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“Espero fazer mais de 50 mil votos”, diz Elio Rusch sobre pré-candidatura à reeleição

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Em Marechal Rondon, município-base do democrata, ele almeja conquistar pelo menos 12 mil votos, considerando que nesta eleição terá o apoio da administração local e de um número grande de vereadores (Foto: Ana Paula Wilmsen/OP)

Com a renúncia do governador Beto Richa (PSDB) ao Governo do Estado para concorrer ao Senado, oficializada na segunda-feira (26), e a posse da vice-governadora Cida Borghetti (PP), marcada para a próxima sexta-feira (06), o cenário eleitoral começa a

e desenhar no Paraná. O próximo fator determinante às futuras definições no campo político, afirma o deputado estadual Elio Rusch (DEM), está no fim do prazo da janela partidária,

que acontece em 07 de abril. “Temos que aguardar para ver o que vai mudar a partir das trocas partidárias e também como as alianças serão fechadas. Por enquanto não é possível afirmar muita coisa. Temos que esperar”, declara.

Rusch diz que a eleição de 2018 será diferente de todas as outras. “É a primeira vez que se faz uma campanha de senador, presidente da República deputados sem a participação de recursos de pessoa jurídica. Por essa razão não vai ter dinheiro. Será uma campanha curta e acredito que se elege quem tiver uma boa base”, opina.

Em entrevista à reportagem de O Presente, o deputado faz uma avaliação sobre as possíveis composições partidárias no Estado e diz que espera fazer mais votos do que na eleição de 2014. “Estou buscando acima de 50 mil votos, na última foram 54.993. Acho que há boa possibilidade de ampliar a minha votação”, destaca. Confira.

 

O Presente (OP): O senhor teve bom trânsito junto ao governo Richa. Com a mudança de gestão, também muda a sua relação com o governo, que passará a ser comandado pela vice-governadora Cida Borghetti?

Elio Rusch (ER): A Cida deixou muito claro que será um governo de continuidade aos programas iniciados pelo governador Beto Richa e continuidade àquilo que está em andamento. Em vista disso, e como somos da base do governo na Assembleia, penso que manteremos uma boa relação.

OP: Na gestão da Cida, a base do governo na Assembleia deve permanecer igual? Ela terá o mesmo apoio que o Beto teve ou vai enfrentar alguma dificuldade?

ER: Tudo vai depender do comportamento dos deputados e das próprias conversações que o governo Cida mantiver com alguns partidos e os deputados que integram a base. Nós temos hoje quatro pré-candidatos ao Governo do Estado, nomes conhecidos, e dois desses fazem parte da base do governo. Se a Cida for candidata e o Ratinho Jr. também, automaticamente a base estaria rachada, mas dá perfeitamente para manter a base do governo na Assembleia e politicamente cada um buscar o seu espaço e apoiar o candidato que achar interessante.

OP: Qual a tendência, na sua opinião?

ER: Não vai ser tão fácil fazer uma composição, mas também não é impossível. Acho que é um direito que cada um dos pré-candidato tem de buscar o seu espaço e ampliar a sua base, os partidos, aliança maior. A gente só espera na Assembleia Legislativa que os bons projetos tenham vez, que não se faça oposição por querer fazer oposição, trazer aquilo de quanto pior, melhor.

Acho que a governabilidade precisa estar acima de tudo e o tempo se encarrega da veracidade, como aconteceu com o governador Beto Richa, quando dos ajustes fiscal e administrativo. Naquela época a sociedade não entendeu, condenou.

Nós confiamos naquilo que o governador disse, tanto que de 54 deputados 33 votaram nas medidas impopulares, e fomos hostilizados. Eu fui hostilizado em Marechal Rondon e em todos os outros municípios naquela época, mas o tempo mostrou que nós estávamos certos.

OP: Já é possível traçar um quadro eleitoral para o Paraná?

ER: Assim que o Beto Richa sair do governo as coisas vão caminhar. É nas alianças que tudo passa a acontecer. Então, pode acontecer de tudo. Não dá para dizer “dessa água não beberei”. Quem estará com quem no palanque, quem faz alianças, isso é tudo imprevisível. Não dá para afirmar por enquanto se partido A ou partido B vão ou não estar juntos. A princípio há uma composição dos partidos da base do governo, com exceção do PSD, que tem no Ratinho Júnior, meu amigo, um pré-candidato. Temos que esperar.

Pode acontecer uma união entre o Ratinho e a Cida? Pode, não está descartado. Cada um tem direito de buscar a sua candidatura. Hoje se pegar uma pesquisa quem lidera é o Ratinho e o Osmar, a Cida tem algo em torno de 5% da preferência do eleitorado. Mas ela vai assumir o governo e terá a “máquina” na mão. Então tudo pode mudar. Tem que esperar.

OP: O Beto Richa deve apoiar qual candidatura ao governo?

