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Política Eleições municipais

PL descarta desistir de disputa: “Entre Rios terá três candidatos a prefeito”

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(Foto: Maria Cristina Kunzler/OP)

O PL de Entre Rios do Oeste promove na segunda-feira (14), às 19h15, a convenção que deve definir o rumo do partido para a eleição de 15 novembro. A agremiação pretende lançar chapa pura à majoritária após não haver, até o momento, acordo com o MDB para formação de coligação.

Em conversas que vinham sendo realizadas há algum meses, havia entendimento de que o MDB indicaria um nome à majoritária e o PL outro. No entanto, o desentendimento teria ocorrido após lideranças emedebistas aceitarem somente o vereador Alcindo Schneiders (PL) como pré-candidato a vice-prefeito, fazendo objeções a outras possíveis indicações.

Em visita ao Jornal O Presente, a pré-candidata a prefeita, Alessandra Caetano Lupges, e o pré-candidato a vice-prefeito e presidente do PL, Marcelo Kaiser, falaram sobre o cenário político e reafirmam que, pela primeira vez, Entre Rios do Oeste deve ter três nomes na disputa pela prefeitura. Confira.

 

O Presente (OP): O PL e o MDB vinham conversando com o objetivo de formar uma coligação. Há poucos dias das convenções, ainda há chance para entendimento?

Alessandra Caetano Lupges: As convenções vão acontecer por esses dias. Enquanto as convenções não ocorrerem, na política eu sempre prefiro dizer que as portas estão abertas a conversações, até porque não somos eu e o Marcelo que definimos os rumos que o PL toma. Quem define os rumos do PL é o grupo, as pessoas que estão filiadas ao partido.

Marcelo Kaiser: Quem vai definir isso, dia 14, são os filiados. Somos um grupo e ele vai decidir.

Pré-candidata a prefeita de Entre Rios do Oeste, vereadora Alessandra Caetano Lupges: “Oferecemos à comunidade de Entre Rios a mudança que ela quer” (Foto: Maria Cristina Kunzler/OP)

Pré-candidato a vice-prefeito e presidente do PL, Marcelo Kaiser: “Sempre falamos que quem estivesse melhor seria o candidato do PL. Ele (vereador Alcindo) veio na condição de que poderia ser um pré-candidato” (Foto: Maria Cristina Kunzler/OP)

 

OP: E com o grupo de situação, há alguma possibilidade de entendimento?

Marcelo Kaiser: Eu, como presidente, não fui procurado. Nem eu e nem ninguém do PL. Dificilmente isso vai acontecer, mas as convenções que vão dizer isso. Então, dificilmente vai acontecer, mas vendo que não fechou a porta, há possibilidade.

 

OP: Depois do MDB ter lançado o nome dos pré-candidatos a prefeito e a vice, o PL chegou a conversar com as lideranças emedebistas?

Marcelo Kaiser: Não.

 

OP: Em algum momento o MDB procurou o PL?

Marcelo Kaiser: Também não, não mais. A partir do momento que nós decidimos ir com chapa pura, ninguém mais nos procurou. Pelo menos ninguém ligou ou me procurou. Não conversaram mais conosco.

 

OP: Vocês avaliam que é difícil mudar o cenário atual, com MDB, PL e PSD com pré-candidatos a prefeito?

Alessandra Caetano Lupges: Entre Rios do Oeste vai ter três candidatos a prefeito esse ano, sim. Não consigo ver possibilidade de mudança. Não há conversação conosco e a gente não imagina que esteja tendo, mas pode ocorrer. Enquanto não se fecham as reuniões e as convenções, tudo é possível.

 

OP: O MDB e o vereador Alcindo Schneiders (PL) alegaram que havia uma conversa para o parlamentar ser o pré-candidato a vice-prefeito na chapa do MDB. Houve essa conversa em algum momento?

Marcelo Kaiser: Não, nenhuma vez. Ele (Alcindo) se filiou como possível pré-candidato. Ao meu entender, seria escolhido entre o grupo quem teria melhor chances para ir. Sempre falamos que quem estivesse melhor seria o candidato do PL. Ele veio na condição de que poderia ser um pré-candidato.

Alessandra Caetano Lupges: Todas as conversas com o MDB que aconteceram, há aproximadamente dois anos, sempre foram pautadas na ideia de que, através de pesquisas de opinião pública, um pré-candidato seria indicado pelo PL para compor junto com o pré-candidato, também apontado em pesquisas de opinião, do MDB. Então, o melhor nome de acordo com as pesquisas seria oferecido pelo PL. Isso sempre foi um acordo e uma conversa tida todas as vezes. Quando o Alcindo se filiou ao PL, ele veio para ser uma possibilidade também (de pré-candidato). Se o nome do Alcindo aparecesse como o melhor nome na consulta popular, com certeza ele teria sido o nome indicado pelo PL. A intromissão do MDB ocorreu de forma prematura, porque o PL fez uma pesquisa e o nome do Alcindo não apareceu como melhor opção. O MDB chamou parte da executiva do PL para dizer que o único nome que seria aceito, indiferente de pesquisa, seria o Alcindo. Isso ocorreu em meados de junho. Essa interferência do MDB ocorreu, mas nas conversas de bastidores e em todas as reuniões feitas anteriormente com o PL não foi tratado dessa maneira. O acordo do PL e MDB foi distorcido no andar da carruagem. O porquê disso eu acredito que seja interferência de algumas pessoas, nem de todo o grupo. Hoje conversamos com as pessoas e sabemos que nem todo o grupo faz parte desta decisão.

 

OP: Vocês comentaram que o diálogo entre MDB e PL vinha ocorrendo há cerca de dois anos. Neste período o vereador Alcindo participava das conversas?

