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Vôlei de praia: rondonense vai compor comissão técnica da dupla Ágatha e Duda

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O Presente

Renan Felipe Hartmann Nunes em visita ao O Presente. Ele é o novo fisiologista da dupla brasileira de vôlei de praia: experiência ímpar

 

O rondonense Renan Felipe Hartmann Nunes, de 31 anos, vai integrar a comissão técnica da dupla de vôlei de praia Ágatha e Duda. Ele será o fisiologista das atletas. Recentemente, Ágatha foi prata nos Jogos do Rio 2016 com Bárbara Seixas, que optou por encerrar a parceria logo após a competição. No início deste mês, Ágatha anunciou sua nova parceira, a jovem Duda, de 18 anos.

Renan é formado em Educação Física pela Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), campus de Marechal Cândido Rondon, fez mestrado na Universidade Federal do Paraná (UFPR) em Curitiba e, atualmente, cursa doutorado na área de Biodinâmica do Exercício, na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

De férias em Marechal Rondon, Renan, que atualmente reside em Florianópolis (SC), concedeu entrevista ao O Presente, oportunidade em que falou sobre esse novo projeto e a preparação da dupla de vôlei de praia para as Olimpíadas de 2020, em Tóquio. Segundo o rondonense, o convite para integrar a comissão técnica da dupla foi feito por Renan Rippel, que é preparador físico e marido de Ágatha.

Renan veio a Marechal Rondo após passar duas semanas ao lado de Ágatha e Duda e demais integrantes da comissão, no Rio de Janeiro, onde deram início à pré-temporada com a nova dupla de vôlei de areia. Ele explica que sua função, como fisiologista, é controlar a carga de treino e verificar se esses treinos são os melhores estímulos para adaptação dos atletas. A partir disso, geramos relatórios semanais, afim de entender se esses modelos de treinos são os ideais para a melhora da performance das atletas, explica.

Nova parceria

Com relação à nova parceria entre as atletas, o rondonense diz que espera um bom trabalho, visto que Duda é tida hoje como uma revelação no vôlei, tanto que passou a ser monitorada como uma possível medalhista nas Olímpiadas de Tóquio 2020, enquanto Ágatha tem uma experiência maior, com títulos olímpicos e mundiais colecionados. Temos uma boa expectativa, até porque hoje somos a dupla número 2 do Brasil e todos os integrantes da comissão técnica são experientes no quesito Olímpiadas, como a técnica Letícia Pessoa, que já conquistou três medalhas de prata em Jogos Olímpicos, menciona.

Renan diz que o novo planejamento da dupla de vôlei para este ano conta com uma equipe multidisciplinar formada por 12 pessoas. São dois fisiologistas, nutricionista, endocrinologista, psicóloga, preparadores físicos, entre outros. Iremos trabalhar essa questão multidisciplinar para levar as meninas para a Olimpíada, enaltece. A ideia agora é disputar algumas etapas do Circuito Mundial e do Circuito Brasileiro de Vôlei de Praia, complementa.

 

Entrosamento

Na opinião de Renan, as duas semanas no Rio de Janeiro foram fundamentais para o entrosamento entre a nova equipe. Essa convivência foi importante para que pudéssemos nos conhecer e criar uma afinidade entre os membros da comissão técnica. Uma boa sincronia entre as atletas e a comissão refletirá num bom desempenho dentro das quadras, destaca.

Como tudo que é novo gera expectativa sobre se dará certo ou não, no esporte não seria diferente. Com apenas 18 anos, Duda é uma das jogadoras mais promissoras da nova geração. Em 2013, tornou-se a primeira atleta da história a disputar os três mundiais de base no mesmo ano, sagrando-se campeã mundial sub-19, ao lado de Tainá, e vice-campeã mundial sub-23, com Thaís. No fim da temporada, estreou no Circuito Mundial, na etapa Open de Durban (AFS). Em 2014, foi convocada pela primeira vez para a seleção adulta e conquistou o bicampeonato mundial sub-19 jogando com Andressa. É a primeira atleta da história do esporte a vencer o torneio duas vezes. Meses depois venceu a Olimpíada da Juventude, na China, com a mineira Ana Patrícia, com quem também venceu o Mundial Sub-21 em 2016. Duda é uma jovem revelação, enquanto a Ágatha já está consolidada como uma jogadora experiente e profissional. Sendo assim, queremos fazer um trabalho passo a passo, até porque como é uma dupla nova gera-se bastante expectativa, principalmente da mídia. Diante disso, a ideia é conseguir fazer um bom ano e, consecutivamente, ganhar um pouco mais de confiança tanto dentro como fora de quadra. Assim chegaremos preparados para as Olímpiadas de 2020, declara o fisiologista.

 

Vida atrelada aos esportes

Natural de Marechal Cândido Rondon, Renan foi atleta e começou a trabalhar na área quando ingressou no curso de Educação Física na Unioeste. Trabalhei um tempo com a Copagril Futsal, time em que meu irmão foi preparador físico.  Quando terminei o mestrado retornei para Marechal Cândido Rondon e trabalhei com o tenista Thiago Wild, conta, comentando ainda que já teve bastante experiências com atletas, porém, desta vez é uma modalidade diferente, com a qual nunca havia trabalhado. Nessa mesma época, Renan ainda trabalhou como docente da Unioeste, até o ano de 2015.

Sobre este novo projeto, o rondonense diz estar sendo uma experiência ímpar participar de um ciclo olímpico e trabalhar com atletas de ponta. Estou feliz por estar envolvido nesse projeto, que será algo novo e promissor, menciona.

O gosto por esportes é tanto que Renan não ficou apenas na teoria; partiu para a prática. Sempre estive envolvido com os esportes, principalmente o futebol. Com 14 anos atuei nas categorias de base do Atlético-PR e isso auxiliou na escolha do curso. Quando estava nele, vi a necessidade de estar me aperfeiçoando cada vez mais. Ir para a área acadêmica também me deu mais credibilidade para hoje ser convidado a trabalhar com atletas, expõe.

Renan declara que estar na comissão técnica da dupla de vôlei de praia Ágatha e Duda é a realização de um sonho, contudo, muitos outros objetivos ainda podem ser atingidos. Sempre estamos almejando mais. Eu pretendo concluir o meu doutorado e continuar com as parcerias com outros grupos de trabalho de produção científica, por meio dos quais ministro alguns cursos e palestras, revela o rondonense, afirmando que 2017 será um ano bem movimentado. Com relação à dupla Ágatha e Duda, pretendo fazer um trabalho mais prático e direto. É preciso sair de nossa zona de conforto para ter um maior crescimento profissional, finaliza.

 

Estreia promissora

O começo de Ágatha/Duda foi de ouro. No primeiro torneio juntas elas conseguiram superar a experiência de Larissa/Talita na final e venceram, no último domingo (29), a sexta etapa do Circuito Brasileiro de Vôlei de Praia, em João Pessoa. A dupla, formada com os olhos voltados à Olimpíada de Tóquio, em 2020, ganhou por 2 sets a 1, parciais de 18/21, 22/20 e 16/14.

O próximo compromisso de Ágatha e Duda é o evento Gigantes da Praia, no Centro Olímpico de Tênis, no Parque Olímpico da Barra, no Rio de Janeiro, no domingo (05). Elas encaram Ana Patrícia e Rebecca a partir das 09 horas, no primeiro jogo de vôlei de praia em uma quadra de tênis no país.

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