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“A construção coletiva é prática para mim, e não discurso”

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em

Maria Cristina Kunzler
Professores Nardel Luiz Soares da Silva, Paulo Koling, Davi Félix Schreiner, José Edézio da Cunha, Roberto Nassar e Juarez Bortolanza em visita ao O Presente, ontem (03): “Vamos trabalhar no sentido de fortalecer a universidade em todos os seus campi e em todas suas dimensões”

 

O candidato a reitor da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste) e atual diretor-geral do campus de Marechal Cândido Rondon, Davi Félix Schreiner, esteve ontem (06) no Jornal O Presente para falar sobre a campanha, seus projetos e propostas para a instituição. A eleição acontece no próximo dia 25 e estas duas semanas que antecedem o processo eleitoral estão servindo para promover intensos trabalhos e muitas visitas.
O nome de Davi já estava sendo ventilado há algum tempo como provável candidato a reitor, mas a confirmação aconteceu somente no último dia previsto para o registro das candidaturas. De acordo com o rondonense, não houve dificuldade em construir a chapa, mas a demora pela oficialização ocorreu a partir da necessidade de se fazer uma ampla discussão considerando diferentes possibilidades, diálogo amplo e democrático que pudesse levar o grupo à escolha dos melhores nomes para compor a chapa. “Precisávamos de uma chapa que representasse um plano de gestão pautado pela excelência acadêmica e pelo compromisso social, que devem ser os princípios norteadores de todas as ações no sentido de nos desenvolvermos, qualificarmos ainda mais os nossos cursos de graduação, programas de pós-graduação, bem como expandirmos a Universidade não apenas na graduação, mas também na pós-graduação”, declara.

O candidato enaltece o avanço pelo qual a Unioeste passou nos últimos anos, o que comprova o compromisso com o ensino, pesquisa e extensão, assim como com a assistência através do Hospital Universitário. “Nós temos compromisso muito forte de trabalharmos e tem sido a tônica da nossa gestão a atuação de forma dialógica com a comunidade do Oeste e do Sudoeste do Paraná. A Unioeste está inserida em 92 municípios das duas regiões e, portanto, queremos trabalhar para atender essa comunidade regional que precisa muito da Universidade, que é uma instituição de vanguarda para o desenvolvimento socioeconômico e para o desenvolvimento da cultura, ciência, tecnologia e da inovação”, declara.

Sucessor
do atual reitor
Ao ser perguntado se o fato de ser sucessor do atual reitor Alcibíades Luiz Orlando no campus de Marechal Rondon pode pesar contra, Davi garante que o que facilita uma campanha é o bom debate das ideias, das boas propostas, a trajetória acadêmica que se tem na instituição e o compromisso com a mesma. “Fazendo uma retrospectiva da concepção que eu tenho da universidade pública, gratuita e de qualidade, necessariamente tenho que fazer referência da minha trajetória de estudante nesta instituição. Eu fui acadêmico do atual campus de Toledo, fui presidente do Diretório Central dos Estudantes (DCE) e, nesta condição, junto com as demais entidades representativas dos diferentes campi da Universidade, com docentes e a comunidade, encaminhamos os esforços no sentido de termos uma universidade pública estadual. Trabalhamos muito para isso e hoje temos a Unioeste, que é reconhecida não apenas no Paraná, mas no país como uma das melhores universidades. Portanto, a questão do debate que se faz deve envolver a trajetória, compromisso e a experiência na docência e na gestão da universidade. Acredito nisso até porque na primeira eleição para diretor de campus em Rondon ganhei por uma diferença de apenas 5%, mas na segunda eleição obtive 85% dos votos. Este é o indicativo da boa gestão pública, da boa aplicação dos recursos, do planejamento, da interação com a comunidade interna e externa. Acredito que são estas as dimensões que vão definir quem reúne as melhores condições e quem tem o melhor projeto para a Unioeste para os próximos quatro anos”, expõe.

