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Política Candidato em 2016

“Estou isento hoje da política rondonense”, afirma Elemar Lamberti

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Em visita ao O Presente o candidato a prefeito em 2016, Elemar Lamberti frisa: “Deixei claro que não participarei mais da vida pública, tanto que eu estou hoje sem partido por uma decisão junto com a minha família” (Foto: Sandro Mesquita/OP)

O empresário do ramo de transportes, Elemar Lamberti, viveu uma experiência intensa na vida pública em 2016, quando foi candidato a prefeito de Marechal Cândido Rondon apoiado pelo então grupo de situação. Quatro anos depois, o rondonense hoje não está mais filiado a partido político e sua contribuição na sociedade ocorre de outras formas, um pouco longe dos holofotes políticos.

Em visita ao Jornal O Presente, Lamberti fez uma avaliação do momento em que o Brasil vive e da gestão do presidente Jair Bolsonaro, do qual é declarado apoiador. O empresário também falou sobre a saída recente de dois ministros populares, Luiz Henrique Mandetta (Saúde) e Sérgio Moro (Justiça e Segurança Pública), bem como fez uma análise do setor de transportes no país e da política rondonense. Confira.

 

O Presente (OP): Sendo apoiador e incentivador dos apoiadores ao presidente Jair Bolsonaro, como o senhor avalia o primeiro um ano e meio de governo dele?

Elemar Lamberti (EL): A avaliação que eu tenho do nosso presidente Bolsonaro é que ele tem feito um trabalho fantástico até então. Da forma como ele assumiu o Brasil em 2019, tem feito um trabalho na economia do país, no desenvolvimento e crescimento, na credibilidade do empresário, que nós vínhamos com uma esperança no primeiro ano de gestão. Agora, no segundo ano, estávamos colhendo os frutos da gestão, principalmente na economia. O Brasil veio mostrando em janeiro, fevereiro e março, principalmente na nossa atividade, um crescimento dentro daquilo que já vinha nos vendendo o Paulo Guedes, ministro da Economia. Tanto que se você pegar o juro de financiamento, a taxa da Selic a 3,75%, o juro mais barato de muitos anos da história e que nós não tivemos tão baratos, financiamentos para investimentos a 0,63% taxa fixa mensal. É uma taxa que é histórica para o nosso país e, com isso, vimos que todo empresário e empreendedor vinha se desenvolvendo e crescendo bastante. Estávamos vendo os números desse governo, na área da economia, dentro daquilo que estava projetado e dentro daquilo que o governo vinha nos sinalizando que iria ser o Brasil e que o país iria decolar esse ano. Mas, infelizmente, a questão dessa pandemia do coronavírus complicou um pouco.

 

OP: O senhor acha que a economia irá se recuperar rápido ou iremos passar por um tempo longo com dificuldade?

EL: Falando da nossa empresa, eu vejo que se reverter a situação até final de maio, início de junho, se reverter aquele gráfico que chegou no limite que ele possa reclinar, acredito que iremos levar no mínimo um ano para recuperar nossa economia. Depende do trabalho que o nosso ministro da Economia tem nos projetos futuros dele.

 

OP: O senhor acha que para essa recuperação o trabalho do ministro Paulo Guedes é importante?

EL: Muito importante. Se olharmos a avaliação dele em mercado internacional, é considerado um dos melhores ministros do mundo, ou seja, o melhor ministro da América do Sul, que nós temos em área de economia. Então acreditamos muito nele e temos que acreditar, sermos positivos e procurando alternativa. Como todo brasileiro ele é criativo para achar soluções positivas. Eu acredito que nós vamos ter essa recuperação dentro de um ano.

 

OP: O presidente vem sendo bastante contestado por estar liderando protestos políticos em seu favor. Como o senhor analisa isso?

EL: A minha avaliação é que o Bolsonaro mantém o equilíbrio, mantém todo o eleitorado dele. Ele está tendo essa pressão toda porque não é corrupto. Se ele fosse corrupto já estaria tudo resolvido. Se ele estivesse acertado com Congresso, Senado, entre outros, estava tudo resolvido. Mas como até então não acharam uma vírgula de corrupção do governo dele, é onde ele está tendo dificuldade de governar e, principalmente, o centro-esquerda que está no quanto pior melhor.

 

Empresário do ramo de transportes, Elemar Lamberti: “A avaliação que eu tenho do nosso presidente Bolsonaro é que ele tem feito um trabalho fantástico até então” (Foto: Sandro Mesquita/OP)

 

OP: O senhor acha que o Exército consegue neste momento apoiar o presidente a ponto dele se manter no poder? Ele não corre o risco de ser cassado por causa dessas manifestações?

EL: Eu tenho acompanhado bastante as decisões e a questão política do nosso presidente. Ele tem hoje o apoio do Exército, que está sendo pelos bastidores, conforme temos algumas informações. Pela democracia o presidente disse que se for preciso tomaria algumas decisões. Ontem (domingo, 03) ele deu mais uma apresentação em uma manifestação de Brasília, em que comentou de que agora vai cumprir a Constituição à risca. Então são duas vias na Constituição e que agora algumas decisões são tomadas por ele, mas dentro da Constituição de direito que ele tem.

 

OP: O senhor acha isso positivo ou negativo?

EL: Eu acho positivo. É positivo para quem quer trabalhar, para quem está gerando emprego, para quem quer desenvolver, para quem é empreendedor. Se nós perdermos hoje esse governo, e se voltar, respeitando a opinião de pessoas de centro-esquerda, mas pode ver quem são os empreendedores e quem são as empresas que fazem o desenvolvimento, geração de empregos e divisas neste país.

