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Política Atual presidente da Câmara

“Não é porque o partido é oposição que serei oposição”, afirma Claudinho

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Presidente da Câmara de Vereadores de Marechal Rondon, Claudio Köhler (Claudinho) (PP), reeleito para mais um mandato: “Não esperávamos pegar um momento tão turbulento na Câmara” (Foto: Ana Paula Wilmsen/OP)

Presidente da Câmara de Vereadores de Marechal Cândido Rondon no biênio 2019/2020, Claudio Köhler (Claudinho) (PP) enfrentou à frente do Poder Legislativo um dos períodos mais turbulentos na história da Casa de Leis, marcado por discussões, ofensas pessoais e instalações de comissões parlamentares de inquérito (CPIs).

Reeleito para mais um mandato, o progressista diz que embora não tenha envolvimento com a situação negativa que surgiu entre alguns colegas, mas isso fez com que a expectativa de votação nas urnas ficasse abaixo do esperado.

Em entrevista ao Jornal O Presente, Claudinho falou ainda da situação do Progressistas e de como deve ser a sua linha de trabalho no próximo mandato. Confira.

 

O Presente (OP): Na eleição de 2016 o senhor fez 790 votos. Nesta eleição alcançou 852 votos. Esperava fazer mais votos? Qual avaliação faz das urnas neste ano?

Claudio Köhler (CK): Não tenho porque mentir, esperávamos sim ter uma votação um pouco mais expressiva, mas acho que pelo fato de estar como presidente nos últimos dois anos e a Câmara ter vivido um momento turbulento, influenciou. O Claudinho não tem algo a ver, pelo contrário, fizemos questão de mostrar tudo o que estava acontecendo e demos transparência para todos os fatos. Não tive envolvimento diretamente com nenhum dos casos, mas às vezes isso acaba nos prejudicando. Em razão disso acredito que não obtivemos o número que acreditávamos fazer, mas estou muito grato e feliz com esses 852 votos que as pessoas depositaram para continuarmos os nossos trabalhos no Poder Legislativo de Marechal Rondon.

 

OP: A oposição encontrou dificuldades ao longo da campanha? Qual a principal?

IL: Eu particularmente nenhuma, até porque o Partido Progressistas estava de bandeira branca, deixando a autonomia de cada candidato a vereador fazer a sua campanha da forma que achasse melhor. Eu adotei uma postura e essa postura foi bem aceita perante todos os eleitores.

 

OP: Qual avaliação o senhor faz do seu partido nas urnas?

CK: Excelente. Até porque o Progressistas só teve sete candidatos a vereador, mas são sete candidatos que realmente fizeram uma expressividade positiva de votos. Tanto é que com sete vereadores fizemos quase 3,8 mil votos, o que possibilitou elegermos dois vereadores do partido para a próxima legislatura de Marechal Rondon.

 

OP: Na sua opinião, a que se deve a expressiva diferença de votos entre o candidato a prefeito reeleito, Marcio Rauber (DEM), e o segundo colocado, Josoé Pedralli (MDB)? Qual é a sua análise referente a essa expressiva votação?

CK: Primeiramente, quero parabenizar o prefeito Marcio e o vice Ila (Ilario Hofstaetter, PL). Acho que é uma demonstração de que a comunidade aprovou o trabalho que eles realizaram nos quatro anos. Não sei o porquê de tanta diferença assim em relação aos outros candidatos, mas acredito em especial que foi pelo bom trabalho realizado pela administração municipal.

 

OP: O senhor encerra no próximo mês o seu mandato e termina a sua gestão à frente da Câmara. Foi um período conturbado, com muitos ataques e denúncias entre vereadores. Qual sua análise destes dois anos em que está como presidente?

CK: Muito positiva e de muito aprendizado. Não esperávamos pegar um momento tão turbulento na Câmara de Vereadores, mas acredito que isso vem para somar positivamente no município como um todo. A própria questão agora de um projeto de lei que foi da nossa autoria que acaba com o voto secreto veio para dar maior transparência ao eleitor, para saber de que forma o seu candidato está votando nos projetos de lei, bem como aqueles projetos vetados pelo Executivo. Além desse aprendizado e dos avanços que tivemos na transparência de todos os atos que a Câmara disponibiliza no Portal da Transparência, a rede de contatos que criamos no Governo do Estado e governo federal soma-se positivamente para isso.

 

OP: Analisando todos os casos que aconteceram dentro da Câmara de Vereadores, tumultos, bate-boca, que, no final, acabaram não trazendo nenhum benefício para a comunidade de Marechal Rondon, o senhor acha que em algum momento faltou um posicionamento mais firme do presidente ou dos próprios companheiros para acalmar os ânimos e as coisas se normalizarem?

CK: Pelo contrário, eu sempre fui totalmente contra esse tipo de atitude por parte dos vereadores e a gente falava em particular com cada um para mudar a sua postura, porque a comunidade não espera isso do parlamentar. O vereador foi eleito para estar na Câmara para legislar, fiscalizar e criar bons projetos de lei, não para entrar em embates particulares, que foi o caso de alguns vereadores do município, o que acabou levando a esse momento turbulento que a Câmara viveu nos últimos dois anos. Espero que na próxima legislatura seja diferente. São seis novos vereadores que estarão no Poder Legislativo e quem ganha com isso é a sociedade. Acredito que vai ser uma legislatura mais tranquila, de muitas proposições positivas e projetos de lei que vão aglutinar para o Executivo desenvolver um bom trabalho aqui no município.

