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Pastor Mário Hort

O caminho de volta para casa – 1ª parte

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Amigos leitores, vos convido para uma importante introdução para o nosso tema, escrita por Andreas Schante:

“Eu acabava de deixar a autopista com meu veículo, quando vi uma jovem pedindo carona. Logo reconheci minha filha e decidi levá-la para onde quer que ela desejasse ir. Ela já estava com 16 anos, e era elegante e bonita com seus longos cabelos castanhos.

Parei o carro e perguntei:

– Para onde a senhorita deseja ir? Sim, eu lhe chamava de senhorita, pois de maneira alguma ela deveria me reconhecer.

A jovem perguntou:

– O senhor vai até Cascavel?

– Sim, pode embarcar.

Ela tomou lugar ao meu lado e disse:

– Ah! Como estou feliz que o senhor me deu carona, pois já está escurecendo.

Eu lhe perguntei:

– Mas, e… a senhorita não tem medo de pedir carona, assim sozinha?

– Eu observo muito bem quem é a pessoa antes de embarcar – disse ela.

– E isso quer dizer que eu passei pelo teste? – perguntei.

Ela sorriu. Por muitos anos eu esperava ver o sorriso de minha filha.

– E seus pais não se preocupam com suas saídas, assim sozinha?

– Eu tenho apenas minha mãe. Meus pais são divorciados. Ela sim se preocupa, mas não me proíbe.

– E seu pai?

– Eu acho que ele deve se preocupar… O senhor pergunta se eu ainda tenho contato com ele? Não. Há muitos anos não o vejo mais. E isso ele merece.

– Ele merece? Agora fiquei curioso.

– Pois bem, eu posso lhe contar. Ele enganou minha mãe, e por mim também nunca mais se preocupou.

– Talvez seu pai tinha motivos que o impedissem de ver você.

Eu arrisquei um olhar para ela, e vi que seus olhos estavam cheios de lágrimas, e perguntei:

– Será que sua mãe já perdoou seu pai?

– Sim.

Ela não disse nada mais que esse ‘sim’. E eu continuei:

– E isso já faz muito tempo?

– Faz alguns meses. Talvez o senhor não me entenda muito bem. Minha mãe e eu nos decidimos pela fé em Jesus Cristo e lhe entregamos nossas vidas, e pedimos perdão pelos nossos pecados.

Eu estava todo confuso. Justamente minha esposa teria se tornado religiosa.

– Mas, por que sua mãe nunca procurou o seu pai?

Daniela sorriu e disse:

– Ela já tentou várias vezes, mas não achou ainda seu endereço certo, pois ele andou mudando algumas vezes.

Quando chegamos ao lugar onde queria desembarcar, ela disse:

– Se me deixar nesta saída eu chego em casa.

– Não – disse eu. A essas horas da noite, eu a levo até em casa, você somente precisa me indicar o caminho.

Ao chegar à casa, parei o carro e ela disse:

– Você não quer vir para casa papai? Eu lhe reconheci no primeiro instante, pois mamãe me mostrou muitas vezes sua foto. Papai, eu acredito em você. Você vem comigo papai?

Eu não consegui dizer palavra alguma, e desembarquei com ela. Alguns minutos depois estive sentado ao lado da minha esposa divorciada. Tivemos um longo diálogo.

Quando Daniela nos viu de mãos dadas, levantou-se de seus joelhos. Ela tinha orado durante todo esse tempo por nós e ao perceber que tudo estava em ordem, ela veio e me abraçou dizendo:

– Ah! papai, você tinha saudades de nós, não é verdade? Muito mais, Deus sente saudades de você. Por amor deixou morrer seu Filho, para que Ele não fosse obrigado a castigá-lo pelos seus pecados. Por isso, Jesus sofreu em seu lugar na cruz. Agora podes vir a Deus ‘para casa’, isso se você o desejar.

Por alguns minutos eu calei, e então disse:

– Sim, Daniela, eu quero”.

 

 

Mário Hort, o autor é pastor da Igreja de Deus no Brasil em Marechal Cândido Rondon

ecosdaliberdade@yahoo.com.br

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