Fale com a gente

Política Gestão 2023/2027

Lula dará “carimbo final” à nova diretoria de Itaipu, diz Enio Verri

Verri assume as atividades oficialmente nesta segunda-feira (13)

Publicado

em

(Foto: Divulgação)

O recém-nomeado diretor-geral brasileiro de Itaipu, Enio Verri (PT), afirmou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) dará o “carimbo final” nas nomeações da nova diretoria da companhia.

Verri afirmou que fará a análise do currículo dos cotados, dando a “última palavra técnica” sobre as indicações.

Porém, reforçou que o processo é fruto de negociações políticas do ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, da presidente nacional do PT, deputada federal Gleisi Hoffman (PR), junto aos partidos da “frente ampla” do governo.

“A direção da Itaipu terá diretorias ligadas aos vários partidos. Claro, o partido indica, no meu caso eu aprovo ou não o currículo da pessoa indicada e se essa pessoa não preencher os requisitos, é claro que o partido irá indicar outro ou uma outra profissional para ocupar a vaga. Então, o meu papel é de análise, vamos chamar assim, de análise técnica. Mas análise das indicações, isto é uma determinação que o presidente nos impôs, e a última palavra é dele”.

A nomeação de Verri foi publicada na última sexta-feira (10) em edição extra do Diário Oficial da União (DOU). O documento é assinado por Lula e pelo ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira de Oliveira.

O paranaense vai exercer o mandato até 16 de maio de 2027 e assume o lugar do almirante Anatalício Risden Junior, indicado por Jair Bolsonaro.

Negociação com Paraguai

O diretor-geral lista como um dos maiores desafios da gestão à frente da companhia a revisão prevista para este ano de parte do Tratado de Itaipu, firmado entre Paraguai e Brasil em 1973.

Os dois países discutirão novos termos do Anexo C, que trata das bases financeiras e da prestação dos serviços de eletricidade da usina binacional.

“O que nós vamos ter que fazer agora é discutir exatamente isto com Paraguai: nós vamos fornecer só a energia ao menor preço possível, ou nós vamos ter que discutir algo mais além do custo de energia? E se vamos ter que oferecer algo mais, que tipo de investimentos faremos?”, questiona Verri.

De acordo com o diretor-geral, as negociações do anexo C só devem tomar forma por volta de agosto, quando o presidente a ser eleito pelos paraguaios – em abril – deve assumir.

De acordo com a Itaipu, os dois países têm direito à metade da produção gerada pela usina. O Paraguai não usa toda parte a qual tem direito, sendo obrigado a vender o excedente ao lado brasileiro.

O lado brasileiro da usina fica em Foz do Iguaçu. A Itaipu é a segunda maior usina hidrelétrica do mundo. A usina utiliza toda a água que vem da bacia do Rio Paraná para a produção de energia.

Verri disse também que vai trabalhar para expandir a transição energética no Brasil, com novas alternativas sustentáveis. “Vamos fazer um debate profundo com o mundo da ciência, com pesquisadores e iniciativas privadas”, disse,

Obras de infraestrutura

Ao ser questionado sobre as obras da Perimetral Leste, nova rodovia que contornará Foz do Iguaçu, da BR-277 à nova ponte entre Brasil e Paraguai, Verri afirmou que a gestão da obra não é de responsabilidade de Itaipu, mas que vai monitorar o andamento das obras.

“A Itaipu repassava o recurso, mas a gestão da obra não cabe à Itaipu. Eu tenho que ver com quem: se é com município, se é com o DER, com o próprio governo do Estado. Então, portanto, a responsabilidade da velocidade da obra, tenho certeza absoluta, não é da Itaipu. Mas, claro, é nossa obrigação, de quem financia integralmente a obra, de cobrar com que ela seja realizada da melhor maneira possível”, afirmou.

Verri disse que todas as futuras obras realizadas ou investidas pela Itaipu não serão interrompidas.

“É muito mais caro parar qualquer obra do que terminá-la”, completou.

Obras da Perimetral Leste de Foz do Iguaçu

Quem é Enio Verri

Economista, Verri é especialista em teoria econômica, mestre em economia e doutor em integração da América Latina pela Universidade de São Paulo (USP).

Em 2022, Enio Verri foi reeleito deputado federal com 95.171 votos. Ele é natural de Maringá.

Ele tem tem 61 anos e foi eleito para o terceiro mandato consecutivo como deputado federal nas últimas eleições. Antes, foi deputado estadual do Paraná por dois mandatos (2007-2014).

Na Câmara dos Deputados, teve passagens por comissões como a de Finanças e Tributação e a de Desenvolvimento Econômico, Indústria, Comércio e Serviços.

Antes da política, Verri foi professor de economia na Universidade Estadual de Maringá (UEM).

Em cargos públicos, foi secretário municipal de fazenda da Prefeitura Municipal de Maringá (2001-2003); Secretário municipal de governo (2003-2004); e secretário de estado de planejamento, no Governo do Paraná, entre 2007 e 2010.

Com G1

Clique aqui e participe do nosso grupo no WhatsApp

Copyright © 2017 O Presente