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Esportes Hoje tem Gre-Nal

Apenas dez dias depois, Inter e Grêmio voltam a se encontrar no Beira-Rio

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Movimentação de Maurício gerou problemas para o Grêmio no último clássico (Foto: Ricardo Duarte/Internacional)

O que o último clássico deixou de ensinamentos para Inter e Grêmio e o que esperar da partida deste sábado (19)

 

Apenas dez dias depois, Inter e Grêmio se encontram novamente no Beira-Rio para mais um Gre-Nal. Amanhã (19), às 16h30, os rivais se enfrentam pelo jogo de ida das semifinais do Campeonato Gaúcho com o clássico 435 ainda fresco na memória, bem com as lições que ele deixou.

O Gre-Nal vencido pelos colorados por 1 a 0 mostrou a melhor versão do time de Cacique Medina e a pior dos tricolores em toda a temporada. O contexto é outro, agora é decisão, e nada garante que isso vai se repetir nos próximos duelos. Mas é certo que os dois lados tiraram ensinamentos do confronto.

As lições do Inter

O desempenho nos primeiros 45 minutos do último clássico é o modelo a ser seguido pelo Inter para as decisões do Campeonato Gaúcho. O Colorado foi protagonista, teve intensidade, agressividade no campo rival e levou vantagem no aspecto físico ao longo da partida.

Sem marcação, os volantes Gabriel e Liziero ditaram o ritmo de jogo. Rapidez para marcar e jogar. O gol da vitória marcado por David foi desenhado ao estilo Medina. Pressão, roubada de bola, avanço rápido e cruzamento até a finalização do camisa 17.

A mobilização pelo lado vermelho para repetir o bom desempenho tem sido forte. Até quem está há poucos dias na cidade já entendeu o que significa uma semana Gre-Nal: “O povo só fala nisso no vestiário”, disse Wanderson, novo atacante do Inter.

Há otimismo para as semifinais pela bela atuação no clássico 435, mas também há receio por conta dos altos e baixos da equipe. O Inter que venceu com sobras o Grêmio é o mesmo que perdeu para o Globo-RN, na Copa do Brasil, e encerrou a fase classificatória do estadual na 3ª posição, atrás do maior rival e do Ypiranga.

Dobradinhas e mais arremates

Medina gosta de preencher o meio-campo e de agredir o adversário pelos lados do campo. Tendo em vista o time-base, serão dois volantes, dois meias abertos pelos lados do campo – Taison e Mauricio -, e Edenilson como “10”. David é o comandante do ataque.

Sem Moisés, Paulo Victor será titular. O jovem de 20 anos tem o apoio como virtude e marcação e posicionamento defensivo como defeitos. A parceria com Taison será reeditada no flanco esquerdo. No empate contra o Brasil de Pelotas, no Beira-Rio, PV cruzou para o capitão mandar para o fundo da rede.

Bustos e Mauricio deitaram e rolaram para cima de Nicolas e Bruno Alves do lado oposto. O entrosamento entre eles gerou boas situações ofensivas. A assistência para o gol de David foi do argentino, que apareceu livre no setor do camisa 30 do Grêmio. A entrada de Ferreira no ataque tricolor pode inibir a dobradinha.

Apesar de entender que o repertório ofensivo é suficiente, Medina admite que, sim, a equipe encontra dificuldade na hora de definir as jogadas. O uruguaio falou recentemente sobre ter “atacantes pulsantes” e reconheceu a ausência de jogadores “verticais”. Segundo dados do Espião Estatístico, o Colorado é apenas o 11º em número de arremates entre os principais clubes do Rio Grande do Sul, São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais.

Bola aérea e fator Beira-Rio

Embora não tenha marcado nenhum gol de cabeça na temporada, o Inter possui jogadores que podem decidir pelo alto a qualquer momento, como Kaique Rocha, 1m95 de altura. Cuesta, literalmente, parou na trave no último Gre-Nal. O centroavante Wesley Moraes pode ser uma alternativa para o jogo aéreo.

Mas o jogo pelo alto também merece atenção na defesa. Durante toda a temporada, o Inter tem concedido finalizações aos rivais em jogadas desse tipo e também por baixo. Tanto que transformou o goleiro Daniel em destaque do time. A atenção precisa ser redobrada porque a bola aérea é uma das virtudes do Grêmio, principalmente se Diego Souza jogar.

A seu favor, o Inter também se apega à força do Gigante. Com Medina, o aproveitamento é de 70% em casa. Atuando no Beira-Rio, são três vitórias, uma delas diante do Grêmio, e dois empates. Confirmar o bom momento em casa dará mais tranquilidade para decidir a vaga na Arena.

As lições do Grêmio

A escalação do outro Gre-Nal teve um Grêmio com Thiago Santos e Villasanti. A intenção era dar peso e marcação ao setor, mas na prática desguarneceu a defesa. Os dois volantes não deram conta das movimentações dos rivais e Campaz participou pouco da dinâmica. Tanto que Roger tentou conter o Inter com a entrada de Bitello ainda no primeiro tempo.

O jovem deve ser titular na primeira partida da semifinal ao lado de Villasanti. Resta saber se Lucas Silva ou Thiago Santos podem ganhar mais uma oportunidade ou o meio-campo seguirá o mesmo da vitória sobre o Ypiranga. Com as mesmas peças ou outras, o certo é que o setor precisará ser melhor guarnecido.

Na derrota no Gre-Nal, Liziero, Gabriel, Mauricio, Edenilson e Taison circularam por dentro. O movimento de Mauricio e Taison, especialmente, ao sair da ponta para o meio sem acompanhamento dos laterais do Grêmio, gerou superioridade para os colorados.

Postura mais agressiva

O Grêmio foi amplamente dominado no último clássico. Além de questões táticas e técnicas, o time perdeu divididas e esteve muito recuado. Animicamente, foi superado com folga.

A ideia era ter uma equipe compactada, mas o Tricolor baixou muito para marcar próximo da própria área. Ficava sem saída e rapidamente entregava a bola para o adversário. Roger, depois do jogo, inclusive citou que quando os jogadores executaram a marcação mais alta, causaram alguma dificuldade ao Inter.

Ataque reforçado para “respirar”

Sem conseguir sair da marcação do rival, o Grêmio tentou muitas vezes acionar Elias nas bolas longas por cima. O jovem ganhou poucas disputas. Os pontas também estavam mais preocupados em marcar e ficaram longe do campo ofensivo.

Com a volta certa de Ferreira e talvez de Diego Souza, o time encorpa na frente. Os dois dão capacidade de retenção e fazem o time avançar no campo. A experiência dos dois também faz o Grêmio crescer.

Campaz também deve permanecer na equipe. Resta, então, a disputa entre Janderson e Gabriel Silva – ambos podem sair se Roger optar por a entrada de mais um meio-campista, como Lucas Silva.

 

Com assessoria

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