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Política Eleições 2020

“Não importa se haverá outros dois ou três candidatos, vamos com força total”, diz Vilson Martins

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Pré-candidato a prefeito de Mercedes, Vilson Martins (PSD): “Felizmente me preparei todo esse tempo e estou preparado para ser candidato a prefeito” (Foto: Sandro Mesquita/OP)

Com a nova acomodação política após o fim da coligação na proporcional, o grupo de situação em Mercedes já tem o entendimento de que vai lançar duas chapas de candidatos a vereadores: uma do MDB e outra do PP. O PSD, por sua vez, deve encabeçar a chapa majoritária com o pré-candidato a prefeito Vilson Martins. Para fechar a dobradinha, a coligação escolheu o vereador Marcelo Eninger (PP) como pré-candidato a vice-prefeito.

Em visita ao Jornal O Presente, Martins falou sobre o desafio que será participar de uma campanha em que os candidatos terão restrições em manter contato com os eleitores. Além disso, na ala de situação outro desafio será convencer a comunidade a votar em um grupo que chega a 16 anos de prefeitura. “A oposição vai jogar que é muito tempo e hora de trocar, mas sempre falo para quem diz isso: se o governo está bom, por que trocar?”, argumenta o pré-candidato a prefeito. Confira.

 

O Presente (OP): O senhor é pré-candidato a prefeito e um dos desafios é lidar com o desgaste natural de um grupo que está há quase 16 anos na prefeitura. Como superar esse obstáculo e convencer o eleitor eventualmente a votar no seu nome?

Vilson Martins (VM): Dezesseis anos é muito tempo. Pessoas que nasceram 16 anos atrás vão votar agora pela primeira vez. O desgaste é natural, mas são 16 anos de ótimos governos e temos o que falar. Quem conheceu Mercedes 16 anos atrás e quem conhece hoje o município, o potencial agrícola, comércio e indústria, percebo que está bem diferente. Temos muito o que mostrar o que foi feito nos oito anos ótimos do ex-prefeito Vilson Schwantes e depois veio a prefeita Cleci Loffi com um novo governo. Foram excelentes governos. A cidade mudou. Aquilo que era prioridade para o Vilson Schwantes deixou de ser prioridade para a Cleci, e aquilo que é prioridade para a Cleci talvez mude para o próximo governo. Muitas coisas boas aconteceram. A oposição vai jogar que é muito tempo e hora de trocar, mas sempre falo para quem diz isso: se o governo está bom, por que trocar? Aí é uma aventura, vai se aventurar em outro governo. Se está bom tem que continuar. É nesta tecla que vamos bater, lembrando que será outra administração. Pode ser o mesmo grupo, mas será outro governo. Será uma continuidade na qualidade, mas outro governo.

 

OP: Cada governo tem suas prioridades. Se o senhor for candidato a prefeito, o que pretende propor que não foi feito ainda em Mercedes?

VM: Houve um avanço muito grande na cidade nos dois governos da Cleci. Foi revitalizada a Avenida João XXIII e agora ocorre a revitalização da Rua Oswaldo Cruz e da Avenida Mário Totta. Estão ficando lindas com iluminação de led. O município tem outros projetos para os distritos para também implantar iluminação de led. Ainda há recape asfáltico e algumas melhorias na cidade. Mas, no meu ponto de vista, o interior do nosso município se tornou um potencial muito grande na área avícola, suinocultura e gado leiteiro. Temos que dar condições para que estas pessoas fiquem no campo para que possam produzir e tenham conforto, com qualidade nas estradas. Houve um momento que se falava muito em pavimentação poliédrica. Não quero trabalhar com isso. Isso é passado. A nossa proposta é trabalhar com asfalto nas estradas rurais e nas linhas para que essas pessoas que estão produzindo tenham condições. Existe um potencial muito grande e vamos trabalhar mais com o interior. Já que é difícil levar indústria para um município pequeno, a nossa indústria está ali.

 

OP: O agronegócio será o foco?

VM: A rentabilidade é muito boa, o funcionário que cuida da granja tem uma rentabilidade boa. O produtor pode educar seu filho e com estrada boa, acesso bom. O filho pode ir à faculdade com o mesmo conforto que aquele que reside na cidade.

 

Pré-candidato Vilson Martins (PSD): “Será uma eleição diferente, pois nunca houve isso no município. Nosso grupo está fechado e não importa se haverá dois ou três candidatos, pois vamos com força total” (Foto: Maria Cristina Kunzler/OP)

 

OP: Dos pré-candidatos a prefeito em Mercedes, o seu nome é o que tem experiência política. Isso é uma vantagem para quem pleiteia a prefeitura?

