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Projeções climáticas do outono na agricultura: temperaturas mais baixas e menos chuva; veja detalhes

Estação deve ser de muito menos dias chuvosos que os do verão, com possibilidade de veranicos e temperaturas mais baixas no início da manhã

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(Foto: Jaelson Lucas/AEN)

O outono, de acordo com a meteorologista do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-PR), deve ser de muito menos dias chuvosos que os do verão, com possibilidade de veranicos e temperaturas mais baixas no início da manhã. Nada muito destoante do que é esperado para esta época do ano.

“No oeste e sudoeste, as médias climatológicas são mais elevadas. Mas à medida que vai subindo para o norte já vai diminuindo o volume de chuva esperado, dentro da média climatológica”, detalha Angela Costa.

Menos dias chuvosos é o que querem os produtores de soja, principalmente os do norte do estado, que precisam terminar a colheita. Segundo o Departamento de Economia Rural do Paraná (Deral), nessa última semana, 40% da área com soja no estado ainda não tinha sido colhida.

A consequência direta dessa colheita mais lenta, por causa da chuva, é o atraso no plantio do milho da segunda safra, comparado ao ano passado. Ainda não recebeu as sementes 23% da área destinada à cultura no estado. E quem planta tarde corre mais riscos de ter prejuízos por conta da geada, milho esse que é essencial em vários setores produtivos.

“O Paraná é o maior produtor de frango do país, o terceiro maior produtor de carne suína, então uma quebra na safra de milho vai impactar essas outras cadeias, provavelmente encarecendo o custo de produção do produtor, fazendo com que isso, mais cedo ou mais tarde, chegue lá na prateleira do mercado”, analisa o chefe do Deral, Marcelo Garrido.

Nas regiões oeste e sudoeste, grandes produtoras de milho, o plantio já ocorreu na maioria das propriedades. E a chuva intercalada com dias de sol ajuda no desenvolvimento das lavouras.

A torcida é para que as frentes frias do outono não tragam junto a geada – que não é frequente, mas pode ocorrer mesmo antes do inverno.

“A partir da segunda quinzena de abril, maio, a direção do vento já muda, vem do sul, e as temperaturas declinam. Já entram as massas de ar de origem polar, fica um ar mais seco, mais frio, e isso diminui o volume de chuva e, consequentemente, diminui as temperaturas, podendo ter formação de geada”, completa Angela.

Quem cultiva café perde o sono só de ouvir falar em geada. Este ano a cafeicultura está se recuperando após várias safras com pouca produtividade por conta das fortes ondas de frio.

Já no noroeste, a mandioca plantada no fim do ano passado está se desenvolvendo. E, como na região é raro gear, a preocupação é menor com perdas por excesso de frio e maior com o excesso de chuva, porque a raiz apodrece. Outro receio é com longos períodos de estiagem, já que a mandioca se quebra muito quando é retirada da terra seca.

O clima também pode interferir na produção de feijão. O Paraná é o principal produtor de feijão da segunda safra e 80% das lavouras estão na fase de desenvolvimento vegetativo. Os produtores de frutas também estão entre os agricultores que torcem por uma estação sem mudanças bruscas no tempo.

“A fruticultura no estado é bem variada. Na região mais ao sul a gente tem cultivo de maçã. Na região de Palmas, o cultivo de morango. Apesar de que o cultivo de morango é bem distribuído e em estufas, então muito da fruticultura vem de áreas protegidas. Na região noroeste a gente tem o cultivo de laranja. Região do norte pioneiro também, além do limão. Então, toda transição climática causa alguma expectativa no produtor. A gente torce para que as condições não sejam muito severas nem muito extremas”, expõe Garrido.

Já para quem cultiva hortaliças, a chegada da nova estação faz alterar um pouco a rotina de trabalho. Muitos canteiros que receberam alface durante todos os meses do verão agora estão sendo ocupados com produtos mais resistentes às baixas temperaturas.

É o que ocorre na produção do Eliel Silva, em Londrina. Nos sete hectares de hortaliças, ele cultiva alface de quase todos os tipos. Mas agora a metade dos canteiros de alface está, aos poucos, recebendo outros tipos de vegetais como repolho, brócolis e acelga.

Com G1

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