Abel Braga reestreia pelo Inter em duelo com o América-MG; veja o que pode mudar no time

Abel Braga deixará o vestiário do Beira-Rio pouco antes das 21h30 desta quarta-feira (11) e dará alguns poucos passos até a área técnica do time mandante. Ali, sentirá como se estivesse em casa – mesmo diante do estranho cenário das arquibancadas sem torcida – para comandar o Inter em sua reestreia pelo clube, contra o América-MG, pelo jogo de ida das quartas de final da Copa do Brasil.

Bagagem e idolatria não faltam ao técnico campeão do Mundial e da Libertadores em 2006. Mas sua sétima passagem pelo clube começará com pouco de seu trabalho e muito do que foi feito pelo antecessor, Eduardo Coudet.

O treinador fez questão de deixar isso bem claro logo em sua entrevista coletiva de apresentação. Foram muitos elogios ao argentino e a promessa de dar continuidade ao que fez do Inter o atual líder do Brasileirão, classificado na Copa do Brasil e também na Libertadores.

Também pudera. Abel é oficialmente técnico do Inter (de novo) há menos de 48 horas. E sequer sonhava em voltar ao clube três dias atrás.

Sua rotina na última terça-feira (10) e o calendário que o espera mostram também que não existe tempo hábil para rupturas. Abel desembarcou em Porto Alegre com recepção da torcida ainda pela manhã. Foi direto para o CT do Parque Gigante.

Veio reunião, atrás de reunião e depois a apresentação oficial, já à tarde. Só então ele pisou o gramado para dar o primeiro treino. Muito mais na conversa do que na bola. “A equipe do Inter eu não posso falar nada. Está muito bem nas três competições. O trabalho foi muito bom. É aproveitar o que foi feito. Não terei tempo para treinar. Conversarei com os jogadores. O Guardiola falou que ele não é mais treinador de futebol. Ele é gerente. Porque ele joga, recupera e fala. Ele não treina”, citou o treinador.

 

O QUE PODE MUDAR

 

O técnico já adiantou que a primeira escalação não deve sofrer mudanças em relação ao time titular de Coudet. Garantiu que estudaria o América-MG para traçar a estratégia para a partida. Abel repetiu elogios ao trabalho anterior, o que não quer dizer que ele não chega com ideias pessoais diferentes para fazer alterações na mecânica da equipe. E as mudanças começam pela defesa.

“Eu não vou ousar mudar aquilo que vem dando certo. Claro, com meu linguajar, com minha forma de ver futebol. Há algumas coisas que pretendo que se virem como o que eu tenho de estratégia”, expõe Abel Braga.

De imediato, não pelas peças, porque Rodrigo Moledo segue fora. Mas o ge apurou que o treinador prepara correções no sistema defensivo – especialmente na bola aérea. O setor deve ficar mais protegido, até porque o estilo agressivo da equipe o deixava exposto com frequência.

O Inter já foi dono da melhor defesa entre os clubes da Série A em 2020. Mas sofreu nove gols nos últimos seis jogos – 1,5 por partida. São 30 gols sofridos em 31 jogos desde a volta do futebol, quase um por jogo.

O treinador também pode alterar a formatação da equipe. Abel costuma armar seus times no 4-3-3 ou no 4-1-4-1, com mudanças sutis de posicionamento.

Na prática, a mudança é pouco perceptível. Thiago Galhardo recuaria um pouco para atuar como meia, mas com liberdade e orientações para entrar na área. Por óbvio: é o artilheiro do Brasil em 2020.

Nesta quarta-feira, Abel começa também a caminhada rumo a ser o recordista do Inter em jogos. Ele comandou o clube em 322 partidas. O recordista é Teté, com 337.

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Com Globo Esporte