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Esportes

A promessa olímpica que a vida insiste em adiar

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Giuliano De Luca/OP

As medalhas penduradas na sala da casa simples, alugada, de madeira, em Entre Rios do Oeste, simbolizam algumas das conquistas do canoísta Fabionei Rauber, o Fabio, de 24 anos. Títulos nacionais e internacionais estampados em cinco medalhas do Campeonato Sul-Americano, duas do Pan-Americano, entre tantas outras, se misturam a uma vida simples de atleta, pedreiro e pai de família, com um passado de injustiça, um presente de superação e um futuro cheio de incertezas. Fabio foi preso injustamente, em 2011. Por isso, perdeu a vaga que já havia conquistado para disputar as Olimpíadas de Londres, no ano seguinte. Na cadeia, foi torturado e apanhou, mas provou sua inocência e voltou a remar. De cara, venceu o Campeonato Brasileiro, no ano passado, mas o golpe de perder a chance de disputar uma Olimpíada voltou a assombrar o campeão. Hoje, apesar da plena forma física, Fabio tem que dividir o tempo entre os ofícios de pintor e de atleta. Por isso, vê mais uma vez o sonho de disputar a maior competição esportiva do mundo se distanciando. No ano que vem, pode ficar de fora das Olimpíadas no Rio de Janeiro por falta de condições de treino e patrocínio.

Fábio nasceu em Entre Rios, mas com um ano de idade foi com a família para o Paraguai, onde o pai cuidava de um sítio, na fronteira com o Brasil. Aos 14 anos, a família voltou para a cidade natal, onde um simples convite do professor Marlos Vogt mudou toda a vida de Fabio. Quando estava sem fazer nada, na praia artificial do município, formada pelo Lago de Itaipu, foi convidado a remar. Perguntei se era de graça; ele disse que sim, e assim comecei, lembra Fabio, especialista na modalidade C-1, quando o atleta fica com um dos joelhos no caiaque e puxa a água para trás com um único remo.

Já no começo Fabio demonstrava ser um prodígio no esporte. Três anos depois, em 2007, conquistou duas medalhas no Campeonato Sul-Americano de Canoagem. O pódio se repetia em 2009, 2010, 2011, três anos em que também integrou a Seleção Brasileira de canoagem. A promissora vida do jovem atleta deslanchava à medida que as remadas ganhavam destaque internacional. O morador do Oeste do Paraná, de família humilde e pouco estudo, conquistava seu espaço no esporte nada popular no Brasil.

Os treinos e as competições pela Seleção Brasileira garantiram, em 2011, que ele alcançasse o índice para disputar as Olimpíadas de Londres, em 2012, na prova de velocidade dos mil metros. Mas um duro golpe da vida acabou deixando Fabio fora dos tão sonhados jogos olímpicos. Ele foi injustamente preso, acusado de estupro.

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