Marcelo Kaiser: Não.

Alessandra Caetano Lupges: Não. O Alcindo iniciou de fato dentro do PL, participando das conversas, a partir de meados de março. As conversas com o MDB já ocorriam no ano passado, o ano todo. Então ele começou a participar do PL neste ano.

 

OP: Como vocês avaliam esse cenário em Entre Rios do Oeste, o qual indica no momento de que pode haver três candidatos a prefeito?

Alessandra Caetano Lupges: No nosso ponto de vista, é a melhor opção para o PL, porque de certa forma gerou um desequilíbrio de pensamentos. Nunca na história de Entre Rios do Oeste tivemos três opções de voto, pois sempre foram duas opções e vindas principalmente da escolha de grupos que sempre dominaram a ala A e a ala B da política local. Neste momento, vem um projeto novo, com pessoas novas, jovens, inclusive com um projeto inovador e diferente. E isso traz essa instabilidade de pensamento na sociedade. Então, para o PL, no nosso ponto de vista, é a melhor oportunidade que pode ter, a melhor possibilidade para chegar a vencer as eleições.

 

OP: Essa situação deixou o quadro totalmente em aberto?

Alessandra Caetano Lupges: Sim, certamente que sim.

 

OP: Anteriormente foi comentado que o PL deseja implantar um projeto novo, inovador. Existem algumas linhas de propostas que o partido pretende apresentar na campanha?

Alessandra Caetano Lupges: Os pré-candidatos a vereadores, através de visitas, e estão realizando muitas na comunidade, conversando com lideranças, com presidentes de associações, com pessoas de todas as classes, estão juntando ideias. A gente já tinha um esboço de projeto em todas as áreas, e agora com essa captação de ideias vindas destas visitas já está praticamente elaborado. Acreditamos que até o fim da semana que vem tenhamos o projeto pronto.

 

OP: Em termos de disputa na proporcional, o PL vai lançar chapa completa?

Alessandra Caetano Lupges: Nós temos no momento seis pré-candidatos a vereadores. Possivelmente poderemos ter mais. Ainda há pessoas dentro do grupo avaliando a possibilidade. Então, até a convenção, há possibilidade de ter mais do que seis candidatos.

 

OP: Em Entre Rios do Oeste o grupo de situação é representado pelo PSD e PP e o grupo de oposição pelo MDB. Como o PL se enxerga neste cenário?

Alessandra Caetano Lupges: Desde que foi criado, vejo que o PL veio com a ideia de fazer parte da política e de se fortalecer, inclusive através dos próprios deputados, sendo que temos bons representantes, como o Fernando Giacobo (deputado federal), Marcel Micheletto (deputado licenciado e atual secretário de Estado da Administração e da Previdência) e o Gugu Bueno (deputado estadual). O PL veio com o propósito de disputa na majoritária e uma chapa boa de vereadores para Entre Rios. Não nos colocamos como situação, mesmo porque nos afastamos. Há pessoas dentro do PL que fizeram parte do grupo de situação e que acabaram se afastando no decorrer do mandato. Tem parte de pessoas que eram do grupo de oposição, que compôs com o MDB na eleição passada, e está dentro do PL conosco. Então, diria que o PL em Entre Rios hoje é uma opção diferente de situação e oposição, mas é um grupo que tem posição e ideias. Oferecemos à comunidade de Entre Rios uma mudança que ela quer, que são conceitos de uma gestão voltada principalmente para a comunidade.

Marcelo Kaiser: Sempre eram dois grupos que decidiam. Isso aconteceu toda vez em Entre Rios. Agora, nós somos aqueles que vêm de baixo. Vamos mudar isso aí, vamos expor nossas ideias, vamos trabalhar diferente. Nós sempre ouvimos o que o povo fala.

 

OP: Qual vai ser a estratégia do PL para a campanha diante desse cenário de pandemia, em que o contato físico com o eleitor fica de certa forma um pouco prejudicado?

Alessandra Caetano Lupges: É realmente uma eleição diferenciada das demais, mas estamos sendo bem assessorados. Contamos com uma boa coordenação, uma boa equipe de mídia, de marketing, temos saído na frente nesse quesito em Entre Rios. A gente sabe que isso vai aproximar muito a comunidade dos candidatos através das ideias e das propostas. Dentro da legislação possível e dentro de tudo que a Vigilância Sanitária permitir, realizaremos reuniões e visitas se pudermos, com todos os cuidados possíveis, como uso de máscara e álcool gel. Estamos orientando os nossos pré-candidatos a fazerem o mesmo e ver se a comunidade está disposta a recebê-los, porque realmente algumas pessoas vão se reservar ao direito de não receber por conta da pandemia. Precisamos respeitar o que as pessoas pensam e não se aproximar. Vamos trabalhar principalmente nessa ideia de um pré contato, visitas e, principalmente, mídias sociais e pequenas reuniões.

 

OP: Antes foi falado a respeito da velha política. Até pouco tempo era comum haver interferências de cima nos municípios quando da formação de coligações. Vocês temem que isso aconteça no PL ou o partido estadual tem dado toda liberdade?

Alessandra Caetano Lupges: Se isso ocorreu no passado, eu não fiz parte desse tipo de conversação. Eu fazia parte do PDT e hoje estou no PL. O partido deu a provisória de Entre Rios do Oeste ao nosso presidente Marcelo com total liberdade ao grupo e às pessoas filiadas para tomar as decisões que forem as melhores para o município. O alinhamento do PL estadual não é com o MDB. A proximidade do Governo do Estado não é com o MDB, nem no âmbito federal, e o PL tem apoio tanto estadual quanto federal.

 

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