ER: O Beto deve ir com a Cida, porque ela é a vice e mesmo porque ela já disse e deve ter assumido esse compromisso com ele de manter os bons programas que existem. O Beto, na solenidade de segunda, declarou que entregaria o governo nas mãos da Cida, que confia nela e que o governo estaria em boas mãos. Então o Beto Richa deve ser um dos candidatos na chapa da Cida.

OP: O senhor acredita que a disputa ao Governo do Estado será polarizada por quantos candidatos? Dois ou três? Que o Osmar e o Ratinho acabem se juntando a fim de terem uma candidatura mais forte?

ER: Como ainda faltam meses até a eleição, muita coisa pode acontecer. Então é difícil fazer afirmações. O primeiro passo foi a decisão do Beto, de entregar oficialmente o governo para a Cida para concorrer ao Senado. Eu acredito que o Beto deve se eleger senador, pelo trabalho que ele fez pelo Paraná. Nós só estamos avançando e fazendo obras em todos os municípios graças ao ajuste fiscal feito lá atrás, e isso credencia o Beto para disputar o Senado e conquistar uma das cadeiras.

OP: O Democratas vai oficializar apoio à pré-candidatura da Cida?

ER: O Democratas sempre foi aliado do Beto Richa, e como mantivemos nossa lealdade ao longo dos seus mandatos, vamos seguir apoiando ele. Como anunciou a sua saída do governo para concorrer ao Senado, estamos com ele. E ele estando com a Cida, o Democratas deve ir junto com a Cida. Não seria justo nesse momento nós sairmos da base e apoiarmos outras candidaturas, por mais que eu tenha boa amizade com o Osmar Dias e com o Ratinho Júnior. A questão é que chega um determinado momento que você precisa ter um lado e o Democratas vai ter o seu lado.

OP: O DEM almeja eleger quantos deputados estaduais no Paraná nesta eleição?

ER: Nós somos hoje quatro deputados estaduais, esperamos que não haja nenhuma baixa.

OP: Na corrida em busca de apoios à sua pré-candidatura à reeleição, o senhor tem preferência por coligar com partidos mais alinhados ideologicamente com o DEM ou é aberto também às legendas mais à esquerda, como já ocorreu em outras situações?

ER: Já tive apoio desde PT até PSDB. Como pré-candidato a deputado estadual, eu busco muito mais apoios em torno do meu nome independente do partido, mesmo porque acho que fiz ao longo desse período um trabalho dentro das minhas condições e dentro dos programas do Governo do Estado para atender os municípios nas mais diversas áreas. Então, tanto em Marechal Cândido Rondon como em outros municípios espero ter apoio de diversos partidos.

OP: Até o fim da janela partidária, no próximo dia 07, o DEM espera ganhar mais deputados estaduais no Paraná ou deve perder nomes?

ER: Semana que vem teremos novidades. Talvez deputados vindo

para o Democratas ou deputados saindo e indo para outros partidos. Há muitas conversas, então temos que esperar para ver o que vai acontecer.

OP: Do Oeste do Paraná, um dos parlamentares que avalia a possibilidade de ingressar no DEM é o Evandro Roman, atualmente no PSD. Ele realmente deve mudar para o Democratas?

ER: Há uma grande possibilidade do Roman vir para o Democratas. Eu tenho conversado com ele, ele tem conversado com o Pedro Lupion, que é o presidente estadual, em nível nacional também há conversações, mas é uma decisão dele. Hoje é tudo uma incógnita.

OP: Outro deputado da região que deve mudar de partido é o Ademir Bier, que estuda sair do MDB. As especulações mais recentes são de que ele deve ingressar no PP. Se isso se concretizar, ele passaria a ser do mesmo partido da futura governadora. Ou seja, deixaria de ser oposição e vocês, como já aconteceu em outra situação, seriam aliados de um mesmo governo e poderiam estar no mesmo palanque nesta campanha. Como o senhor avalia isso?

ER: Eu nunca mudei de partido. Mantenho a minha linha e a minha posição muito claras. Não posso responder pelos outros e não posso fazer avaliações “se acontecer”. Tem que esperar. O que posso dizer é que não vou mudar de partido e estou no grupo que está no governo hoje. Se alguém entrar no grupo que está no governo e quem está sair do governo, isso é problema de cada um.

OP: O senhor já tem uma projeção de quantos votos vai precisar para se reeleger? Acredita ser possível ampliar a votação feita em 2014 (54 mil votos)?

ER: Temos que esperar confirmar as coligações, quantos candidatos teremos na nossa coligação, para fazer uma análise mais criteriosa. Diria que para ficar tranquilo, independente de coligação e partido, uns 50 mil votos garantem uma cadeira na Assembleia Legislativa. Estou buscando acima de 50 mil votos, na última foram 54.993. Acho que há boa possibilidade de ampliar a minha votação, até em função do trabalho que temos realizado no atendimento aos municípios e às entidades. Temos as portas do nosso gabinete abertas para os prefeitos e temos feito um trabalho intenso para pleitear projetos e programas junto ao governo. Mas, vamos esperar a campanha, abrir as urnas.

 

Matéria completa na edição impressa do Jornal O Presente desta sexta-feira (30).

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