Bairrismo
na Unioeste
Em entrevista ao O Presente, o adversário do rondonense na “briga” pela reitoria, Paulo Sérgio Wolff (Cascá), disse que se eleito pretende diminuir o bairrismo que existe entre os campi. Sobre este assunto, Davi é enfático: “Entendo a Universidade na sua diversidade e na sua multiplicidade e, portanto, na sua riqueza como uma universidade só. Temos cinco campi espalhados pelo Oeste e Sudoeste do Paraná, mais o Hospital Universitário e a reitoria. Em nossa trajetória como estudante, docente e gestor público sempre nos pautamos do ponto de vista da unidade. A próxima gestão também vai se pautar por esta orientação de diretriz norteadora. Não há que se falar em bairrismo; há de se falar na conjugação de esforços. Isto porque se um curso vai bem, toda universidade vai bem; se um campus conquista a aprovação de um novo projeto em edital, todos os campi vão bem. Então, vamos trabalhar no sentido de fortalecer a universidade em todos os seus campi e em todas suas dimensões”, detalha.
Conforme o candidato a reitor, caso eleito, a tônica de sua gestão estará focada no diálogo e planejamento das necessidades de cada um dos cinco campi, reitoria e Hospital Universitário. “Não vamos medir esforços no sentido de fortalecer cada uma das unidades que compõem a Unioeste. Falar em bairrismo é já fomentar a divergência e a discordância. É preciso mostrar na prática que se trabalha pela junção de esforços, pois a riqueza da nossa universidade está em ser multicampi”, ressalta.

Democracia
na Unioeste
Ao ser perguntado se é a favor de que o candidato mais votado seja o nomeado pelo governador, o rondonense declara que sim e acrescenta que a democracia precisa ser respeitada. “Eu não acredito que se tenha outro posicionamento senão este, até pela postura do próprio governador Beto Richa”, emenda.
O candidato aproveita a oportunidade para esclarecer que em momento algum defendeu a nomeação do atual reitor, o qual ficou na segunda colocação na eleição passada. “Há uma distorção dos fatos. Para quem participa da Universidade, sobretudo do Conselho Universitário, e acompanhou o processo, sabe que em nenhum momento questionei o resultado da eleição. A partir dos dados da comissão eleitoral e do cálculo está muito bem colocado na ata do Conselho Universitário quem foi o vencedor da eleição. Não fiz nenhuma indagação a esse respeito. Fiz sim uma reclamação no sentido de que determinadas questões asseguradas pela resolução do Conselho Universitário não foram cumpridas no processo eleitoral, entre as quais, por exemplo, a não existência nas seções, nos campi e tão pouco no Hospital Universitário de cédulas em voto separado caso houvesse problemas nas urnas ou alguma dúvida. Isso não ocorreu, portanto feriu a resolução. O que estou dizendo está registrado em ata do Conselho Universitário. Isso é muito diferente de defender ou fazer esforço no sentido de solicitar a nomeação deste ou daquele candidato”, argumenta.
 
Recursos e
apoio político
Segundo Davi, nos sete anos e meio frente à direção do campus de Marechal Cândido Rondon, sempre fez uma boa mediação política e manteve um bom relacionamento com os diferentes representantes das esferas públicas, seja federal ou estadual. Este seria um ponto favorável na busca de apoio político e de recursos. “A gestão sempre esteve pautada por este bom relacionamento e na defesa dos interesses da instituição. No momento em que o gestor se pauta por este princípio norteador, o canal de diálogo, de auxílio e de apoio nas mais diferentes esferas governamentais estão abertas. Nestes sete anos e meio posso afirmar com segurança: não tive porta fechada em lugar algum. Para bons projetos há recursos disponíveis. Prova disso é que neste período conseguimos dobrar a infraestrutura do campus de Marechal Cândido Rondon e conseguimos de forma extraordinária investimentos para equipamentos. Isso é resultado de todo um esforço compartilhado entre a direção do campus e envolvimento dos docentes dos diferentes cursos e dos agentes universitários”, salienta.

Campus de
Santa Helena
Em relação ao movimento que surgiu nos últimos anos defendendo a instalação do campus da Unioeste em Santa Helena, o candidato a reitor diz que o Ensino Superior público deve ser expandido sempre que haja condições para tal. “Quem tem compromisso com a universidade pública não pode ser contrário à expansão deste ensino. Estamos em uma região em que onde a universidade está presente tem uma interação muito forte no sentido da promoção do desenvolvimento socioeconômico. Portanto, sou favorável à expansão do Ensino Superior público, gratuito e de qualidade. Como gestores não podemos nos furtar desta discussão”, conclui.

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