Fale com a gente

Geral Artigo

As fazendas solares e a nova geração de energia – por Dilceu Sperafico

Publicado

em

Foto: Divulgação

O que ainda é raro no país, apesar de sua extensão territorial, potencial da natureza e necessidade de energia mais barata e de fontes renováveis, está se tornando comum no mundo inteiro, especialmente na Ásia, Europa e América do Norte.

São as enormes fazendas solares ou de energia eólica, com tecnologia destinada a transformar as políticas globais, com vantagens para o meio ambiente e os consumidores, desde as grandes empresas e cidades, até as residências isoladas.

Na China, por exemplo, estão fazendas solares gigantes, incluindo unidades com capacidade de produção de 850 a 1,5 mil megawatts, como é o caso da maior do planeta, localizada no deserto de Tengger.

Conforme levantamentos recentes, o país já tem a maior capacidade de geração de energia solar do planeta, com a soma de 130 gigawatts, enquanto no Brasil, apesar dos novos investimentos no setor, fica abaixo de dois gigawatts ou menos de 1% do total.

Conforme a Agência Internacional de Energia, mais de 60% dos painéis solares existentes no planeta são fabricados na China. Ao aumentar os recursos aplicados nas energias renováveis, limpando a matriz energética, o governo chinês alcança objetivo fundamental de política pública, pois quase dois terços da eletricidade do país são ainda gerados pela queima de carvão.

Diante disso, o país aproveita vastas e ensolaradas planícies do Norte e Noroeste para implantar novas fazendas solares gigantes, pois há muito espaço para sua implantação e o recurso solar parece confiável, o que permitira o cumprimento de meta de capacidade de energia solar em 2020, três anos antes do previsto.

Na prática, os chineses já estão usando painéis solares para aquecer rede subterrânea de água projetada para derreter a camada de gelo que cobre extensas regiões, contribuindo para o crescimento de árvores e a transformação da região em área atraente para o estabelecimento de colonos.

São alternativas para enfrentar a geografia desfavorável do país, dividido em duas porções semelhantes, mas com distribuição da população muito diferente, pois 94% dos chineses vivem na área Leste, enquanto somente os 6% restantes estão no Oeste.

Com isso, muitos dos painéis solares do país estão distantes das grandes cidades, o que acaba encarecendo a distribuição e aproveitamento da energia gerada, pois parte se perde ao longo das extensas linhas de transmissão.

Para resolver o problema foram desenvolvidas linhas de transmissão com tecnologias mais avançadas, com linhas diretas de alta capacidade, mas que estão sendo construídas com muita lentidão. Outra solução é a cobertura de terraços de grandes cidades com painéis solares, para a venda de eletricidade diretamente aos consumidores.

Além disso, outras grandes fazendas solares estão sendo construídas em todo o mundo, muitas das quais na Índia. Há também o complexo de Benban, no Egito, cobrindo 37 quilômetros quadrados e ostentando capacidade planejada de geração entre 1.600 e 2.000 megawatts.

Outro problema dos parques solares gigantes, que não pode ser ignorado, será o destino a ser dado a esses equipamentos no futuro, pois duram apenas cerca de 30 anos e irão gerar muito lixo, que será difícil reciclar porque contém substâncias químicas, como o ácido sulfúrico.

São fatos que precisamos levar em consideração, pois o país também necessita gerar mais energia limpa, de fontes renováveis, de forma segura e responsável.

O autor é deputado federal pelo Paraná licenciado e chefe da Casa Civil do Governo do Estado

dep.sperafico@uol.com.br

Continue Lendo

Copyright © 2017 O Presente