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51% das mulheres têm filhos entre os 21 e 30 anos

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Cresce cada vez mais o n uacute;mero de mulheres que planejam a gravidez. Por este motivo, elas tamb eacute;m est atilde;o optando por ter os filhos mais tarde. Do total de nascimentos registrados no ano passado pela 20 ordf; Regional de Sa uacute;de de Toledo, a qual abrange 15 munic iacute;pios da regi atilde;o, em torno de 76% das mulheres que tiveram parto tinham 21 anos ou mais.
Os dados preliminares de 2009 apontam que em torno de 23% das gestantes tinham entre 15 e 20 anos, enquanto menos de 1% do total estava na faixa de 10 a 14 anos.
De acordo com Bernadete Ribeiro, do Setor de Epidemiologia da 20 ordf; Regional, os n uacute;meros ainda n atilde;o est atilde;o totalmente fechados, mas indicam que, de um total de 4.387 nascimentos, 51% das gestantes tinham entre 21 e 30 anos.
Segundo ela, tem sido not oacute;rio que as mulheres est atilde;o engravidando cada vez mais tarde. ldquo;Essa altera ccedil; atilde;o de comportamento tem sido evidenciada de quatro a cinco anos para c aacute;. Isso se deve a uma possibilidade maior de planejamento familiar a partir do acesso a m eacute;todos contraceptivos. Hoje a mulher pode escolher entre o DIU, diafragma, preservativo, p iacute;lula e at eacute; mesmo anticoncepcional injet aacute;vel, dispon iacute;veis nas unidades de sa uacute;de rdquo;, declara.
Conforme a profissional, com a possibilidade de planejar a gravidez, a mulher cada vez mais tem optado em concluir outras etapas da vida para o alcance de uma certa estabilidade antes de ter o primeiro filho. ldquo;Muitas mulheres est atilde;o escolhendo primeiro estudar e ter uma profiss atilde;o, aproveitando que o campo de trabalho est aacute; muito aberto a ela, para somente depois engravidar rdquo;, observa.

Prole menor
O adiamento da escolha de ser m atilde;e tamb eacute;m tem contribu iacute;do para a redu ccedil; atilde;o no n uacute;mero de filhos por fam iacute;lia. O fato eacute; constatado em todo o pa iacute;s pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estat iacute;stica (IBGE). O n uacute;mero de nascimentos no Brasil caiu de 3,2 milh otilde;es, em 2000, para 2,9 milh otilde;es, em 2006. A queda foi mais acentuada nas regi otilde;es Sul e Sudeste.
Na regi atilde;o essa redu ccedil; atilde;o tamb eacute;m tem sido registrada pela 20 ordf; Regional de Sa uacute;de. ldquo;H aacute; alguns anos sempre registr aacute;vamos uma m eacute;dia de sete mil nascimentos por ano na regi atilde;o. Agora esse n uacute;mero caiu para 4,5 mil a 5 mil rdquo;, exp otilde;e Bernadete.
Segundo ela, a op ccedil; atilde;o pelo n uacute;mero menor de filhos por fam iacute;lia tem sido observada n atilde;o somente nas classes econ ocirc;micas mais abastadas, mas tamb eacute;m nas com menor renda. ldquo;As classes menos favorecidas est atilde;o tendo o mesmo comportamento de ter menos filhos em raz atilde;o da oferta dos m eacute;todos contraceptivos rdquo;, diz.

Mais qualidade
A profissional observa que essa escolha das fam iacute;lias tamb eacute;m tem o objetivo de proporcionar uma melhor qualidade de vida aos integrantes. Na divis atilde;o da renda per capta o montante fica maior para cada indiv iacute;duo. ldquo;Com isso muitas fam iacute;lias conseguem melhorar as condi ccedil; otilde;es de estudos dos filhos, principalmente no caso da classe m eacute;dia/alta; e a qualidade da alimenta ccedil; atilde;o e vestimentas no caso das fam iacute;lias de baixa renda, j aacute; que estas mant ecirc;m as crian ccedil;as em escolas p uacute;blicas independente do n uacute;mero de filhos rdquo;, constata.
Outro fator que favorece a op ccedil; atilde;o por um n uacute;mero menor de descendentes eacute; a sa iacute;da da mulher do espa ccedil;o dom eacute;stico para o mercado de trabalho. ldquo;As trabalhadoras se deparam com dificuldades quanto aos cuidados com os filhos, com quem deixar. As classes mais favorecidas n atilde;o t ecirc;m condi ccedil; otilde;es de colocar os filhos em creche devido agrave; comprova ccedil; atilde;o de renda. Ainda n atilde;o h aacute; muitas op ccedil; otilde;es em creches particulares e as existentes s atilde;o caras rdquo;, considera.

