseguiram nas urnas, reflexo do trabalho deles?

CM: O Marcio sempre foi muito incisivo em diversas situações e em nossas reuniões de trabalho. Nos reuníamos sempre às sextas-feiras e ele era muito preocupado nos pequenos detalhes, no comprometimento, na gestão correta das coisas. Ele pegava firme mesmo e o pessoal entendia o recado. Acho que o direcionamento correto é esse, procedimento e organização, pensando lá na frente algumas coisas e fazendo a coisa acontecer de verdade, porque a burocracia na gestão pública é amarga por vezes, mas depois que você pega o ritmo vai elaborando com antecedência os projetos. A expertise do Marcio em relação a focar em alguns setores foi fantástica, e não foi só um. Todo mundo fala que é só asfalto, mas não. Na saúde, na educação e no esporte, que teve obras que havia tempos não conseguia, deslanchou e as pessoas entenderam isso. Foi consequência de algo fantástico. O Ila também sempre colocando as coisas com sensibilidade. Quando o Marcio ‘batia’ ele dava uma aliviada. A harmonia entre os dois é muito bacana.

 

OP: Em entrevista ao Jornal O Presente, o prefeito Marcio comentou sobre a eventual possibilidade de convidar vereador para fazer parte de secretaria. Se o senhor for convidado, aceitaria o convite?

CM: A caminhada foi muito interessante e as pessoas perguntavam em relação a isso. ‘Ah, você está indo só para ajudar o prefeito e depois vai voltar’, falavam umas e outras achavam bacana, diziam que eu tinha perfil. Era um meio a meio. Foi bom ouvir algumas coisas, pois muitos reconhecem o trabalho que fizemos. Conforme a campanha foi passando eu senti a necessidade e também pela cobrança que tinha dentro de casa, de que se fosse eleito era para assumir (o mandato). Analisei muito por parte das pessoas que questionaram se votariam em mim e iriam perder o voto se fosse para a Secretaria. Em determinado momento durante a campanha até fiz um vídeo, publicado tanto no Facebook quanto no Instagram, assumindo esse compromisso de que se fosse eleito assumiria na Câmara. Eu assumi compromisso e pretendo, sim, ficar na Câmara, viver essa experiência, colaborar ainda mais, seja com esporte e todas as outras áreas.

 

OP: Terminou uma eleição e já se fala em outra, que é a da mesa diretiva da Câmara de Vereadores. Há grandes chances de alguém do DEM assumir a cadeira de presidente. Já tem um nome pré-definido entre o partido? Há pretensões de colocar o seu nome à disposição?

CM: O grupo maior é do Democratas, os nomes circulam dentro desse meio e existem muitas conversas sendo feitas. É importante essa compreensão e esse entendimento. Logicamente, as pessoas olham para nós, que estamos sendo intitulados como os novos, para saber se temos capacidade ou não. O pessoal vem com muita bagagem, muitas experiências e, com certeza, se chegar a se cogitar estão capacitados também, mas acho que a gente tem que ter um pouco de respeito por quem já está lá também, já sabe mais um pouco do procedimento interno da Câmara e que, acredito, sejam os nomes mais cotados a fazer parte da presidência. É claro que é votação, mas os nomes que eu vejo como mais propensos a pegar a cadeira da presidência são os que já têm mandato.

 

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