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Atingidos pela Usina do Baixo Iguaçu reivindicam indenizações

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Divulgação/Copel
Construção da Usina de Mauá começou em 2008; disputas judiciais atrasaram a conclusão das obras em quase dois anos

Moradores de cinco municípios do sudoeste do Paraná que terão as terras alagadas para a formação do reservatório da Usina do Baixo Iguaçu, entre Capitão Leônidas Marques e Capanema, e os responsáveis pela obra ainda não entraram em acordo sobre os valores das indenizações.

Contrariados com o impasse que se estende por um ano, proprietários rurais já tentaram impedir a obra várias vezes. O consórcio responsável pela hidrelétrica alega que as reivindicações estão sendo analisadas e que está concluindo a elaboração de um caderno de preços para o cálculo das compensações que serão pagas.

Cerca de 400 famílias devem ser desapropriadas em Capanema, Capitão Leônidas Marques, Realeza, Planalto e Nova Prata do Iguaçu. Um grupo está acampado em um dos acessos ao canteiro de obras desde julho, quando a construção foi iniciada.

A agricultora Ermida Pegorini é uma das moradoras que por causa da usina deverá deixar a propriedade rural em Capanema onde vive há 50 anos. “É uma vida inteira aqui. Às vezes acordo à noite e penso para onde a gente vai e se vai se acertar no lugar”, conta.

Em nota, o Consórcio Geração Céu Azul, formado pela Neoenergia e pela Copel, explicou que os valores propostos variam de acordo com as características de cada propriedade e se baseiam em critérios de mercado.

“Os proprietários foram convidados a participar das avaliações desde o início do processo, que leva em conta não apenas o valor da terra, mas de benfeitorias. Apesar dos valores serem baseados em auditoria, alguns deles não aceitaram e não fizeram contrapropostas com base técnica”, alega.

A empresa se comprometeu a pagar R$ 19,5 mil por hectare, porém, proprietários estimam que R$  58,5 mil por hectare seria um preço adequado. Por causa do impasse, os valores das indenizações pagas aos proprietários rurais que foram desapropriados para a construção do canteiro de obras foram depositadas em juízo.

“Este valor é um terço do que vale a propriedade. As pessoas não estão conseguindo encontrar áreas de terra com esse valor aqui na região. A situação está caótica. Muitos arrendatários estão sem renda hoje porque não têm onde plantar”, aponta o agricultor Sidinei Martini.

Vizinha ao Parque Nacional do Iguaçu, Baixo Iguaçu será a sexta hidrelétrica no leito do Rio Iguaçu, o principal do estado, e terá capacidade instalada de 350 megawatts (MW), suficiente para atender a demanda de um milhão de usuários. A estimativa do consórcio Geração Céu Azul é que a usina entre em operação em 2016.

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