Ces aacute;rias
Uma das preocupa ccedil; otilde;es atuais do setor p uacute;blico de sa uacute;de, conforme Bernadete, eacute; o aumento no n uacute;mero de ces aacute;rias eletivas, quando h aacute; o agendamento da data e hor aacute;rio para o parto, sem que haja a real necessidade de ado ccedil; atilde;o do procedimento. Segundo ela, alguns munic iacute;pios registram iacute;ndice de 99% de partos ces aacute;rios. ldquo;Isso eacute; um absurdo. Precisamos reverter esta situa ccedil; atilde;o. Por isso, est atilde;o sendo estruturados programas para incentivar a m atilde;e ao parto natural, que oferece menos risco de infec ccedil; atilde;o, de choque anest eacute;sico e hemorragia rdquo;, enfatiza.
A orienta ccedil; atilde;o se faz necess aacute;ria, de acordo com a servidora, em raz atilde;o da prefer ecirc;ncia por ces aacute;rias estar incutida em grande parte da popula ccedil; atilde;o feminina, possivelmente por conta da dor que proporciona ou ainda por imaginar que o procedimento possa ser mais seguro. No entanto, ela acredita que faltam informa ccedil; otilde;es sobre a import acirc;ncia do parto natural.
Bernadete menciona que est aacute; comprovado pela Organiza ccedil; atilde;o Mundial da Sa uacute;de que o risco de morte da mulher durante a ces aacute;ria eacute; quatro vezes maior do que no parto normal. ldquo;Al eacute;m disso, logo em seguida ao parto normal o leite j aacute; est aacute; dispon iacute;vel para a crian ccedil;a, enquanto no cesariano demora um pouco mais rdquo;, acrescenta.

Problem aacute;tica
Apesar da inten ccedil; atilde;o de incentivar a op ccedil; atilde;o pelo parto normal, a representante da 20 ordf; Regional admite a dificuldade que ser aacute; enfrentada diante da quest atilde;o dos profissionais m eacute;dicos, tendo em vista a falta de disponibilidade de tempo dos mesmos para o acompanhamento ao trabalho de parto, j aacute; que o normal tem evolu ccedil; atilde;o em um per iacute;odo de oito horas. ldquo;Na minha opini atilde;o, seria necess aacute;rio que o Minist eacute;rio da Sa uacute;de providenciasse a sensibiliza ccedil; atilde;o de profissionais, bem como oferecesse estrutura e melhores sal aacute;rios para eles, j aacute; que hoje a remunera ccedil; atilde;o para servi ccedil;o de parto normal eacute; irris oacute;rio rdquo;, acredita. Do ponto de vista dela, o ideal ainda seria a contrata ccedil; atilde;o de m eacute;dicos especialmente para trabalhar com as gestantes. ldquo;Desta forma poderia ser poss iacute;vel mudar o quadro atual rdquo;, diz.

Humanizado
A profissional defende a necessidade de uma difus atilde;o maior do parto humanizado, que prev ecirc; o acompanhamento m eacute;dico desde o pr eacute;-natal at eacute; o parto, tendo conhecimento pr eacute;vio do hospital onde ter aacute; o beb ecirc;, garantia de presen ccedil;a de um pediatra no momento do parto, e ter um acompanhante no quarto, entre outros. Al eacute;m da estrutura, a mulher ainda deveria poder escolher entre as v aacute;rias formas de parto, tais como de c oacute;coras, no leito ou banheira com aacute;gua aquecida, entre outras. ldquo;Hoje sabemos que essa n atilde;o eacute; a realidade da sa uacute;de p uacute;blica em n iacute;vel nacional rdquo;, aponta, acrescentando que tornar o parto humanizado uma realidade poderia fazer com que fosse retomada a pr aacute;tica de partos normais.

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