 

OP: Como o senhor analisa a saída recente dos ministros muito populares do governo, que era o Luiz Henrique Mandetta (Saúde) e o Sérgio Moro (Justiça e Segurança Pública)?

EL: O Mandetta, em um primeiro momento, criou uma popularidade muito grande na forma de expressão que tinha na imprensa. Só que quando foi tomada a decisão de saída dele, depois nós fomos ver quem era o Mandetta na história do dia. Tanto que três a quatro dias depois ninguém mais falou do Mandetta. Temos o Nelson Teich, que é o novo ministro da Saúde que, aparentemente, está fazendo um trabalho muito sério. O país realmente precisa de um ministro com conhecimento como o dele. O currículo dele é muito bom. Ontem (domingo) ele (Teich) esteve em Manaus para ver de perto a situação lá, até onde realmente é uma situação da forma que estão apresentando. O Sérgio Moro eu tenho uma admiração muito grande por ele como juiz. Esperávamos dele muito mais. Mesmo com a maior competência que ele tenha, mas a atitude que tomou como ministro da Justiça e da Segurança em se demitir através de uma coletiva nacional… Eu acredito que isso é uma falta de ética da posição do ministro da Justiça. Primeiro deveria ter conversado com o seu chefe, que é o nosso presidente, comunicá-lo primeiro para aí ir para a imprensa dizer que estaria saindo do Ministério. Outra falta de ética também é que nessa situação que o país está passando, com pandemia, crise política, crise econômica, para um patriota, da admiração que nós temos por ele, o Moro não deveria abandonar o país nesse momento. E outra situação que eu também condeno, que é uma falta de ética pela posição dele, foi passar informações de WhatsApp para a imprensa. Eu acredito que na posição de um ministro não deveria ter essa atitude. A bibliografia ele acabou de enterrar, esse é o meu ponto de vista.

 

OP: O senhor pensa que as denúncias que ele fez podem ter alguma consequência ou não?

EL: Acredito que toda denúncia sempre traz um estresse, um desgaste, mas não que seja algo que corre o risco de um impeachment deste presidente.

 

OP: O senhor tem uma grande empresa do ramo de transportes. Como está este setor neste momento no país, no auge da pandemia?

EL: Depois da greve geral que tivemos há dois anos, o transporte tem melhorado. O atual governo tem trabalhado muito em cima do transporte, tentando regulamentar o setor. O governo já implantou no ano passado o Ciot (Código Identificador da Operação de Transporte) para os autônomos, e agora no mês de março seria implantado também para nós, o transportador, para que ele tenha todos os dados do transporte do Brasil. O Ciot é um documento que tanto os autônomos como os transportadores comunicam o governo, que tem todas as informações. Com isso diminui a sonegação e mostra o profissionalismo de cada transportador. Hoje tem a tabela mínima do transporte, cujo valor é coerente, e eu avalio que o transportador tem que cada dia mais se profissionalizar. Ele precisa sempre saber a tendência de mercado. Nós, por exemplo, trabalhamos sempre com a expectativa do que o mercado vai ser daqui um ano ou dois anos. Participamos de feiras de transportes, porque preciso a tendência de mercado daqui um ano. Eu procuro muito ter essas informações, pois temos uma filosofia na nossa empresa: não somos os maiores, mas precisamos ser os melhores na nossa atividade. Para isso as oportunidades e informações estão aí, só basta correr atrás.

 

OP: Os projetos de investimentos da empresa estão mantidos ou há uma revisão?

EL: Todos os nossos processos estão mantidos. Nesse momento estamos analisando uma forma diferente por toda essa situação que o país está passando. Estamos mantendo os projetos. Sabemos que o que tínhamos para esse ano agora devemos esperar passar essa fase para continuar depois com os projetos, mas estamos bastante otimistas. Acreditamos nesse governo, acreditamos no Brasil, temos que ser positivos, que com certeza iremos passar essa fase, com sucesso, e vamos continuar crescendo sim.

 

OP: O senhor foi candidato a prefeito em 2016 e é um nome lembrado quando se fala em eleição em Marechal Rondon. Como o senhor avalia a política local neste momento? O senhor acha que as eleições devem acontecer neste ano ou, na sua opinião, seria melhor postergar para o final de 2020 ou prorrogar o mandato?

EL: A avaliação que eu tenho da atual política rondonense é positiva. Sempre creio que para o grupo de situação ser melhor tem que ter a oposição, críticas construtivas, para que o atual gestor possa melhorar a gestão do nosso município. Sobre as eleições, eu sou da opinião que seja prorrogado o mandato para mais dois anos, para 2022, que se faça uma eleição só no Brasil. Eu não tenho conhecimento de outros países que têm a cada dois anos uma eleição. Eu sou da opinião de que tenhamos uma eleição unificada. Então aproveitamos essa pandemia, esse momento, para que nossos congressistas avaliem para que possamos fazer uma eleição só. Que seja estendida por mais dois anos a gestão dos atuais e se faça uma eleição só em 2022.

 

OP: Quanto às especulações relacionadas ao seu nome, o senhor mantém a decisão de não disputar mais eleições?

EL: Isso já está definido. Já tenho conversado com o grupo político no qual eu sempre tive o apoio e fui apoiado. Deixei claro que não participarei mais da vida pública, tanto que eu estou hoje sem partido por uma decisão junto com a minha família. Estou isento hoje da política rondonense, mas sempre trabalhando e acreditando na política da nossa cidade.

 

 

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