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Agricultores da região comemoram safra recorde

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Desde quando plantou sua primeira semente de soja, em 1982, o agricultor Arlindo Simonetti, de Pato Bragado, regi atilde;o Oeste do Paran aacute;, n atilde;o via suas terras produzirem tanto como nesta uacute;ltima safra. As 180 sacas por alqueire colhidas no ver atilde;o o fazem comemorar. ldquo;Foi a melhor safra de soja que j aacute; tive rdquo;, diz o produtor rural.
Simonetti eacute; apenas um dos milhares de agricultores com terras na regi atilde;o do extremo Oeste paranaense que ajudaram o Paran aacute; a recuperar o posto de maior produtor de gr atilde;os do Brasil. N uacute;meros do Instituto Brasileiro de Geografia e Estat iacute;stica (IBGE) divulgados este m ecirc;s pela Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Paran aacute; (Seab) confirmam: o Estado deve contabilizar 30,78 milh otilde;es de toneladas de gr atilde;os com a safra 2009/2010. Eacute; a maior colheita do pa iacute;s, superando em 1,3% a produ ccedil; atilde;o de Mato Grosso – ex-l iacute;der nacional.
Propriet aacute;rio de 90 alqueires de lavouras distribu iacute;das em diferentes munic iacute;pios da regi atilde;o do reservat oacute;rio, Simonetti ainda tem na mem oacute;ria as minguadas 60 sacas por alqueire conseguidas a duras penas no ver atilde;o 2008/2009. O aumento de 200% de um ano para outro tem um motivo muito simples. ldquo;Agora, choveu na medida certa rdquo;, afirma Guido Bresolin, outro agricultor, dono de verdejantes 17 alqueires em Santa Helena. Ele fechou a safra de ver atilde;o colhendo 453 sacas de milho e 170 de soja por alqueire.

Conhecimento eacute; bom neg oacute;cio
O Paran aacute; eacute;, historicamente, o maior produtor de gr atilde;os do Brasil. Agora, com a b ecirc;n ccedil; atilde;o de S atilde;o Pedro, o Estado celebra a maior safra de soja de sua hist oacute;ria, com 14,08 milh otilde;es de toneladas, fator preponderante para a volta agrave; lideran ccedil;a nacional na produ ccedil; atilde;o de gr atilde;os. Segundo o engenheiro agr ocirc;nomo Otmar Hubner, do Departamento de Economia Rural (Deral), da Seab, nos melhores anos da d eacute;cada de 80 o Paran aacute; produzia 2.400 quilos de soja por hectare; na uacute;ltima safra, 3.150 quilos por hectare brotaram das terras paranaenses.
Uma s eacute;rie de fatores contribui para esse ecirc;xito, ressalta Hubner. Entre eles est atilde;o a qualidade da terra, dos insumos e, sobretudo, do manejo. ldquo;Ajuda muito o uso cada vez maior de recursos tecnol oacute;gicos, como m aacute;quinas e materiais mais eficientes, al eacute;m de corretas pr aacute;ticas ambientais, que evitam a degrada ccedil; atilde;o do solo rdquo;, explica Hubner.
O solo da regi atilde;o Oeste paranaense eacute; profundo e f eacute;rtil. E aacute;gua existe em abund acirc;ncia, garantida por rios como o Paran aacute; e o Igua ccedil;u, pelo Aqu iacute;fero Guarani e pelo reservat oacute;rio de Itaipu (no Rio Paran aacute;), com mais de 170 quil ocirc;metros de extens atilde;o e 29 bilh otilde;es de metros de aacute;gua estocados. E o mais importante eacute; que o agricultor procura se especializar cada vez mais.
ldquo;O produtor hoje demonstra mais interesse em obter conhecimento, v ecirc; os resultados dos outros agricultores e chega at eacute; a conhecer a produ ccedil; atilde;o em outros pa iacute;ses rdquo;, ressalta. Foi o que fez Guido Bresolin. H aacute; tr ecirc;s anos ele foi premiado pela Cooperativa Lar com um lsquo;tour rsquo; por fazendas nos Estados Unidos como reconhecimento pelo seu alto iacute;ndice de produtividade.
Bresolin n atilde;o esquece o que aprendeu nas terras mais lucrativas do planeta. ldquo;A aplica ccedil; atilde;o de novos conhecimentos e recursos tecnol oacute;gicos ajuda muito, mas n atilde;o eacute; s oacute; rdquo;, diz. ldquo;A retomada do plantio direto (sistema de manejo que diminui custos de produ ccedil; atilde;o e o impacto da agricultura e de m aacute;quinas no solo, aproveitando res iacute;duos org acirc;nicos de plantios anteriores) tamb eacute;m eacute; fundamental rdquo;, afirma. ldquo;As cooperativas d atilde;o palestras e pesquisadores da Embrapa, prefeitura e Itaipu se disp otilde;em a colaborar conosco, basta saber aproveitar rdquo;, ensina.

Olho nas nuvens e tamb eacute;m no d oacute;lar
A alegria dos produtores do Oeste do Paran aacute; s oacute; n atilde;o eacute; maior porque a cota ccedil; atilde;o do d oacute;lar n atilde;o est aacute; muito favor aacute;vel para as vendas externas, enquanto o pre ccedil;o dos insumos importados aumentou. Mesmo assim, como atesta o agricultor Aderbal Boff, a produtividade compensou a quest atilde;o cambial. Em S atilde;o Jos eacute; do Itavo, pr oacute;ximo a Itaipul acirc;ndia, Boff obteve, em m eacute;dia, 145 sacas de soja por alqueire em sua propriedade de 58 alqueires. Dos 70 alqueires que arrendou, em Missal, conseguiu 159 sacas por alqueire. Ou seja, apesar de mais produtiva, a fazenda de Missal, por ser arrendada, trouxe menos lucro ao produtor. ldquo;Mas no final o saldo foi positivo l aacute; tamb eacute;m, o que eacute; muito bom rdquo;, diz.

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