VM: Sem dúvida alguma. Eu me sinto preparado. Fui dirigente de comunidade por muitos anos no Arroio Guaçu, onde nasci e morei, fui vereador, presidente da Câmara por dois anos, fui chamado para a Secretaria de Viação e Obras. Foi um desafio muito grande à época na gestão do ex-prefeito Vilson. Fui vice-prefeito e fui secretário de Administração por três anos e meio. Então me sinto preparado, pois é muito diferente administrar uma lavoura ou sua propriedade do que o serviço público. Serviço público requer outra experiência, habilidade, ainda mais nos anos que estão por vir. Em 2023 findam-se os royalties. Precisaremos ter uma negociação muito boa com nossos deputados e com a Itaipu, sendo que em 2022 haverá outra eleição e mudam os parlamentares, talvez os dirigentes da Itaipu e na esfera federal também. Temos que trabalhar isso, pois se perdermos os royalties todos os municípios lindeiros sofrerão perdas.

 

OP: O senhor acha que o cenário que vivemos não permite mais que as pessoas se aventurem na política?

VM: Exatamente. O eleitor também não pode aventurar o voto. O candidato tem que ter experiência, um passado limpo, a vida aberta, tem que ter o que mostrar. Ser candidato é algo muito sério. Felizmente me preparei todo esse tempo e estou preparado para ser candidato a prefeito.  

 

OP: A dobradinha Vilson Martins e Marcelo Eninger está sacramentada?

VM: Está. O Marcelo Eninger é um rapaz bom e faz um trabalho excelente na saúde. Temos o apoio de todo o grupo. A dobradinha Vilson e Marcelo está sacramentada.

 

OP: Recentemente, houve um episódio envolvendo o nome do ex-prefeito Vilson Schwantes. Ocorreram manifestações de que ele era pré-candidato, o qual veio publicamente negar. O senhor pretende contar com o apoio dele na campanha, já que são próximos?

VM: Sem dúvida alguma. O Vilson é meu amigo, trabalhei no governo dele e admiro o excelente trabalho que fez. Conto com o apoio. Ele era meu candidato. Se quisesse ser candidato, eu abriria mão, porque sei da qualidade do Vilson e o que ele fez pelo município de Mercedes. Foi um excelente professor, foi meu professor, tenho ele como amigo e sei da capacidade do Vilson. Conto com ele, sim, e ele sabe disso.

 

OP: O senhor considera que o ex-prefeito Vilson é um dos principais cabos eleitorais, mesmo após ter deixado a prefeitura há oito anos?

VM: Sem dúvida, até pelo trabalho e respaldo que tem, não só em Mercedes como na região. Hoje ele está aposentado e quer aproveitar a vida. Mas contamos com ele e acho que vai nos ajudar, e muito, porque tem potencial político em Mercedes.

 

OP: Existe a possibilidade de o município ter três até quatro candidatos a prefeito. Na sua opinião, isso beneficia ou prejudica a sua pré-candidatura?

VM: No meu ponto de vista, quanto mais candidato melhor. Conheço os pré-candidatos. Sabemos que a oposição sempre sai com uma quantia de votos e a situação com outra. Será uma eleição diferente, pois nunca houve isso no município. Nosso grupo está fechado e não importa se haverá outros dois ou três candidatos, pois vamos com força total, com boa equipe em duas chapas de candidatos a vereadores. Tanto faz se haverá dois ou três, iremos para vencer a eleição.

 

OP: Existe alguma possibilidade de entendimento com um dos grupos políticos e trazer essas pessoas para a coligação de situação?

VM: Ainda é cedo para falar, mas creio que não. Segundo eles, os pré-candidatos estão fechados. A terceira força que surgiu já está em pré-campanha há um bom tempo. Então acho difícil, mas na política não se fala não. Sempre há os momentos de se conversar. Mas se não houver, tudo bem.

 

OP: Houve um entendimento entre o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e o Congresso Nacional pelo adiamento da eleição, restando definir as datas. Como o senhor avalia essa mudança?

VM: Toda mudança é prejudicial, porque você está trabalhando dois a três anos para que seja 04 de outubro. Em cima do tempo muda. Eu gostaria que fosse dia 04 de outubro, mas são vidas que estão em risco e entendemos. Será uma campanha diferente. Em outros anos, nesta época, estávamos nas comunidades, em festividades, junto com o eleitor. Esse ano não tem nada disso. Para ter contato com o eleitor precisamos ir até a casa, mas com a pandemia há restrição de visita. Hoje está difícil fazer campanha, porque não sabemos se a eleição será em outubro, novembro ou dezembro. Alguns prazos de desincompatibilização já foram e outros serão em 04 de julho. Não sabemos se vai haver essa desincompatibilização ou não. É uma eleição e uma campanha complemente diferentes. Ninguém sabe como vai fazer ainda.

 

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