Pastor Mário Hort
Não vou à igreja porque eu não seria fiel – 2ª parte
Um jovem de nome Vinicius, que me recebeu com uma cadeira de rodas na porta da aeronave que chegou de Foz do Iguaçu para Guarulhos (SP), foi muito gentil e eu lhe informei o objetivo da minha viagem a Moscou. Perguntei: “Você pertence a alguma igreja?”.
Ele respondeu: “Eu não tenho igreja, pois imagino que eu não seria fiel. Então, prefiro não me comprometer com uma igreja. Minha mãe sim. Ela é cristã desde os seus 14 anos de idade”.
Questionei, então, o jovem: “Vinicius, você corre risco à perdição e ao sofrimento eterno, apenas por ‘imaginar’ que não seria fiel a Deus?”.
E segui: “Sua atitude é semelhante à de milhares de pessoas. Meu genro Anderson Quadros faleceu dois dias antes de meu embarque. O que seria de sua vida na eternidade se isso lhe sobreviesse agora ou daqui a muitos anos?”.
Continuei dizendo: “Eu vou escrever sobre o nosso diálogo no tema ‘Você será um dos poucos que serão salvos?’”.
“Sim”, disse Vinícius. “Certamente há muitas pessoas que vivem como eu. E os leitores podem mudar de atitude com o nosso diálogo divulgado”, concordou.
A convicção de não ser fiel leva muitas pessoas à condenação eterna, pois não quiseram tentar ou não aceitaram esforçar-se para viver uma vida com Deus.
Despedindo-me de Vinícius, disse-lhe: “Jovem, procure a igreja com sua mãe o quanto antes possível, porque ninguém sabe quando termina a sua oportunidade de arrumar sua vida com Deus”.
O taxista de Moscou
Permanecer uma semana na Capital russa não foi algo estranho para mim. Porém, poder conversar com apenas cinco pessoas, isso sim foi inimaginável e complicado.
Para minha satisfação o taxista que me levou ao aeroporto DME, a 60 quilômetros do Kremlin, falava inglês. Isso foi um alívio.
Os leitores sabem que o objetivo principal das viagens de pesquisas é falar com as pessoas do local visitado, mas o que fazer se ninguém lhe entende?
É perfeitamente compreensível que a população russa não fala o idioma do “inimigo”, sempre ameaçador, os Estados Unidos.
Já se passaram quase 30 anos desde o fim da Guerra Fria (1947-1991), todavia, a verdade é que a competição e as ameaças de um país contra o outro nunca foram abandonadas.
Durante os 74 anos de comunismo, toda população estava proibida até mesmo de ouvir emissoras de rádio do exterior, com ameaças de prisão para quem transgredisse a lei. Atualmente, é uma riqueza para qualquer russo falar o idioma inglês.
Quando estive em um congestionamento em Moscou, entre modernos veículos, perguntei ao taxista:
“O trânsito estava assim congestionado no tempo da União Soviética?”.
Ele respondeu: “Havia algumas centenas de veículos antigos na cidade”.
Perguntei se ele pertence a alguma igreja cristã e a resposta foi a seguinte: “Eu sou cristão, mas não pertenço a nenhuma igreja e não assisto aos cultos. Também não possuo uma Bíblia”, confessou o taxista, o que até parecia ser uma questão de orgulho.
Considerei impróprio perguntar “você será um dos poucos salvos?”, pois entendi que ele precisava antes perceber consideração e não receber um sermão.
O Espírito Santo pode abraçar o taxista Andreas com as nossas orações.
Eu confio no poder das orações dos leitores, que certamente farão a graça de Deus arder como chamas de fogo sobre a vida das pessoas entrevistadas.
Mário Hort, o autor é pastor da Igreja de Deus no Brasil em Marechal Cândido Rondon