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Alunos rondonenses participam de diagnóstico nacional

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Carina Ribeiro/OP
Prova está sendo aplicada com objetivo de identificar o desempenho e as competências dos alunos do 2º ano, que estão em processo de alfabetização

 

Cerca de 620 estudantes do Ensino Fundamental de Marechal Cândido Rondon devem fazer nesta semana a Provinha Brasil, elaborada pelo Ministério da Educação (MEC). O prazo para a aplicação da prova de Matemática nas escolas rondonenses foi estabelecido pela Secretaria Municipal de Educação de segunda-feira (12) até a data de hoje (14). Participam da avaliação estudantes do 2º ano.
De acordo com a coordenadora da Provinha Brasil em nível municipal, Marlice Rosani Przygodda, o objetivo do procedimento é elaborar um diagnóstico da alfabetização e do ensino. “Ela tem a finalidade de identificar o desempenho e as competências do aluno e é um instrumento que pode servir de orientação para as ações políticas e pedagógicas, visando à melhoria do processo educacional”, declara.
Segundo ela, o resultado do diagnóstico pode redimensionar objetivos e metas do trabalho pedagógico, buscando o desenvolvimento de habilidades que estiverem aquém do esperado para a referida fase de escolarização.
Em outubro, os mesmos alunos, que já fizeram uma prova de Língua Portuguesa em março deste ano, farão uma nova prova com a intenção de reunir informações sobre a evolução do aprendizado. “Este é o primeiro ano em que é realizada a Provinha de Matemática, de forma experimental em uma única etapa. Já a partir do próximo ano a previsão é de que também seja em duas etapas”, adianta.

Resultados
Apesar de não serem utilizados como parâmetro para compor o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), os resultados das Provinhas são entabulados em planilha específica para avaliar o desempenho dos estudantes, sendo que os dados são compilados em vários níveis. “Com a prova, as escolas podem constatar como está o processo educacional nas diferentes turmas do mesmo estabelecimento; o município pode observar como está o ensino nas diferentes escolas; e ainda o Estado tem condição de analisar como anda o processo de alfabetização nos municípios e no Paraná”, explana Marlice.
Ela garante que os resultados têm sido utilizados pelos educadores para rever metodologias ou aprofundar conteúdos. Dados obtidos com avaliações anteriores já foram considerados para direcionar planejamentos bimestrais. “Novamente esperamos que os professores façam uso dessas informações para a mudança na prática de ensino, conforme a necessidade identificada”, aponta.

Parâmetros
Mesmo sendo uma prova padrão para o Brasil e o alunado, o que nivelaria o conteúdo assimilado por diferentes educandos, a assessora pedagógica a considera importante para se ter acesso a informações com maior amplitude.
Além disso, Marlice ressalta que existe uma orientação do MEC sobre a forma de interpretação dos resultados, que aparecem em números. “A própria planilha onde inserimos os dados com as respostas dos alunos gera gráficos automaticamente. Mesmo assim, a interpretação de uma resposta ‘errada’ pode ser diferente de outra resposta ‘errada’”, ressalta. Segundo a coordenadora, isso ocorre porque uma resposta aproximada da certa pode ser compreendida como um raciocínio próximo ao correto, indicando que o estudante está no caminho do aprendizado daquela competência ou habilidade.

Experiência
A Provinha Brasil foi aplicada ontem para alunos do 2º ano da Escola Municipal Antonio Rockenbach. Na visão da coordenadora pedagógica do educandário, Katiane Hofstaetter, existem aspectos positivos e negativos a serem ponderados sobre a avaliação proporcionada pelo MEC. “No ano passado os resultados foram muito bem explorados pela professora, que resolveu compartilhar as informações com os alunos, enaltecendo os acertos e apontando as questões em que a turma apresentou maior dificuldade. Desta forma, ela pode mostrar para eles em que conteúdo seria necessário que a turma se dedicasse mais”, relata, garantindo que houve uma adesão e um envolvimento maior dos alunos nas atividades propostas pela educadora. “Neste sentido, a prova é muito válida”, atesta.
Porém, a nivelação é vista como um item de ressalva pela profissional, já que se trata de uma prova para ser aplicada a diferentes realidades/indivíduos.

Convencional
Questionada sobre a análise de resultados das provas convencionais, que são aplicadas bimestralmente pelos próprios professores, a coordenadora aponta que é uma situação diferente da Provinha Brasil. “Na avaliação convencional, o professor leva em consideração muito mais fatores que envolvem o processo de ensino-aprendizagem, como o ponto de partida do aluno, a condição e a evolução individual, além de aspectos relacionados ao meio, que podem interferir nos resultados”, salienta.

Abstração
Quanto à prova de Matemática, Katiane afirma que um ponto que pode interferir no número de acertos das questões é a forma de aplicação, que foi oral. A coordenadora fez a leitura das questões e os alunos observaram figuras no caderno de prova, tendo que assinalar a resposta entre as opções disponíveis. Esta metodologia difere das atividades usuais de sala de aula, quando são utilizados materiais palpáveis, já que a maioria dos alunos neste nível de ensino tem dificuldade de abstração. “Fazer os cálculos de forma não materializada acredito que foi a maior dificuldade da prova”, conclui.

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