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Política Eleições 2022

“Podemos, sim, discutir reformas no STF”, diz Sergio Moro sobre decisões monocráticas e mandatos dos ministros

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(Foto: Pedro França/Agência Senado)

Em entrevista ao Meio-Dia Paraná nesta quinta-feira (22), o candidato ao Senado Sergio Moro (União Brasil) defendeu reformas de processos do Supremo Tribunal Federal (STF) em questões como decisões monocráticas e duração de mandatos dos ministros.

Ele também ponderou a necessidade de senadores independentes para se posicionarem contrários à indicação às vagas da Corte se os nomes não forem aptos.

“Ano que vem nós temos o desafio, duas vagas. Precisa ter senadores independentes que tenham coragem de dizer não se as indicações forem ruins. Dois: nós podemos discutir, sim, reformas no STF. Ter um mandato por exemplo, um tempo fixo para os ministros, sem aplicar ali retroativamente para não ter mudança na regra do jogo. A gente pode discutir como limitar decisões monocráticas, porque, às vezes, têm trazido alguns aborrecimentos”, disse.

Ao ser questionado se reafirma que o presidente Jair Bolsonaro (PL) interferiu na Polícia Federal (PF), Moro não respondeu e disse ser preciso olhar para a frente.

“Eu sempre digo a verdade, mas a gente tem que olhar para a frente. O que eu tenho defendido como senador? Eu tenho propostas para todas as áreas. […] Eu tenho divergências com o presidente Bolsonaro, quero deixar muito claro isso, divergências importantes, mas tenho mais convergências do que essas divergências”, afirmou.

Tentativa de concorrer por São Paulo

Questionado sobre se o Paraná foi segunda opção para ele quando tentou sair candidato por São Paulo, Moro negou e afirmou que aceitou a candidatura pelo estado vizinho por uma exigência do União Brasil, mas que ao ter a recusa do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-SP) optou por não recorrer da decisão.

Ele frisou, ainda, que “está apagado” e que preferiu concorrer pelo Paraná.

O candidato ressaltou também uma grande conexão com o estado e que tem o objetivo de retomar o protagonismo do Paraná no Senado Federal.

Ser político

O candidato negou ter vergonha de ser político quando questionado sobre o discurso na propaganda eleitoral em que se diz juiz e não político. “De forma nenhuma. Acho que a gente transforma o país, transforma aqui o Paraná através da política, que é uma das artes mais nobres. Agora, de fato, eu estou entrando na política agora”, disse.

Sergio Moro alegou que um dos principais motivos para entrar na política é lutar para que ela seja usada para melhorar a vida das pessoas. Ele citou ainda, como atitudes essenciais, o corte de privilégios e o combate à corrupção.

Saída da magistratura

Perguntado se tem arrependimento de ter deixado o cargo de juiz para assumir o Ministério da Justiça, Sergio Moro afirmou que fez a decisão por um ideal e por enxergá-la como uma oportunidade de combate à corrupção. Ele frisou feitos durante o período que foi ministro, como a revitalização do Banco Nacional de DNA.

“Eu acabei deixando o Governo porque não consegui fazer, seguir, com uma política que, para mim, era muito importante de fortalecer o combate à corrupção. Mas agora quero voltar, como senador forte e independente em Brasília, para retomar essas bandeiras, além de tratar dos outros temas, que a gente sabe que são muito importantes para a população, como saúde, educação, geração de emprego e renda”, explicou.

Associação com Bolsonaro

Sergio Moro foi questionado sobre sua associação à imagem do presidente Jair Bolsonaro (PL). Ele voltou a reforçar o desejo de ser um “senador independente forte” e disse ter objetivos em comum como as críticas à candidatura de Lula.

“Trabalhando junto naqueles projetos que importam para a vida da população, mas tendo a coragem e ousadia de também dizer não e apontar o que está errado em qualquer governo que se apresente em qualquer presidente”, ressaltou.

Excludente de ilicitude

O candidato classificou como “página virada” a proposta que fez enquanto ministro de ampliar o número de situações que poderiam ser consideradas legítima defesa em ações policiais ao ser perguntado se voltaria a defender tais medidas.

Ele disse ter sido uma demanda do presidente a qual não tinha compromisso absoluto. Sergio Moro ponderou, contudo, ser necessário fortalecer as polícias e valorizar as guardas municipais.

“A gente tem que endurecer a legislação penal, a gente tem que valorizar o policial porque o crime é inimigo de todos nós. Quem mais sofre com a criminalidade são as pessoas mais pobres, mais vulneráveis, que acabam sendo vítimas na periferia dos traficantes de drogas e dessas gangues que aterrorizam as cidades”, afirmou.

Próximos entrevistados

Participam da série de entrevistas os cinco primeiros colocados na pesquisa de intenção de voto do Ipec, divulgada em 23 de agosto. Veja a lista definida por sorteio:

19/09 – Paulo Martins (PL);

20/09 – Orlando Pessuti (MDB);

21/09 – Rosane Ferreira (PV);

22/09 – Sergio Moro (União);

23/09 – Alvaro Dias (Podemos).

Com G1

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