 

Vereador reeleito Claudio Köhler (Claudinho) (PP): “Acredito que vai ser uma legislatura mais tranquila, de muitas proposições positivas e projetos de lei que vão aglutinar para o Executivo desenvolver um bom trabalho no município” (Foto: Ana Paula Wilmsen/OP)

 

OP: Olhando hoje para 2018, o senhor em algum momento se arrependeu de ter se afastado do prefeito e participado de um novo grupo para a eleição da Câmara?

CK: Não é uma questão de arrependimento, até porque quando o meu nome foi colocado à disposição para a presidência eu não forcei nada. Até fui surpreendido quando o meu nome foi colocado à disposição para presidente. Não é segredo para ninguém que nos primeiros dois anos sempre tive um bom relacionamento com todo o Executivo. Teve esse momento atípico da eleição da Câmara que todos têm o conhecimento, mas após isso voltei a ter um bom trânsito dentro do Executivo. Não tenho como me queixar de nenhum dos secretários, tanto quanto do prefeito como do vice-prefeito. Sempre fomos bem atendidos e isso continua até o momento.

 

OP: Qual deve ser o seu posicionamento no novo mandato: situação ou oposição ao governo municipal? Qual deve ser sua linha de trabalho?

CK: Acho que as pessoas esperam que os candidatos não sejam mais tão partidários, mas sim que trabalhem em prol do todo. Isso eu já comentei há quatro anos quando fui eleito. Muitos me perguntaram por que meu partido é oposição e eu estava aliado ao governo. Não mudarei a minha postura, acho que o bom trabalho precisa continuar e os bons projetos precisam ser aprovados. Não é porque o partido é oposição que o Claudinho vai ser oposição. Pelo contrário, tenho a minha postura, a minha ideologia e assim continuarei.

 

OP: Em relação à mesa diretiva da Câmara, o senhor se coloca à disposição? Ou já tem um nome no qual deve votar?

CK: Eu acho um pouco cedo para falarmos sobre isso, até porque se passou apenas uma semana e pouco da eleição. Vejo que é natural o próximo presidente ser do Democratas, até porque o partido fez seis vereadores e se somam mais dois vereadores do PL. Seriam oito vereadores da base do governo. Temos o MDB que foi oposição direta ao governo e o Progressistas que foi de bandeira branca. Vamos aguardar o nome das pessoas que têm essa pretensão de ser presidente da Câmara. Há bons nomes, sim. Hoje não é prioridade do Claudinho ser presidente da Câmara.

 

OP: O vereador Arion Nasihgil disse ao Jornal O Presente que possivelmente o vereador Adriano Cottica deve deixar a presidência do Progressistas. O senhor pensa em assumir o comando do partido? Em que pé estão as conversas dentro do partido se o Cottica realmente sair?

CK: A gente já teve essa conversa ao longo dos últimos meses, juntamente com o Adriano e com o diretório do Progressistas. Eu sou hoje o atual vice-presidente do partido. O Adriano deixando o mandato de vereador em razão dos assuntos particulares dele, já deixou à disposição para fazermos uma nova eleição. Coloco-me sim à disposição para ser o próximo presidente do Progressistas, como também tem o vereador Arion (Nasihgil), e juntamente conosco iremos compor e fortalecer ainda mais o partido no município de Marechal Rondon.

 

OP: O deputado federal José Carlos Schiavinato (PP) chegou a procurar o prefeito durante a campanha e havia muita expectativa de que ele anunciasse apoio ao então candidato Marcio. O senhor acompanhou essas tratativas. O que aconteceu nos bastidores? Por que esse apoio não veio?

CK: Sim, não tem motivo para esconder. Eu inclusive acompanhei o deputado Schiavinato em uma conversa com o prefeito Marcio. Uma conversa bem sincera entre ambas as partes, em especial entre deputado e prefeito. O próprio deputado se colocou à disposição para auxiliar a administração municipal, agora de 2021 a 2024 com a reeleição do prefeito Marcio. O deputado federal tem um grande carinho pelo município de Marechal Rondon, pois foi o segundo maior reduto de eleitores do Schiavinato, com aproximadamente 5,5 mil votos. Ele é um dos únicos deputados federais que representa o Oeste do Paraná e é um deputado bem ativo, tem um olhar especial em relação ao agronegócio, que é a força motriz de Marechal Rondon. A economia do nosso município gira em torno do agronegócio e o deputado Schiavinato está na Frente Parlamentar em Brasília referente à questão do agronegócio. Então, o município só tem a ganhar com essa proximidade entre o deputado e o prefeito Marcio Rauber.

 

OP: Algumas pessoas comentam que sempre no segundo mandato de prefeito as ações não acontecem como deveriam. Qual a sua visão referente a isso?

CK: O comentário é esse mesmo, até porque viemos de duas reeleições passadas que nos trouxeram esse exemplo. Não acredito que esse mandato seja assim, até pelo fato de o Marcio ser uma pessoa jovem que possa ter outras pretensões políticas. Acredito que ele vai desenvolver um bom trabalho. Aliado de pessoas boas que estejam ao seu lado, tem muito a prosperar. Quem ganha com isso somos todos nós.

 

OP: Analisando o contexto oposição ao governo, a entrada do ex-prefeito Moacir Froehlich (MDB) na Câmara pode melhorar o processo, levando em conta a experiência dele?

CK: Com certeza. A experiência que o Moacir tem é invejável, digamos assim. Ele já foi vereador, já foi prefeito por oito anos e agora estará junto de nós na Câmara. Todos os demais vereadores poderão usufruir da experiência dele, mas sempre no campo das ideias, em um debate positivo. Não da forma que foi ultimamente quando se levava para o lado pessoal. Então, acredito que venha a contribuir, sim.

 

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